Prio (PRIO3) é a favorita do BTG entre as empresas juniores de petróleo; veja perspectivas
O BTG Pactual projeta um quarto trimestre de 2023 (4T23) sem muitos catalisadores positivos para as empresas juniores de petróleo. Neste contexto, a Prio (PRIO3) continua sendo a principal escolha do banco no segmento, suportada pela robusta geração de caixa em 2024 e 2025.
A Prio divulgará seus resultados em 11 de março, antes da abertura do mercado. Embora a produção esteja estável em 100,3 kb/d (aumento de 0,4% trimestre a trimestre), as vendas caíram 14% para 8,4 milhões de barris.
“Isso, combinado com preços mais baixos do petróleo e despesas de marketing mais altas, leva à previsão de um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) IFRS16 de US$ 517 milhões (US$ 505 milhões ex-IFRS16), uma redução de 20% em relação ao trimestre anterior”, comenta o BTG.
Os custos de produção da Prio são estimados em US$ 6,8/bbl, ultrapassando o limite de US$ 7/bbl pela primeira vez. As receitas líquidas são projetadas em US$ 664 milhões, com lucros de US$ 311 milhões e fluxo de caixa de US$ 266 milhões.
Pelo lado da 3R Petroleum (RRRP3), que irá divulgar os resultados dia 6 de março, é esperada uma queda sequencial do Ebitda de 14%, para US$ 146 milhões (R$ 723 milhões), explicado principalmente pelos fortes resultados de downstream no terceiro trimestre.
“Nossa previsão de Ebitda não incorpora resultados de refino, portanto, em uma comparação “mesma base” (apenas upstream/corporate), a queda do Ebitda deverá ser pequena (-4,7% t/t) decorrente dos preços mais baixos do petróleo”, explica o BTG.
No quarto trimestre, espera-se que a 3R Petroleum apresente melhorias operacionais significativas devido ao crescimento da produção em 8% para 46,1 mil boe/d. Isso ajudará a empresa a diluir custos fixos, especialmente no campo Papa-Terra. As estimativas para o trimestre incluem receitas líquidas de US$ 278 milhões e lucros de US$ 122 milhões.
Por fim, a PetroRecôncavo (RECV3) divulgará seus resultados em 5 de março, após o fechamento do mercado. No quarto trimestre, a empresa enfrentou contratempos devido a paralisações de manutenção em ativos midstream operados pela RRRP. Isso resultou em uma produção menor de 25,4 kboe/d (-9% trimestre a trimestre), redução na monetização do gás e maiores despesas com vendas devido ao uso de transporte rodoviário.
Prevê-se que o Ebitda caia 25% para US$ 58 milhões, o menor em 2023. No entanto, a produção de janeiro da empresa mostrou melhorias, sugerindo alguma normalização das operações no primeiro trimestre de 2024. “As estimativas para o quarto trimestre incluem receitas líquidas de US$ 139 milhões, lucro de US$ 21 milhões e fluxo de caixa de US$ 14 milhões”, diz o BTG.
Prio anuncia emissão de R$ 2 bilhões em debêntures
No início de fevereiro, a Prio (PRIO3) anunciou a emissão de R$ 2 bilhões em debêntures, divididas em duas séries, a primeira série no valor de R$ 800 milhões e a segunda de R$ 1,2 bilhão.
A companhia informou que os recursos das debêntures da Prio serão utilizados para reembolso de gastos, despesas e ou dívidas relacionadas ao projeto de óleo enquadrado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) como prioritário.
Em relação à remuneração dos títulos da Prio, as debêntures da primeira série terão juros prefixados de 11,1155% ao ano, com vencimento de cinco anos. Já as debêntures da segunda série terão remuneração de juros prefixados de 6,4662% ao ano, com vencimento de 10 anos.
Além disso, a Prio contratou swaps com o objetivo de dolarizar a emissão. Dessa forma, a iniciativa terá um custo médio dolarizado de 6,14% ao ano e duração aproximada de 5,9 anos.
Prio quer fazer novos investimentos na casa dos bilhões, diz CEO
A Prio está preparada para realizar novos investimentos na casa de bilhão para a aquisição de novos campos, segundo o presidente da companhia, Roberto Monteiro, durante o Latin America Investment Conference (LAIC) de 2024, organizado pelo UBS-BB, no final de janeiro.
O comentário foi realizado em meio à discussão sobre qual seria a perspectiva para os futuros investimentos da Prio.
No evento, Monteiro comentou que, por um lado, a empresa vai continuar focada em poços maduros. Contudo, não vai comprar ativos com potencial baixo.
“Metade do meu tempo eu dedico para buscar oportunidades de M&A (fusão e aquisição)“, afirmou o CEO da Prio, mencionando futuros poços.
Um dos que estão sob o radar de interesse da Prio está localizado no Golfo do México, segundo Monteiro. “É uma jurisdição que sempre nos despertou curiosidade”, acrescentou.
Por outro lado, o presidente da Prio mencionou que oportunidades na África, Argentina, Colômbia e Equador estão mais distantes no momento. “Não temos tamanho para isso”.