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2023: um ano especial para o Mundo Open

O ano de 2023 abriu muitas portas para novas oportunidades dentro do Universo Open. Para as empresas, aproveitar essas vantagens é transformar vidas e negócios, direcionando esforços para o crescimento e para o sucesso

Desde seu surgimento, em 2020, o Mundo Open propõe algo inédito e atraente: aumentar o acesso, a transparência, a colaboração e a liberdade de uso e distribuição de recursos, informações ou tecnologias em diferentes contextos, a partir do compartilhamento de dados. Três anos depois, colhemos os resultados desse projeto que, em breve, deve transformar a forma como vivemos hoje.

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No caso do Open Finance, que aqui no Brasil é fiscalizado pelo Banco Central (BC), é possível contabilizar resultados expressivos nos dois primeiros anos de operação: no início de 2023, eram 22 milhões de consentimentos ativos e 15 milhões de consumidores participantes, incluindo, além de dados financeiros, informações de seguros, investimentos e câmbio. Foi o suficiente para que o projeto se tornasse referência mundial.

No mês de fevereiro, foi comemorado o marco de dois anos da implementação do Open Finance no Brasil – um feito do qual podemos nos orgulhar pelos números impressionantes. Inclusive, o de 800 instituições participantes, entre obrigatórias e facultativas, incluindo bancos, fintechs e cooperativas de crédito. Aliás, o BC tem realizado um excelente trabalho com as principais empresas, posicionando o Brasil como destaque global.

Não é exagero afirmar que estamos mais bem posicionados para os próximos passos no futuro do que qualquer outro país no mundo. Haja visto o Reino Unido, que liderou a iniciativa do Open Banking, porém não tem mostrado evolução na mesma intensidade.

Para se ter uma ideia de como o Mundo Open evoluiu por aqui, um levantamento recente realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com os bancos associados que participam do projeto indica que 45 produtos e serviços já foram disponibilizados aos clientes, incluindo agregadores financeiros, iniciação de pagamentos, soluções para oferecer propostas de crédito mais vantajosas, além de serviços focados em cashbacks e tarifas.

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Mas não é só o Open Finance que merece destaque. O ano de 2023 foi especial também para criar oportunidades em diferentes áreas e setores, sobretudo seguindo os princípios de transparência, colaboração e interoperabilidade entre sistemas.

No setor elétrico, por exemplo, empresas já encaminharam à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o pedido de sandbox regulatório sobre o Open Energy, que é um ambiente experimental temporário para testar o compartilhamento de dados dos consumidores de energia elétrica. O pedido recebeu apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

O Open Energy começa a ser aplicado a partir do momento que as distribuidoras passam a disponibilizar os dados de consumo do titular de forma interoperável, com um canal de comunicação unificado. Em outras palavras, é preciso uniformizar os protocolos de comunicação e permitir que aquela informação, que pertence ao consumidor, possa ser acessada por ele ou por
quem ele autorizar, sempre com consentimento.

O setor da saúde também não fica para trás quando o assunto é o Mundo Open. O Ministério da Saúde está introduzindo um projeto maior, o Open Health (que diferentemente do Open Finance, que se concentra no compartilhamento de informações financeiras, os dados são relacionados à saúde e considerados mais sensíveis). A plataforma busca estimular a concorrência no mercado de planos de saúde e promover maior qualidade no acesso à contratação de planos de saúde.

A introdução do Universo Open na área da saúde é uma necessidade em virtude da descentralização dos dados. Na prática, o Open Health deve funcionar a partir do consentimento do usuário, que poderá optar por compartilhar dados cadastrais do plano de saúde (cadastrados e ativos na ANS). Isso facilitará a contratação de serviços privados de saúde e aprimorará a portabilidade de carências ao trocar de plano.

Sem dúvida, o ano de 2023 abriu muitas portas para novas oportunidades dentro do Universo Open. Mas não poderia ser diferente: para as empresas, aproveitar essas vantagens é transformar vidas e negócios, direcionando esforços para o crescimento e para o sucesso. De agora em diante, só teremos bons cases para contar.

*Juan Ferres é CEO da Teros.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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