Mês da Mulher: desistir nunca será uma opção
Não é de hoje que as mulheres têm enfrentado desafios e lutado por seu espaço em diversas esferas da sociedade e, principalmente, no mercado de trabalho. Embora tenha havido progresso ao longo dos anos, ainda existe uma lacuna persistente que requer que as mulheres se provem continuamente para ganhar credibilidade. E essa é uma batalha que eu conheço bem.
Um dos momentos mais marcantes que vivi foi quando assumi a carteira de clientes de um grande banco no lugar de um colega que se aposentou. Essa troca foi um choque muito grande para os clientes que não estavam acostumados a lidar com uma mulher neste papel. E ao mesmo tempo foi um momento crucial em que eu precisei mostrar meu potencial e conhecimento para criar um ambiente em que todos se sentissem confortáveis.
Foi uma transição muito desafiadora! Infelizmente, em muitos ambientes, as mulheres ainda são vistas como frágeis ou menos capazes do que os homens. Portanto, foi crucial estar preparada e focada em superar essas expectativas. Mas uma coisa é fato. O estudo, a qualificação e a performance vão mostrar muito sobre nós mesmas num ambiente como esse.
Ao longo da minha jornada profissional no mercado financeiro, testemunhei mudanças significativas. Hoje as mulheres são mais valorizadas e reconhecidas por seus potenciais, mas isso não significa que o caminho foi fácil até aqui. E ainda não é. Acredito que ainda existe uma lacuna na qual precisamos sempre nos provar para mostrar que temos credibilidade. Nessa longa jornada, percebi que o mais importante é ter consciência do meu potencial, acreditar em mim mesma e nunca parar. Percebi que o mais importante é ter consciência do nosso valor e habilidades, além de uma determinação inabalável.
Tenho notado um esforço crescente por parte das empresas em promover a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. No entanto, há um desafio significativo quando se trata da questão da maternidade. Muitas empresas ainda não oferecem o suporte necessário para as mulheres que decidem ser mães manterem suas carreiras. Vejo empresas investindo no crescimento e na carreira delas, mas quando viram mães precisam deixar seus empregos, pois não há espaço para as duas coisas. Isso resulta em uma dificuldade para conciliar vida profissional e familiar.
Não é à toa que o número de mulheres que estão deixando a gravidez de lado ou postergando aumenta a cada ano .O número de nascimentos no Brasil teve queda de 13% em 2022 na comparação com o ano de 2018, de acordo com dados do IBGE. Já o percentual cresceu entre as mulheres mais velhas de 40 a 49 anos. Nesse grupo, os nascimentos registraram uma alta de 16,8% neste mesmo período. E isso se dá em um mercado de trabalho que está aberto para elas – contudo, ao mesmo tempo, não dá suporte suficiente para mantê-las nesses momentos. Acho que esse é um tema que ainda deve ser melhor explorado pelas empresas, pois nós temos muito potencial para cargos de liderança, mas tudo faz parte de uma trajetória construída com tempo.
É crucial que as empresas reconheçam o potencial das mulheres em cargos de liderança e forneçam o suporte adequado para que elas possam prosperar em todas as fases de suas vidas. Afinal, a maternidade não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.
No entanto, diante de todos esses desafios, uma coisa é certa: desistir nunca é uma opção! Acredito firmemente que cada obstáculo é uma oportunidade de aprendizado. Vamos enfrentar momentos difíceis e até constrangedores, muitas vezes, mas manter o foco e a disciplina com os objetivos muito bem traçados é essencial.
À medida que celebramos o Mês da Mulher, é importante refletir sobre os progressos que foram feitos, mas também reconhecer as áreas em que nós, como sociedade, ainda precisamos melhorar. Devemos continuar lutando por igualdade e inclusão, não apenas no mercado de trabalho. Momentos de incertezas passam e nos fazem aprender a sermos ainda mais fortes e resilientes para enfrentarmos qualquer obstáculo. Se não houver desafios, não há conquistas. Portanto, sigamos em frente!
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