SNID11 pagará R$ 1,05 em dividendos no mês de março; veja
O Fundo de Infraestrutura da Suno, o SNID11, pagará R$ 1,05 por cota em dividendos aos seus cotistas no mês de março.
O fundo terminou o mês de fevereiro com uma base de 5,9 mil cotistas.
Os dividendos dos fundos da Suno são tradicionalmente anunciados nos dias 15 de cada mês e pagos no dia 25.
Quando alguma dessas duas datas não é um dia útil (feriado e fins de semana), o pagamento ou a divulgação é antecipada para o dia útil anterior.
Dividendos do SNID11
- Dividendos: R$ 1,05 por cota
- Data com: 15/03/2024
- Data de pagamento: 25/03/2024
- Período de referência: Fevereiro
- Dividend Yield da distribuição: 1,00%
- Dividend Yield anualizado: 12,71%
SNID11: criação das debêntures de infraestrutura devem beneficiar o fundo, diz analista da Suno Asset
Em 10 de janeiro de 2024 entrou em vigor a Lei nº 14.801, que criou as debêntures de infraestrutura, com o objetivo de viabilizar uma oferta de juros mais atrativa ao mercado, a fim de atrair investidores locais e estrangeiros para projetos de infraestrutura de longo prazo no país. Segundo João Comine, analista da Suno Asset, o SNID11 deve se beneficiar dessas mudanças.
Conforme explica Comine, as novas debêntures de infraestrutura, recém-criadas pela lei 14.801, vêm para dividir espaço de mercado com as debêntures incentivadas (lei 12.431).
Diferente das debêntures incentivadas, que oferecem isenção de imposto de renda para pessoa-física, tanto no rendimento quanto no ganho de capital, as debêntures de infraestrutura são tributadas.
Dessa forma, as debêntures 12.431 têm como público-alvo o investidor pessoa-física, enquanto as debêntures 14.801 têm como público-alvo o investidor institucional e fundos de pensão. “A diferença entre estes dois tipos de títulos é que as debêntures de infraestrutura oferecem benefício tributário somente para o emissor, ao contrário das debêntures incentivadas, que também beneficia o investidor”, explica Comine.
Agora, as empresas terão mais esta opção para emitir dívida, o que pode reduzir a oferta de debêntures 12.431 no futuro. Os dois fatores somados, maior demanda e menor oferta futura, têm gerado uma valorização das debêntures incentivadas, com o consequente fechamento de taxas.
“Este movimento tem influenciado positivamente o valor patrimonial dos fundos de infra, que entre janeiro e fevereiro observaram uma valorização considerável”, afirma Comine.
Neste contexto, entre os meses de janeiro e fevereiro, o SNID11 pela primeira vez teve as linhas de DAP, instrumento utilizado como hedge para troca do componente IPCA das debêntures incentivadas por CDI, com a marcação a mercado contribuindo positivamente.
O DAP atribuiu positivamente R$ 0,72 por cota, em decorrência da abertura das taxas das NTN-Bs no período. “Isso gerou uma valorização patrimonial relevante no SNID11, vale comentar que este é um movimento que vem afetando a indústria como um todo, alguns fundos de forma mais intensa que outros”, explica Comine.
O fundo de infraestrutura SNID11 foi listado na Bolsa de Valores brasileira (B3) em 7 de fevereiro de 2023, com sua cotação inicial em R$ 100,00. Hoje, está cotado a R$ 105. O fundo tem uma projeção de rentabilidade média bruta de CDI + 2,1% ao ano, equivalente a 110% do CDI.
Novas debêntures e taxação de fundos exclusivos: quais os impactos no mercado?
Além da criação das debêntures de infraestrutura, a taxação de fundos exclusivos também vem impactando o mercado. Segundo Comine, alguns grandes investidores, que possuíam recursos em fundos exclusivos, já têm realocado os recursos em veículos com vantagens tributárias.
A tendência é que o movimento beneficie o SNID11. De forma semelhante ao que acontece com os fundos imobiliários, por exemplo, os rendimentos distribuídos pelos fundos de infraestrutura podem ser isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.
No entanto, os FI-Infra, com o SNID11, possuem uma vantagem tributária adicional em relação aos FIIs, já que o ganho de capital obtido na compra e venda das cotas também pode ser isento de tributação.
No caso, a migração de investidores tem influenciado os preços dos ativos no mercado, como as debêntures incentivadas, que passaram por uma valorização desde janeiro, vista principalmente nas emissões de empresas mais sólidas, as chamadas investment grades.
“Após a taxação dos fundos exclusivos, um fluxo de capital relevante tem migrado para outros investimentos à procura de benefícios tributários. Os principais alvos têm sido ativos isentos como CRI’s, CRA’s e debentures incentivadas, junto com os fundos de previdência privada, que também possuem tributação vantajosa”, explica Comine.
Para os fundos, a oportunidade está em identificar ativos que ainda não “andaram”, como alguns FI-Infras que estão hoje com uma relação P/VP menor do que no final de dezembro.
Dessa forma, alguns fundos praticam o giro de carteira e distribuem esse ganho aos cotistas, o que pode significar um bom yield, nos próximos meses. No entanto, como desafios devido a essa valorização, os spreads de crédito têm reduzido, algo que, se mantido por um longo período, tende a reduzir o carrego das carteiras alocadas nesses ativos.
“Isso deve acontecer principalmente em ativos high grade, pois são mais seguros e com menor spread de crédito”, conclui Comine.
Dividendos e características do SNID11
O SNID11 é um FI-Infra fechado e de gestão ativa, com prazo indeterminado e destinado aos investidores em geral. O fundo é gerido pela Suno Gestora de Recursos e seu administrador é o BTG Pactual Serviços Financeiros.
Os investimentos do FI-Infra acontece por meio de debêntures incentivadas, que são títulos de renda fixa emitidos por empresas que precisam financiar projetos de infraestrutura.
Atualmente, SNID11 tem R$ 35 milhões já captados. Esses recursos foram totalmente alocados em 12 debêntures incentivadas. O investidor poderá receber seus primeiros rendimentos já a partir de fevereiro de 2023. Em janeiro, o SNID fechou o exercício com 17 debêntures.
Sobre dividendos, a primeira data de corte do fundo foi em 15 de fevereiro. Assim, o primeiro pagamento de dividendos do SNID11 já integralizado ocorreu em 24 de fevereiro de 2023 (R$1,15 por cota).
O fundo distribuiu ao longo dos últimos 12 meses 12,92%, tendo como base a cota a mercado. Em relação a cota patrimonial, a distribuição dos últimos 12 meses foi de 13,67%. Em janeiro o fundo rendeu líquido de custos 111,7% do CDI.
Com base na cotação de fechamento de sua primeira sessão na B3 (R$ 102,54), os dividendos pagos pelo fundo SNID11, em fevereiro, representaram um dividend yield mensal de 1,12%, e um retorno anualizado de 14,32%.