Ambev (ABEV3): BofA diz para investidor abrir o olho: “Ações estão baratas e são oportunidade de compra”
“Não seja muito míope concentrando-se apenas nos custos”, foi a recomendação do Bank of America sobre a Ambev (ABEV3). Em relatório aos investidores, o banco reforçou sua tese de que a queda no preço das ações é uma oportunidade de compra.
O BofA reiterou sua classificação de compra para ABEV3 para os papéis em um preço-alvo de R$ 16,00. Nesta quarta-feira (6), no intradia, os ativos giram em torno de R$ 12,79.
Na perspectiva da casa, desde a divulgação dos resultados trimestrais da Ambev no 4T23, as ações acumularam uma queda de 7% (ante o Ibovespa a -1,5%), o que abriu uma janela de oportunidade para investir na companhia.
“As previsões de custo foram decepcionantes, mas o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ex-LAS [exceto a região da América Latina do Sul] deve crescer 16% em 2024, após crescer 20% em 2023”, avaliam os analistas.
Resultado da Ambev decepcionou o mercado
Em relatório, o BofA chama atenção para os principais pontos que atingiram negativamente a companhia em seu resultado:
- A previsão de custos foi decepcionante
- avaliação pouco atraente;
- A linha premium no Brasil deve ter um crescimento ainda tímido.
Levando-se em conta esses fatores, entretanto, os analistas ressaltam boas expectativas para o Ebitda da Ambev, assim como um rendimento de Fluxo de Caixa Livre (FCF, em inglês) atrativo de 7,7% em 2024.
Outro ponto que puxa para baixo a atratividade nos ativos é a atual crise econômica na Argentina, que já foi integrante relevante da receita da companhia. Mas os analistas do BofA avaliam que o país é “menos relevante agora”, influenciando de 5% a 7% das receitas, enquanto a margem tem sido acima das expectativas e a geração de fluxo de caixa tem melhorado.
Brasil: Carnaval, cerveja e trimestre positivo
Passadas as festividades carnavalescas, o período de fevereiro deve ter um efeito positivo na Ambev (ABEV3). O preço da cerveja no Brasil também aumentou cerca de 1% na comparação mensal (de fevereiro contra janeiro) e condições macroeconômicas favoráveis devem impulsionar as vendas ainda em março.
Neste cenário, o BofA acredita que este primeiro trimestre do ano será um “catalisador de curto prazo positivo”, com um crescimento de 5% na receita de cerveja/hectolitro (medida usada para cálculo do volume de bebida). “Estimamos um crescimento do volume de cerveja de 2% em 2024 e somos construtivos sobre a perspectiva de médio prazo.”
Apesar disso, analistas apontam que o custo da cerveja por hectolitro deverá cair 3% em 2024, ainda melhor que a projeção anterior de 8%. Além disso, a receita/hectolitro da Ambev conseguiu superar a inflação brasileira em 4% a 5% em 2022-23. Para 2024, espera-se que as métricas se mantenham ao menos 1% acima.