Coronavírus e gripe aviária podem aumentar a demanda por carne brasileira na China, diz ABPA

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), informou à agência de notícias “Reuters”, as questões sanitárias e alimentares na China, além do coronavírus, levantam preocupações que se traduzem em uma “tempestade perfeita” para os produtores de proteínas na América do Sul, sobretudo o Brasil.

No último sábado (1), a China anunciou oficialmente que está em meio à um surto de gripe aviária. Além disso, milhares de frangos podem apresentar um quadro de desnutrição devido ao isolamento (“lockdown”) na província de Hubei, epicentro do coronavírus. A epidemia respiratória já matou mais de 400 pessoas e infectou cerca de 20,4 mil no país.

Segundo a agência de notícias “Bloomberg”, o lockdown ameaça a vida de mais de 300 milhões de frangos, de acordo com cartas da associação de produtores de Hubei.

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Os produtores pecuários chineses ainda enfrentam, desde o final de 2018, os efeitos da peste suína africana, doença que matou cerca de 50% da criação de porcos do país asiático, a maior do planeta.

“Peste suína africana, coronavírus e a gripe aviária influenciam os hábitos do consumidor e podem aumentar a demanda chinesa por carnes do Brasil”, afirmou o presidente da ABPA, Francisco Turra. “Nossos representantes na China nos contam que a grande preocupação deles é a segurança alimentar”, disse Turra.

Empresas brasileiras podem se beneficiar

Refletindo tal concepção, as maiores empresas exportadoras de proteínas do Brasil operaram em alta na B3 na última segunda-feira (3). A JBS (JBSS3) fechou com uma alta de 1,96%, enquanto a Marfrig (MRFG3) terminou o pregão com uma valorização de 2,55%. Já a BRF (BRFS3), maior exportadora de frangos do mundo, fechou em alta de 3,34%.

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Ainda de acordo com o executivo, o Brasil é um produtor seguro de carnes, e pode acabar se beneficiando do quadro atual chinês. O País nunca apresentou um caso de gripe aviária ou peste suína africana.

Segundo ele, a China poderá ter que atender ao menos parte da demanda adicional por frango importado. Em 2019, o gigante asiático processou aproximadamente 6 bilhões de aves.

Antes dos problemas derivados das epidemias que assolam o país, segundo Turra, era esperado que a China produzisse por volta de 12 milhões de toneladas de frango em 2020, enquanto o Brasil deve produzir cerca de 14 milhões de toneladas.

Segundo dados da BPA, antes do coronavírus, em 2019, as importações de frango do Brasil pela China cresceram 34%. Já a exportação de suínos foi elevada em 61%.

Jader Lazarini

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