Radar: Carrefour (CRFB3) tem prejuízo milionário no 4T23, Itaúsa (ITSA4) anuncia dividendos adicionais e Americanas (AMER3) adia divulgação de balanços
O Carrefour Brasil (CRFB3) apresentou um prejuízo líquido consolidado de R$ 565 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), revertendo o lucro de R$ 426 milhões registrado no mesmo período do ano anterior, ou seja, no quarto trimestre de 2022.
Em termos ajustados (desconsiderando outras receitas e despesas e o correspondente efeito financeiro e tributário), o Carrefour apresentou lucro líquido de R$ 520 milhões, queda de 5,4% frente ao mesmo período de 2022.
O resultado do Carrefour no 4T23 foi influenciado pelos custos, impactos contábeis e despesas que vieram do fechamento das lojas físicas.
A companhia apresentou, entre dezembro de 2023 e começo de 2024, o fechamento de 123 lojas, uma vez que o desempenho dos estabelecimentos foi inferior às perspectivas do Carrefour.
Dessas lojas consideradas “não rentáveis” pela empresa e que estão sendo fechadas, estão incluídas:
- 16 hipermercados;
- 94 lojas Todo Dia;
- 13 lojas Nacional e Bom Preço.
Essas 123 lojas de varejo vendidas ou fechadas de forma permanente fazem parte das “iniciativas de otimização de ativos do Grupo Carrefour Brasil”, diz o balanço do Carrefour, acrescentando que esse movimento gerou vendas líquidas de R$ 352 milhões.
As vendas líquidas do Carrefour somaram R$ 28,1 bilhões no 4T23, o que corresponde a uma baixa de 0,3% em relação à igual etapa de 2022. Assim, a receita líquida do Carrefour totalizou R$ 103,9 bilhões em 2023, com alta de 6,7% sobre o montante de 2022.
No que se refere às mesmas lojas, as vendas líquidas recuaram 5,5% no segmento de lojas de varejo, enquanto no Atacadão essas vendas tiveram baixa anual de 1,8%, comparando-se com o 4T23.
Além de Carrefour, confira outros destaques desta segunda-feira:
Itaúsa (ITSA4) anuncia dividendos adicionais de R$ 3,1 bilhões e 5 novas datas de pagamento; confira
- O conselho de administração da Itaúsa (ITSA4) anunciou o pagamento de dividendos adicionais no valor total de R$ 3,1 bilhões, referentes ao exercício de 2023.
- Os dividendos da Itaúsa equivalem a R$ 0,3005 por ação. A distribuição será feita em 8 de março de 2024, mas apenas aos investidores que tiverem ações da empresa até o final do dia 22 de fevereiro de 2024.
- Além dos dividendos adicionais, a companhia informou que pagará um montante líquido de R$ 2,5 bilhões na forma de juros sobre capital próprio (JCP). Esse pagamento também será realizado em 8 de março de 2024.
- Os juros sobre capital próprio da Itaúsa têm um valor bruto de R$ 0,2989 por ação, o que representa um valor líquido de R$ 0,254065 por ação.
- Os novos JCP da Itaúsa serão imputados ao valor do dividendo do exercício de 2023 e foram declarados pelo conselho de administração nas reuniões que aconteceram nos dias 20 de julho, 18 de setembro, 16 de outubro e 13 de dezembro do ano passado.
- Em resumo, o montante líquido anteriormente citado é de R$ 5,6 bilhões em dividendos e JCP. Esse valor, somado aos outros proventos relativos ao exercício de 2023, totaliza R$ 8,0 bilhões, correspondente a um dividend yield de 8,1%, tendo como base a composição atual do capital social e o valor da cotação de fechamento da ação ITSA4 hoje (19).
Americanas (AMER3) adia divulgação de balanços dos três primeiros trimestres de 2023
- A Americanas (AMER3) informou, por meio de fato relevante, o adiamento da divulgação dos balanços do 1T23, 2T23 e 3T23. O anúncio das informações financeiras estava previsto para acontecer nesta segunda-feira (19), após o fechamento do mercado.
- “A Americanas informa que, apesar do trabalho de elaboração das ITRs/23 já estar finalizado e dos procedimentos de auditoria terem sido substancialmente concluídos, ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança da Companhia”, diz a empresa.
- Com isso, o balanço da Americanas referente aos três primeiros trimestres de 2023 deve ser divulgado no próximo dia 26 de fevereiro, segunda-feira, antes da abertura do mercado.
- “Na mesma data, a Companhia conduzirá um conference call, aberto para seus investidores e mercado em geral”, completa a Americanas em fato relevante.
Vale (VALE3) diz que não houve decisão sobre processo sucessório de presidente
- A Vale (VALE3) informou que não houve qualquer decisão a respeito de uma eventual renovação do mandato de Eduardo Bartolomeu, atual presidente da companhia, bem como não houve definição sobre um possível processo sucessório para o cargo.
- O anúncio ocorre após a companhia ter sido questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre uma notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, no último dia 15 de fevereiro, o conselho de administração da Vale teria realizado uma reunião extraordinária para debater sobre o processo de sucessão ou renovação do presidente, mas não teria chegado a um acordo sobre o tema.
- “A Companhia reitera que não houve qualquer decisão tomada por seu Conselho de Administração quanto à eventual renovação do mandato do Presidente em exercício, com término previsto em 26 de maio de 2024, ou à realização de processo sucessório, motivo pelo qual a Companhia entendeu não ser necessária comunicação ao mercado”, diz o fato relevante.
- A mineradora, no entanto, afirmou que a política de sucessão de Eduardo Bartolomeu, atual presidente da Vale, está em curso, e que a decisão do conselho de administração será anunciada ao mercado assim que for tomada.
- “O processo está em curso, em conformidade com as legislações aplicáveis e com as melhores práticas de governança corporativa, presentes no Estatuto Social da Companhia. A decisão do Conselho de Administração sobre a renovação do mandato do atual Presidente ou a escolha de sucessor poderá ocorrer até o término previsto do mandato em vigor. A divulgação ao mercado ocorrerá uma vez tomada a decisão, observando regiamente as políticas internas e as legislações aplicáveis”, completa.
Nubank (ROXO34) vai ‘queimar a língua’ de analistas novamente?
- O Nubank (ROXO34) divulgará seu resultado do quarto trimestre de 2023 nesta quinta-feira (22), após uma sucessão de balanços que vieram acima das expectativas do consenso do mercado e ‘queimaram a língua’ de alguns analistas. Como resultado, as ações subiram 117% nas ações em 12 meses.
- O consenso do mercado financeiro estima um lucro de US$ 356 milhões de lucro do Nubank no 4T23. Contudo, alguns analistas possuem estimativas mais otimistas, como é o caso do UBS-BB, que espera US$ 412 milhões.
- “A sazonalidade do quarto trimestre normalmente é forte para a qualidade dos ativos e o volume de cartões de crédito. Esse efeito, juntamente com a forte dinâmica de faturamento do Nubank, poderia levar a resultados muito fortes para o 4T23″, diz a casa.
- Dentre os fatores apontados para justificar uma estimativa acima do consenso, os especialistas destacam que esperam que a base de clientes siga expandindo em um ritmo sólido, com o Nubank no 4T23 mostrando 93 milhões de clientes.
- Juntamente com isso, o UBS-BB destaca o crescimento sólido dos empréstimos, com o crédito consignado e o Pix no crédito ganhando força.
- “Nós esperamos expansão de empréstimos de 13% ante o trimestre anterior e 64% na base anual, com valorização cambial responsável por cerca de 3% disso. O crescimento dos empréstimos poderá ser forte em todas as áreas relevantes das linhas da fintech”, aponta.
- Atualmente o banco tem uma recomendação de compra para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 11,50 ao passo que os ativos negociam a cerca de US$ 10,30 na NYSE.
- Especialistas do Goldman Sachs, da mesma forma, tem estimativas quase 10% acima do consenso Bloomberg, em US$ 451 milhões para o lucro do banco no 4T23.
- Os analistas, da mesma forma, também reforçam dados de crescimento do Nubank que tem sido considerados fortes.
- “De acordo com os dados do Banco Central, a carteira de empréstimos da NU no Brasil aumentou 24% no trimestre (acima das nossas estimativas de 18%), enquanto o Inter cresce +8% no trimestre (ante nossas estimativas de 13%)”, diz a casa.
- Atualmente, o Goldman Sachs recomenda compra dos papéis com preço-alvo de US$ 13, levando em consideração um múltiplo de preço sobre lucro ajustado pelo crescimento de 0,5x.
- “Assumimos um crescimento dos lucros a médio prazo de 38%, o que leva a um P/E alvo de 19x para 2025, que aplicamos à nossa estimativa de lucro líquido e desconto de 13,4%. Além disso, vemos as ações sendo negociadas em 12,1x o preço sobre lucro estimado para 2025″, apontam os analistas.
PetroReconcavo (RECV3): banco recomenda compra e vê forte geração de caixa; entenda
- A PetroReconcavo (RECV3) teve uma produção média diária de 27,23 mil barris de óleo equivalente (boed) em janeiro, sendo 16,02 mil boed de petróleo e 11,20 mil boed de gás natural. Segundo o BTG Pactual, a produção de janeiro ficou em linha com o nível apontado pela empresa nos primeiros dias de janeiro, o que foi considerado positivo.
- “Embora o crescimento mensal significativo de 18,5% não seja uma grande surpresa, vemos como um fator positivo”, diz o BTG.
- O banco afirma que a PetroRecôncavo enfrentava gargalos causados por paradas e manutenções nos ativos midstream potiguar desde novembro, o que tem dificultado a capacidade do mercado de avaliar o potencial da empresa para aumentar a produção.
- No caso, a produção de 27 mil boe/d, que se alinha aos níveis de outubro e é 8% superior à média do primeiro semestre de 2023, deverá proporcionar algum conforto aos investidores quanto à normalização das operações, informam os analistas.
- “Acreditamos também que o mercado apreciará a maior monetização dos volumes de gás (mais de 90% da produção), já que as entregas de gás da empresa foram em média de apenas 48%, 76% e 55% no 4T23, 3T23 e 2T23, respectivamente”, comenta a equipe do BTG.
- Para o banco a companhia tem espaço considerável para melhorias em logística e eficiência operacional. Hoje, o BTG recomenda compra para as ações da PetroRecôncavo, com preço-alvo de R$ 39. “Vemos a empresa numa posição sólida para gerar forte geração de caixa a partir de 2025, suportando a nossa visão positiva.”
Nubank (ROXO34) lança CDB atrelado ao IPCA
- O Nubank (ROXO34) lança nesta segunda-feira (19) o CDB IPCA, um ativo de renda fixa que é prefixado e está atrelado ao IPCA, índice oficial de inflação do país.
- O CDB IPCA do Nubank está sendo disponibilizado de forma gradual aos correntistas do banco, em sete opções de acordo com o perfil de investidor.
- O investimento mínimo varia entre R$ 100 e R$ 1 mil, a depender da opção escolhida. As taxas prefixadas dos ativos de renda fixa do Nubank, contudo, ainda não foram detalhadas.
- O CDB IPCA conta com com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações até R$ 250 mil e não cobra taxa de corretagem.
- Vale destacar que ainda em janeiro a fintech já havia lançado um novo fundo de renda fixa com alocação majoritária em títulos públicos pós-fixados, chamado de Nu Selic Simples.
Gerdau (GGBR4) deve mostrar ‘enfraquecimento’ no próximo resultado, diz Genial
- A Gerdau (GGBR4) divulgará seus resultados trimestrais nesta terça (20), e os analistas da Genial investimentos esperam que a companhia mostre números ‘espremidos dos dois lados’. As expectativas são de R$ 920 milhões de lucro líquido, R$ 2 bilhões de Ebitda ajustado e R$ 15,5 bilhões de receita líquida.
- “Esperamos dados mais enfraquecidos e com um decréscimo na receita de único digito alto ante o trimestre anterior e queda substancial de duplo dígito para EBITDA e Lucro Líquido”, diz a Genial sobre o resultado Gerdau.
- Os analistas elencaram uma série de motivos para esperar um 4T23 da Gerdau mais fraco. Sobre o mercado nacional, os especialistas apontam que o setor automotivo mostrando os primeiros sinais de recuperação (válido para Aços Especiais), porém, indústria ainda com demanda baixa.
- Sobre o segmento de construção civil desacelerando, número de obras pode começar a sentir o efeito da redução de lançamentos imobiliários em 2024, em especial para o segmento de alta e média renda.
- “Ainda sobre construção, pensando no trimestre, os 4Ts geralmente apresentam sazonalidade em relação a demanda, considerando que o aumento do volume de chuvas reduz o andamento de obras, encurtando o volume de vendas de aço deste segmento”, observa a também a Genial sobre o balanço da companhia a ser divulgado.
- Por fim, os analistas destacam que enxergam a aceleração da taxa de penetração do aço chinês no consumo aparente brasileiro.
- “Embora reconheçamos que a Gerdau, com maior exposição a aços longos, esteja relativamente menos impactada do que suas concorrentes, a concorrência com produtos importados está resultando em uma generalizada guerra de preços no mercado interno, conforme já relatado em diversos relatórios anteriores”.
- A casa tem recomendação neutra para as ações da Gerdau, com preço-alvo de R$ 24,50. Atualmente os papéis GGBR4 são negociados a cerca de R$ 21.
Cargo de Abilio Diniz no Carrefour (CRFB3) ficará vago no momento, diz companhia
- Após o falecimento de Abilio Diniz na noite de domingo (18), o Carrefour (CRFB3) comunicou que os cargos do empresário ficarão, por ora, vagos.
- Conforme o Carrefour, o cargo de Abilio Diniz ficará vago até que o Conselho de Administração da companhia decida sua sucessão.
- O empresário ocupava o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração do Carrefour e, além disso, também presidia o comitê de talentos, cultura e integração da rede.
- A gestora de recursos do empresário, a Península, ainda não informou detalhes sobre a sucessão interna, dado que Abilio era o presidente da gestora.
- Atualmente a Península é o maior acionista individual do Carrefour. Conforme os dados do site de Relação com Investidores (RI) da companhia, a gestora detém uma fatia de 7,3% do capital social da varejista.
- Em relatório, analistas do JPMorgan destacaram que a morte de Abilio Diniz deve trazer mais volatilidade para as ações do Carrefour.
- “Acreditamos que ele vinha sendo uma voz importante em recentes mudanças na gestão do Carrefour, trazendo mais independência da França para os negócios locais, principalmente para o Atacadão, e na mudança de estratégia para acelerar iniciativas de reestruturação, incluindo o fechamento de lojas”, disse a casa.
- Os especialistas ainda afirmaram que acreditam que com a perda do empresário, fica a dúvida sobre a manutenção das mudanças internas na companhia, que eram defendidas por Abilio, considerada uma ‘voz forte e ativa’ no conselho da companhia.
Do Carrefour à Americanas, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.