Ibovespa fecha em alta de 2,21%, aos 130 mil pontos; Bradesco (BBDC4) sobe 6% e Embraer (EMBR3) lidera perdas. Dólar cai
O Ibovespa abriu a sessão desta terça-feira (06) em alta e vinha superando aos 130 mil pontos ao longo da tarde. O índice fechou em alta de 2,03%, aos 130.416 pontos.
O otimismo é embasado em alguns fatores, como novos estímulos na China, notícias corporativas internas e o reforço de que o juro básico continuará caindo meio ponto porcentual à frente, conforme a indicação da ata do Copom, divulgada mais cedo. Na semana passada, a Selic caiu de 11,75% para 11,25% ao ano.
Os balanços também seguem movimentando a bolsa brasileira. Ontem à noite, foi a vez do Itaú (ITUB4) reportar seus números do terceiro trimestre, com alta de 22,6% no lucro na base anual, para R$ 9,401 bilhões.
Os investidores avaliam ainda a decisão do Bradesco (BBDC4) e do Banco do Brasil (BBAS3) de realizar uma oferta unificada para tirar a Cielo da Bolsa, e a Natura iniciando estudos para separar Natura Latam e Avon.
O petróleo fechou em alta (Brent para abril avançou 0,77% e WTI para março ganhou 0,73%), enquanto a Petrobras sobe ainda mais: Petrobras ON (PETR3) sobe 1,56% a R$ 42,99 e Petrobras PN (PETR4) ganha 1,31% a R$ 41,75.
A Vale (VALE3) avança 1,82% a R$ 66,71, de olho em estímulos na China, mesmo após o minério de ferro ter fechado em queda nesta madrugada na Ásia.
Entre as maiores altas, está o Bradesco (BBDC4), +6,21% a R$ 16,43, seguido por Eletrobras (ELET3), +5,14% a R$ 42,93, Petrorecôncavo (RECV3), +4,83% a R$ 22,99 e Natura (NTCO3), +6,29% a R$ 17,07.
Na ponta negativa, Embraer (EMBR3) lidera as perdas com -3,52% a R$ 21,89. Localiza (RENT3), -2,81% a R$ 52,23 e Hapvida (HAPV3), -2,34% a R$ 3,76, completam a lista dos maiores recuos.
Mercado em NY
As bolsas de Nova York abriram em direção mista, mas ainda nos primeiros minutos da sessão, se acomodaram no campo positivo.
O mercado em NY aguarda discursos de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Os investidores buscarão sinais sobre quando se iniciará o processo de queda dos juros nos EUA, após o presidente do Fed, Jerome Powell, descartar recuo em março, elevando as incertezas até mesmo em relação a uma redução das taxas em maio.
Confira o desempenho dos índices no fechamento:
- Dow Jones: +0,37% a 38.521 pontos
- S&P500: +0,23% a 4.954 pontos
- Nasdaq: +0,07% a 15.609 pontos
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Cotação do dólar
A cotação do dólar hoje fechou em queda de 0,39% a R$ 4,9622.
O real é beneficiado, por enquanto, pela alta do petróleo e notícias sobre medidas de estímulo na China. Ontem, o dólar à vista fechou aos R$ 4,9818, depois de ultrapassar os R$ 5,00 na máxima do dia (R$ 5,0181) afetado pela perspectiva de início de corte de juros nos EUA possivelmente no segundo trimestre após sinais de dirigentes do Fed e dados de serviços acima do esperado.
Bolsas asiáticas: China avança com novos estímulos
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira (06), com as chinesas se recuperando de forma vigorosa após sinais de apoio oficial.
Na China continental, os mercados exibiram robustos ganhos, depois de caírem por seis pregões seguidos em meio a preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo. Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto avançou 3,23% hoje, a 2.789,49 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto saltou 5,14%, a 1.506,79 pontos, no seu melhor dia desde fevereiro de 2019.
Em comunicado, o regulador de mercado chinês encorajou empresas a conduzir recompras de ações, declarar dividendos e a tomar outras iniciativas para impulsionar seu valor. Já o Central Huijin Investment, fundo soberano que controla bancos estatais da China e grandes empresas, prometeu ampliar suas compras de ações.
Além disso, o presidente da China, Xi Jinping, deverá ter uma reunião com autoridades para discutir a recente fraqueza dos mercados acionários, segundo fontes anônimas ouvidas pela Bloomberg.
Em Hong Long, o Hang Seng teve ganho de 4,04%, o maior para um único dia desde julho de 2023, encerrando a sessão em 16.136,87 pontos.
Outros mercados da Ásia sentiram o mau humor das bolsas de Nova York, que ontem caíram de forma generalizada com reforço da mensagem de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não está com pressa de começar a reduzir juros. O índice japonês Nikkei caiu 0,53% em Tóquio, a 36.160,66 pontos, e o sul-coreano Kospi recuou 0,58% em Seul, a 2.576,20 pontos. Em Taiwan, não houve negócios hoje em função de um feriado.
Na Oceania, o mercado australiano ficou no vermelho pelo segundo pregão consecutivo, também sob o peso de Wall Street e após o RBA – como é conhecido o BC do país – manter seu juro básico no atual nível de 4,35%. O S&P/ASX 200 caiu 0,58% em Sydney, a 7.581,60 pontos.
Europa fecha em alta
As bolsas europeias fecharam em alta, após dados alemães melhores do que o esperado e sinais de novos estímulos na China. A bolsa de Londres se destacou e subiu quase 1%, em meio à postura de uma integrante do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) em defesa de cortes nas taxas de juros. Entre as empresas que anunciaram balanços, a petrolífera BP subiu com lucro acima do esperado. O UBS recuou, depois do anúncio de prejuízo diante dos ajustes motivados pela sua integração com o Credit Suisse.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,90%, aos 7.681,01 pontos. O DAX, de Frankfurt, avançou 0,76%, para 17.033,24 pontos. Em Paris, o CAC-40 subiu 0,65%, aos 7.638,97 pontos.
Em entrevista ao Financial Times, a economista Swati Dhingra, membro externo do BoE, afirmou que não vê motivos para o risco de se provocar “efeitos negativos mais profundos” sobre a economia do Reino Unido, considerando que o nível restritivo permaneceria mesmo com uma redução moderada das taxas de juros. No noticiário macroeconômico, as encomendas à indústria alemã deram um salto de 8,9% em dezembro ante o mês anterior. A previsão de analistas era de queda de 0,3%. Já na zona do euro, as vendas no varejo recuaram 1,1% no mesmo período, variação que veio quase em linha com o consenso.
Os papéis da BP saltaram 5,81% e responderam pela principal alta porcentual do FTSE, em Londres, após a empresa petrolífera lucrar mais do que o esperado no quarto trimestre de 2023 e revelar planos para acelerar recompras de ações. A empresa teve lucro subjacente com base nos custos de reposição de US$ 2,99 bilhões, menor do que o ganho de US$ 4,8 bilhões do mesmo intervalo do ano anterior. O resultado, porém, superou o consenso de analistas levantado pela própria empresa, de US$ 2,77 bilhões.
Em Zurique, a ação do UBS cedeu 4,28%. O banco teve prejuízo líquido de US$ 279 milhões no quarto trimestre de 2023, abaixo dos US$ 285 milhões esperados pelos analistas. A receita subiu 35% na mesma comparação, a US$ 10,86 bilhões, mas foi menor do que a projeção de US$ 11,04 bilhões, segundo consenso fornecido pelo próprio banco. O banco informou ainda que cortará empregos, à medida em que elevou a meta de redução de custos para US$ 13 bilhões até o fim de 2026.
Em Milão, outro banco italiano trouxe dados acima do esperado. O Intesa Sanpaolo subiu 1,06% após lucro e receita superarem as projeções no quarto trimestre. O índice amplo FTSE MIB terminou o pregão em alta de 0,53%, aos 31.116,75 pontos.
Em Madri, o IBEX-35 avançou 0,62%, aos 10.003,20 pontos. Em Lisboa, o PSI-20 ganhou 0,21%, aos 6.236,62 pontos.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo
Ibovespa na segunda-feira
O Ibovespa fechou a sessão de ontem (05) em alta de 0,32%, aos 127.593,49 pontos.