Inflação alta ainda preocupa: veja como proteger seu dinheiro

Embora os especialistas prevejam uma inflação menor para 2024, ainda há incertezas. A questão fiscal segue como incômoda, e o IPCA acima da meta do Banco Central liga o “sinal amarelo” que o controle inflacionário está longe do fim. Por isso mesmo, o investidor precisa se proteger. Ativos indexados à inflação continuam como “boa pedida” num cenário que ainda está em definição.

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De fato, há mais otimismo com o controle inflacionário, pelo menos é o que dizem os especialistas do Boletim Focus. Os analistas reduziram a expectativa para 2024, saindo de 3,80% para 3,76%. Lembrando que a meta central de inflação é de 3%.

Já em relação ao PIB, a estimativa é de alta para 2024 e 2025, de 1,77%. Para 2025, a previsão de alta do PIB é de 2%.

O ponto de preocupação está no fato de o IPCA ainda estar acima da meta. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse que a expectativa da inflação de longo prazo está em 3,5%, sendo um fator de preocupação para o BC.

Diante deste cenário, o investidor tem um leque de opções de obter ganhos acima do IPCA e proteger seu capital. O Suno Notícias conversou com Alessandra Gontijo, sócia da Investo, gestora de ETFs, e com Rafael Ohmachi, portfólio manager de ativos líquidos da RB Asset.

Ambos citaram a importância de escolher ativos que geram retorno acima da alta dos preços, tanto para a proteção de capital quanto para ganhos adicionais.

Investir em ativos indexados à inflação

Investir com o objetivo de se proteger da inflação é uma estratégia que possibilita o investidor a manter o seu poder de compra ao longo dos anos, afirma Alessandra Gontijo, sócia da Investo.

Neste caso, é possível proteger seu patrimônio com ganhos acima da inflação, por meio dos ETFs de renda fixa. A facilidade desses produtos aliados ao seu baixo custo justifica o interesse do investidor.

Gontijo comenta que o NTNS11 continua uma opção interessante, pois é um fundo – composto por NTN-Bs curtas – que rende IPCA + 5,94% atualmente, com baixa volatilidade e com a menor taxa do mercado, de 0,19% a.a. de taxa de administração.

A especialista complementa que outras vantagens em investir em ETFs como o NTNS11, que pode ser utilizado como garantia em operações de bolsa, “melhorando o fluxo operacional dos operadores de mesa e, consequentemente, dos seus clientes”.

“Trata-se de uma alocação em inflação que sofre menos o impacto da marcação a mercado, ao compararmos com os títulos públicos de vencimento mais longo”, finaliza Gontijo.

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Proteção de patrimônio com ganhos adicionais

Além de buscar ganhos adicionais, investir em ativos indexados ao IPCA traz alguma segurança, acredita Rafael Ohmachi, portfólio manager de ativos líquidos da RB Asset. Ele afirma que “quando olhamos para os títulos públicos indexados a inflação, os título públicos (NTN-Bs) estão negociando acima de IPCA+5,5%. Ou seja, isso é um retorno historicamente elevado, e taxas reais bastante atrativas.

É claro que é possível investir diretamente em títulos públicos indexados à inflação, mas o investidor pode obter retornos maiores por meio de outros ativos. Na renda fixa, é possível investir em CDBs indexados ao IPCA, além de títulos privados como CRIs, CRAs e debêntures incentivadas.

Ohmachi diz que quando olhamos para as “debêntures incentivadas, que pagam prêmio sobre essa taxa, os retornos parecem bastante atrativos, principalmente em um cenário de queda da taxa Selic, que consideramos como um custo de oportunidade”.

O fundo RB Capital Vitória Debêntures Incentivadas FIC FI RF, gerido pela RB Asset, teve um retorno de 2,39% em fevereiro, enquanto o CDI fechou o mês em 0,80%.

Neste caso, é possível investir em debêntures com prêmios acima da inflação, seja por meio de fundos de investimentos não listados ou pelos fundos FI-Infra, listados em bolsa.

Para quem quer se expor à renda variável, a lista de ativos também inclui os fundos imobiliários, que também possuem ativos que pagam prêmios acima da inflação.

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Gustavo Bianch

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