Radar: Hapvida (HAPV3) anuncia programa de recompra de ações, BofA projeta dividendos extraordinários para Petrobras (PETR4) e analistas recomendam compra para B3 (B3SA3)
O conselho de administração da Hapvida (HAPV3) aprovou um novo programa de recompra de até 200 milhões de ações, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (15).
A iniciativa, segundo a maior operadora de plano de saúde do Brasil, tem como objetivo maximizar a geração de valor para os acionistas, por meio de uma administração eficiente da sua estrutura de capital. O novo programa de recompra de ações da Hapvida é válido pelo período de 18 meses.
Além de Hapvida, confira outros destaques desta quinta-feira:
Petrobras (PETR4): BofA projeta dividendos extraordinários e retornos maiores que as concorrentes em 2024
- No ano passado, a Petrobras (PETR4) divulgou seu Plano Estratégico 2024-2028, o que despertou interesse dos investidores sobre qual será o retorno de caixa da empresa em comparação com seus pares internacionais. Para 2024, o BofA prevê US$ 13,1 bilhões, o que equivale a um rendimento de 11,9%.
- “Dado o perfil da Petrobras, como uma empresa estatal, acreditamos que os investidores exigem um rendimento mais alto em comparação com seus pares para considerar a possível influência do governo sobre decisões estratégicas.”
- Segundo previsões da BofA, a Petrobras deve apresentar retornos de caixa totais de US$ 13,1 bilhões (rendimento de 11,9%) em 2024 e US$ 7,7 bilhões (rendimento de 7,0%) em 2025, assumindo preços do petróleo em US$ 80/barril neste ano e US$ 70/barril no ano que vem.
- Esses números superam as previsões para outras empresas do setor, que devem pagar cerca de 9,4% em 2024. Em 2025, contudo, as pares devem alcançar o patamar de 8,9%.
- Além disso, o BofA estima que a Petrobras provavelmente anunciará dividendos extraordinários, considerando sua geração de caixa positiva mesmo após o pagamento de dividendos regulares.
- “Observamos que a dívida líquida da Petrobras está bem abaixo do nível ideal da empresa – terminou o 3T23 com uma dívida líquida de US$ 43,7 bilhões. No futuro, como esperamos que a Petrobras continue gerando caixa, sua dívida líquida provavelmente diminuirá.”
- Vale ressaltar que as previsões para a Petrobras podem ser ainda mais favoráveis se a empresa conseguir aumentar sua produção e reduzir custos, o que poderia melhorar ainda mais seu retorno de caixa, informa o BofA.
B3 (B3SA3): Apesar de ‘números fracos’, Safra ainda recomenda compra das ações
- Apesar de considerar os dados operacionais da B3 (B3SA3) referentes a janeiro como ‘fracos’, analistas do Safra seguem otimistas com a companhia e recomendam compra das ações – com preço-alvo de R$ 19 – ao passo que os papéis são negociados abaixo dos R$ 13,
- “A B3 mostra números ainda fracos para as ações, principalmente devido à menor atividade do mercado em janeiro. No entanto, os números de Fevereiro são sequencialmente melhores (o ADTV até agora está em 24,6 bilhões, de acordo com dados do BDI)”, diz o Safra.
- “Nós mantemos nossa classificação de compra em B3SA3, como acreditamos que o valuation é atraente considerando que se trata de um jogo de valor, com poder de recuperação de lucros para os próximos dois anos (com sólido CAGR 2023–25 de 19%) e um negócio gerador de caixa que distribui mais de 100% em remuneração aos acionistas”, completa.
- Os analistas chamam atenção para o fato de que o volume de investidores de varejo seguiu aumentando em termos mensais (+1,6%, atingindo agora 5,0 milhões de pessoas).
Mercado Livre (MELI34): medidas de órgão regulador do México podem impactar a empresa?
- A Genial Investimentos reiterou sua recomendação de compra para os BDRs do Mercado Livre (MELI34), mesmo após a Cofece, órgão regulador do México, recomendar ao governo a adesão de medidas corretivas para evitar a falta de concorrência no e-commerce.
- A Genial coloca um preço-alvo de R$ 65,00 para o papel, cerca de 10% abaixo da cotação de fechamento do BDR do Mercado Livre nesta quarta-feira (14), que fora de R$ 72,21.
- A Cofece tem se mostrado “preocupada” com a pouca concorrência existente no e-commerce atual do México. O regulador antitruste verificou que Mercado Livre e a Amazon são “responsáveis” por pelo menos 85% do total de transações do comércio eletrônico.
- Para o órgão, um agravante disso é o fato de haver uma grande concentração de vendedores e compradores sobre somente um marketplace.
- Por essa razão, a recomendação do órgão é de que o governo mexicano adote “medidas corretivas” nos próximos 6 meses, o que incluiria um programa visando gerar uma transparência maior das empresas em relação aos prestadores de serviços, e a exigência de se separar a aderência ao marketplace dos serviços de streaming.
- O Mercado Livre se posicionou diante das considerações feitas no relatório da Cofece, e se mostrou disposto a cooperar. Por outro lado, destaca que, como não existe nesse momento alguma investigação em relação a possíveis ações monopolistas, uma eventual resolução formal da Cofece não implicaria em sanções econômicas.
Vale (VALE3) deve seguir BHP e elevar provisões para a Samarco, diz Itaú BBA
- A BHP anunciou nesta quinta-feira (15) que aumentará sua provisão para o rompimento da barragem da Samarco – joint venture entre a mineradora australiana e a Vale (VALE3) – em US$ 3,2 bilhões (depois de impostos) em seu relatório de resultados, que será publicado no próximo dia 20 de fevereiro.
- Isso elevará o montante total das provisões para US$ 6,5 bilhões (a partir do ano 2023).
- De acordo com a BHP, o valor servirá para cobrir os custos de resolução de todos os aspectos, tanto da reivindicação do Ministério Público Federal quanto das obrigações do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
- O acordo abrange, portanto, não apenas os 42 programas ambientais e socioeconômicos que visam mitigar os impactos do rompimento da barragem, mas também os R$ 155 bilhões (US$ 32 bilhões) para reparação, indenização e danos morais que o Ministério Público pediu à BHP, Vale e Samarco.
- Em relatório, o Itaú BBA acredita que as provisões extras provavelmente serão feitas pela Vale e que um montante de US$ 3,5 bilhões está dentro das expectativas.
- Pelo cálculo dos analistas do banco, a Vale precisaria fazer um investimento adicional de US$ 3,5 a 3,6 bilhões em provisões para igualar os US$ 6,5 bilhões que a BHP reportará para o ano de 2023.
- “Observamos que as potenciais provisões adicionais representam aproximadamente 6% do valor de mercado e, portanto, significativas do ponto de vista do valuation”.
- O banco acredita que os investidores já estavam contabilizando as provisões adicionais da Vale, totalizando US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões, e por isso, não espera que o montante seja uma surpresa, embora existam questões importantes quanto ao valor final a ser desembolsado por cada empresa, como:
- Escopo e custo dos programas;
- Resultados potenciais de recursos e acordos;
- Capacidade da Samarco de financiar diretamente as obrigações: o Itaú BBA acredita que chegar a um acordo com o governo resolveria um overhang (excesso de ações no mercado que levam à pressão de preços) para a empresa, o que poderia ser lido como positivo para o médio prazo.
- O Itaú BBA tem recomendação ‘outperform’, equivalente a compra, para as ações de Vale, com preço-alvo a US$ 18.
Berkshire Hathaway (BERK34) zera Stone na carteira e Nubank (ROXO34) vira maior representante do Brasil na holding
- O Nubank (ROXO34) atualmente figura como a principal empresa brasileira com fatias compradas pela Berkshire Hathaway (BERK34). A empresa de Warren Buffett, 93 anos, encerrou a posição que mantinha na Stone desde outubro de 2018, no IPO da fintech.
- O processo da Berkshire em se desfazer das ações da Stone estava em andamento desde o ano passado, quando a companhia vendeu no quarto trimestre de 2023 cerca de 10,7 milhões de papéis. Os dados foram revelados no formulário F13 da empresa, relatando a venda integral dos papéis. De acordo com o documento, a venda equivale a um total de US$ 114,120 milhões.
- Os papéis da Stone chegaram a atingir sua máxima em 2021, precificadas a US$ 94,09. Seu IPO foi de US$ 24 (preço de entrada da Berkshire) e atualmente os papeis estão cotados a menos de US$ 18,00.
Da Hapvida à B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.