Ibovespa: Safra mantém Petrobras (PETR4) e adiciona Equatorial (EQTL3) em carteira para março
Em novo relatório, o Safra atualizou sua carteira de ações recomendadas para o Ibovespa no mês de março, substituindo a Energisa (ENGI11) pela Equatorial (EQTL3). Além disso, as empresas Direcional (DIRR3) e EcoRodovias (ECOR3) entraram na carteira, assumindo o lugar de Cyrela (CYRE3) e Hapvida (HAPV3), respectivamente. Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) foram mantidas.
No caso da Equatorial, por ter feito várias revisões tarifárias em 2023, o banco avalia que a empresa terá um melhor fluxo de caixa nos próximos anos. “Além disso, acreditamos que a empresa continuará buscando oportunidades de crescimento nos segmentos de transmissão de energia e saneamento básico e que poderá entregar um atraente crescimento médio anual do Ebtida”, afirma o Safra.
Também, segundo os analistas, é um bom momento para os resultados de curto prazo, dado o crescimento esperado nos volumes de vendas de energia, como resultado de temperaturas mais altas e uma recuperação na demanda dos segmentos comercial e industrial.
Quanto à Direcional, a escolha do Safra acontece em linha com a resiliência de resultados do segmento de baixa/média renda na construção civil, que deve continuar impulsionando os resultados da construtora.
Fora isso, sua exposição ao programa Minha Casa Minha Vida é vista como um hedge durante um possível ciclo de aperto monetário, especialmente considerando os novos incentivos dados ao programa que impulsionarão a rentabilidade do negócio. A Direcional está sendo negociada a 8,4 vezes o lucro projetado para 2024.
Por fim, sobre a EcoRodovias, a expectativa é que a empresa melhore sua alavancagem operacional com seu bom desempenho de receita, que deve subir com ajustes tarifários mais fortes do que o esperado e a adição de novas concessões.
“A boa dinâmica de tráfego em suas rodovias vista nos últimos meses corrobora nossa perspectiva positiva para os resultados. Vemos suas ações sendo negociadas com um TIR real de 9%, um prêmio de 3,4pps em relação ao NTN-B de 10 anos”, comenta o Safra.
Entre as que se mantiveram, o destaque é a Petrobras. Segundo o Safra, a capacidade da estatal de ajustar os preços dos combustíveis, a tendência mais positiva para os preços do petróleo e os processos de governança implementados no passado, deixam o banco mais confortável com o caso de investimento da empresa. “Acreditamos que os resultados continuarão robustos no curto e médio prazos e que a empresa manterá sua boa capacidade de distribuir dividendos.”
Ibovespa: veja a carteira de ações do Safra para março
- Itaú (ITUB4): 15%
- Direcional (DIRR3): 10%
- Ecorodovias (ECOR3): 10%
- Eletrobras (ELET3): 6%
- Petrobras (PETR4): 6%
- Vale (VALE3): 12%
- BTG Pactual (BPAC11): 10%
- Prio (PRIO3): 12%
- Equatorial (EQTL3): 7%
- Assaí (ASAI3): 12%
Em fevereiro, a carteira recomendada teve um desempenho de +2,53% em comparação com +0,99% do Ibovespa.
Nos últimos 12 meses, o desempenho foi de +4,13% em comparação com +22,94% do Ibovespa.
XP revisa pontuação alvo do Ibovespa para perto de 150 mil pontos
A XP Investimentos ajustou a pontuação alvo do Ibovespa para 149 mil pontos, de 142 mil anteriormente, em linha com a expectativa por lucros mais altos das empresas. Em fevereiro, o Ibovespa subiu 1,0% em reais e ficou praticamente de lado em dólares. 12 dos 17 setores terminaram o mês positivos, com Bens de Capital, Papel & Celulose e Tecnologia, Mídia & Entretenimento e Telecomunicações liderando os ganhos.
Em novo relatório, os analistas Fernando Ferreira, Jennie Li, Thales Carmo e Julia Aquino, da XP, explicam que atualização acerca da projeção para o Ibovespa em 2024 leva em conta os lucros das empresas, fluxo estrangeiro, o valuation da Bolsa descontado e o fato do Brasil estar à frente de outros países no seu ciclo de flexibilização de juros.
“No acumulado do ano, vimos quase R$18 bilhões em saídas de investidores estrangeiros à medida que as taxas subiram globalmente e investidores realizaram lucros após a forte recuperação da Bolsa no 4º tri. Estruturalmente, no entanto, continuamos a ver o Brasil como bem posicionado entre os mercados emergentes, o que deverá continuar a atrair fluxo estrangeiro“, explicam os analistas.
O mercado estima crescimento de lucros em 16% em 2024 (+31% excluindo as commodities). Além disso, as taxas de juros devem continuar a cair com o processo de desinflação. Com isso, as Small Caps continuam atrativas, e seguem com uma performance inferior ao Ibovespa no ano.
Neste cenário, segundo a XP, o índice P/L (Preço/Lucro) do Ibovespa está atualmente descontado em 8,1 vezes, em comparação com a média histórica de 11 vezes. Sem levar em consideração as commodities, o índice está em 10 vezes, em comparação com a média histórica de 12 vezes.
Ibovespa: mercado global continua pesando sobre ações brasileiras, diz XP
Para a XP, o cenário macro global continuou incerto em fevereiro, sendo o principal catalisador para a saída de capital estrangeiro ao longo desses primeiros dois meses de 2024.
Nos EUA, expectativas do início de um ciclo de corte de juros foram adiadas novamente devido à surpresa positiva nos dados de inflação, um mercado de trabalho apertado e uma atividade econômica ainda sólida.
Estes dados econômicos recentes levaram o banco central americano a sinalizar que não está com pressa para cortar a taxa de juros. Como consequência, a curva de juros americana retornou a níveis acima de 4,0%.
A XP explica que a saída de estrangeiro não altera sua perspectiva para fluxos estrangeiro no Brasil, e enxerga ela como temporária por conta dos seguintes fatores:
- Taxas de juros das Treasuries americanas mais altas;
- Realização de lucros após uma subida forte no Brasil em ao final de 2023
- Um dólar mais forte/moedas de mercados emergentes mais fracas
“O desempenho do Ibovespa nos últimos meses têm sido mais correlacionado com as taxas de juros americanas, enquanto a Bolsa dos EUA não tem mostrado a mesma relação. Na nossa visão, isso é explicado pelos fluxos mais fracos de capital estrangeiro para o Brasil”, afirma a XP.
As ações americanas têm mostrado uma tendência de lucros fortes, o que não é o caso para o Brasil. Quase 80% das empresas do S&P 500 superaram estimativas de lucros no 4T23, comparado com apenas 33% do Ibovespa.