Planos de previdência são uma boa alternativa para aposentadoria?
Os planos de previdência são um tipo de investimento privado que guardam recursos para quem quer se aposentar. Nestes planos, o investidor aplica seus recursos a longo prazo e depois recebe seu dinheiro de volta com juros pré-estabelecidos.
Cerca de 57% dos consumidores brasileiros com mais de 60 anos não possuem qualquer tipo de reserva financeira para aposentadoria, como planos de previdência, ou investimentos. Os dados fazem parte de um levantamento, divulgado em junho do ano passado, que foi realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Embora o número seja alto, no Brasil, existem diversas formas de formar uma reserva para o futuro. Além da Previdência Social, que é o sistema brasileiro de aposentadoria pública, há também a Previdência Complementar, que consiste em um investimento privado. Ao aplicar na aposentadoria privada, é possível optar por diversos planos de aposentadoria.
Segundo a professora de finanças da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Virgínia Prestes, os planos de previdência possuem vantagens e desvantagens.
Entre as principais vantagens, há o incentivo à poupança de longo prazo e a possibilidade de portabilizar tanto a instituição financeira que oferece o plano quanto o produto adquirido.
Em contrapartida, entre as desvantagens estão o pagamento de uma taxa de administração para a instituição responsável e a não isenção do Imposto de Renda.
Quais são os tipos de planos de previdência?
Os planos são divididos em duas categorias: planos abertos e planos fechados. Os planos abertos podem ser adquiridos por qualquer pessoa, visto que são vendidos livremente em instituições financeiras. A superintendência de Seguros Privados (Susep) do Ministério da Economia é responsável pela regulação desta categoria.
Dentro dos planos abertos, o investidor pode optar por dois tipos, sendo eles: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
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Os planos PGBL estão voltados para pessoas que declaram Imposto de Renda (IR) utilizando o modelo completo, ou seja, aproveitando benefícios fiscais. As pessoas que utilizam esta modalidade estão habilitadas a deduzir as contribuições realizadas em sua renda bruta tributável. Ou seja, a tributação paga em forma de IR será cada vez menor.
A segunda modalidade, a VGBL, é destinada para pessoas que declaram o Imposto de Renda no modelo simplificado. Isso porque este plano não possui o benefício fiscal do anterior. No entanto, ao resgatar os recursos aplicados, neste caso, o Imposto de Renda incidirá somente sobre os rendimentos e não sobre o valor das contribuições, como ocorre no PGBL.
Já os planos fechados, também denominados fundos de pensão, são desenvolvidos por empresas ou entidades e só podem ser utilizados por um grupo seleto de pessoas, como funcionários ou associados. A fiscalização desta modalidade é realizada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) do Ministério da Economia.
Vale a pena investir nestes planos?
De acordo com analista da Suno Research, Gabriela Mosmann, os planos de previdência podem ser interessantes para algumas pessoas. No entanto, é necessário analisar alguns critérios para não ser penalizado com este tipo de aplicação.
Segundo a analista, estes planos podem ser benéficos para pessoas que conseguem se organizar mensalmente para guardar parte dos recursos que recebem. Isso porque ao investir nesta modalidade o valor aplicado só poderá ser resgatado a longo prazo, obrigando o investidor a manter o dinheiro.
Visto que os recursos investidos nestes planos só podem ser resgatados a longo prazo, Prestes complementou ainda que este tipo de aplicação só é interessante para quem pretende poupar dinheiro por, no mínimo, dez anos.
Além disso, os planos podem ser interessantes para pessoas que buscam se disciplinar para investir mensalmente, visto que algumas modalidades já retiram parte do salário do contribuinte de forma automática.
No entanto, Mosmann salientou que é importante buscar por boas ofertas dentre as que estão disponíveis no mercado.
“A maioria dos planos de previdência disponível no mercado não são bons. Não por causa do plano de previdência em si, mas por serem produtos ruins. Se a pessoa consegue encontrar um bom produto, com características boas e com uma boa gestão, pode ser interessante”, afirmou a analista.