Engie (EGIE3): analistas rebaixam recomendação após venda da fatia da TAG; entenda os motivos
A venda pela Engie (EGIE3) de fatia da Transportadora Associada de Gás (TAG) é um evento negativo para a empresa, diz a Genial Investimentos, que rebaixou a recomendação para venda das ações. Para os analistas da Genial, não houve avaliação do ativo de maneira adequada.
“A avaliação implícita do ativo sub-avalia a TAG de acordo com as nossas estimativas em nosso modelo proprietário”, afirma a Genial.
A casa diz que vê múltiplos muito baixos e que não precificam a grande rentabilidade do ativo, altas margens, contratos de longo prazo, potencial de crescimento e prêmio de controle.
No modelo dos analistas, a fatia de 32,5% da TAG na empresa é avaliada em R$ 9,2 bilhões, com avaliação de implícita de R$ 6,7 bilhões. A transação realizada pela Engie foi de R$ 3,113 bilhões, sujeitos a ajustes usuais de preço.
Além disso, os analistas da Genial observam que os atuais níveis de preço da EGIE3 não apresentam potencial de valorização interessante. “Nosso preço-alvo atual sequer considera a destruição de valor implícita em relação à nossa avaliação da fatia que a TAG tem na empresa”. lembram os analistas.
Dessa forma, a Genial recomenda vender as ações da Engie, com preço-alvo de R$ 42. Hoje os papéis da empresa estão cotados a R$ 45,33.
Engie vende fatia de 15% na TAG por R$ 3,1 bilhões
A Engie Brasil, maior empresa privada de geração 100% renovável do País, e a CDPQ, grupo de investimento global, sócios na Transportadora Associada de Gás (TAG), anunciaram nesta quinta-feira (28) um acordo de venda de 15% da participação da Engie para a CDPQ. A transação está avaliada em R$ 3,113 bilhões, sujeitos a ajustes usuais de preço.
A conclusão da operação financeira da Engie com a TAG, contudo, está prevista para o final de janeiro de 2024, observadas as condições precedentes definidas no contrato de compra e venda. O anúncio segue a aquisição prévia de 90% do capital da TAG pela Engie e CDPQ, em junho de 2019. Em 2020, Engie e CDPQ concluíram a aquisição das ações restantes.
Para a Engie, o objetivo do negócio com a TAG é promover a rotação de ativos e concentrar a atenção no plano de investimentos da companhia em geração e transmissão de energia elétrica.
Com a transação de hoje, a Engie S.A. manterá seu capital de 32,5% na empresa e a Engie Brasil Energia reduzirá a sua participação de 32,5% para 17,5%, permanecendo vinculada ao acordo de acionistas da TAG, enquanto a CDPQ atingirá 50% na companhia.
“A venda parcial da participação da Engie Brasil Energia na TAG está alinhada ao nosso plano de investimentos em novas plantas renováveis e transmissão de energia, possibilitando a melhor alocação de capital nos dois segmentos que estão no centro da nossa estratégia de crescimento”, diz Eduardo Sattamini, diretor-presidente da companhia.
Segundo Eduardo Takamori, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Engie Brasil, o desinvestimento parcial na TAG é uma “opção atrativa” para implementar uma rotação de ativos, em momento em que a companhia possui um pipeline sólido de projetos em implantação, “sem aumentar a pressão sobre a alavancagem, ratings e payout”, explicou.
Conforme Emmanuel Jaclot, vice-presidente executivo e chefe de Infraestrutura da CDPQ, a TAG tem apresentado forte performance desde o investimento inicial, há cerca de cinco anos.
“O anúncio de ontem é consistente com a estratégia da nossa equipe de investimentos em infraestrutura: neste caso, reinvestir em uma empresa do nosso portfólio com ativos bem contratados, liderada por uma equipe de gestão experiente – e no Brasil, um país onde temos a ambição de continuar crescendo nosso portfólio nos próximos anos”, disse Jaclot sobre a venda da fatia da Engie na TAG para a CDPQ.
Desempenho anual das ações da Engie
Cotação EGIE3
Com Estadão Conteúdo