IPCA e decisões sobre juros na ‘Super Quarta’: veja o que mais acompanhar ao longo desta semana
Após uma semana agitada de indicadores, os próximos dias prometem ser ainda mais animados aqui no Brasil, com o anúncio do IPCA de novembro na terça, além da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) na “Super Quarta” – neste dia, o mercado também fica atento à divulgação do Fomc, do Federal Reserve, nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (11), serão apresentados os dados semanais do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), pelo FIPE, boletim Focus do Banco Central – que incluem dados de IPCA – além da balança comercial.
Na terça (12), antes da “Super Quarta“, será divulgado o IPCA de novembro, além dos números do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de dezembro, anunciados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O IPCA será importante para guiar não só a decisão de juros no Brasil, como sinalizar o que vem pela frente.
Na quarta-feira (13), um dia depois do resultado do IPCA, os investidores ficam atentos à decisão da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic. No mesmo dia da reunião do Copom, o IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Serviços, com dados da receita do setor de serviços de outubro, além dos números de Fluxo Cambial pelo Banco Central (BC).
Já na quinta-feira (14), após os dados de IPCA e a reunião do Copom, é dia de conhecer os números de vendas no varejo, com a divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio de outubro.
A semana termina com a apresentação do índice IBC-Br de atividade econômica pelo Banco Central de outubro, e pelo IGP-10 de dezembro, anunciado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na sexta-feira (15).
Agenda da semana na política
Na agenda política, o Congresso corre contra o tempo antes do recesso parlamentar. A ideia é aprovar praticamente toda a agenda econômica para viabilizar um déficit fiscal próximo de zero no ano que vem.
Entre os destaques, está a medida provisória que trata da subvenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a taxação das bets (apostas esportivas), análise dos vetos de Lula, a votação da LDO de 2024 e a reforma tributária.
Ainda nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, promete analisar no plenário as alterações feitas pelo Senado na PEC que muda o regime fiscal no Brasil.
Na quinta-feira (14), está marcada sessão conjunta do Congresso para analisar todos os vetos presidenciais que estão pendentes, como os do arcabouço fiscal, ao Carf, à desoneração da folha de pagamento e ao marco temporal.
Um dia antes, na quarta (13), devem ser realizadas no Senado as sabatinas de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet à PGR. Apesar de fortes resistências da oposição, Dino deve ser aprovado. O Planalto articula para dar a ele vitória semelhante à de Cristiano Zanin, com 50 a 55 votos no plenário.
No domingo (10), tomou posse o novo presidente da Argentina, Javier Milei. Em discurso, defendeu “tratamento de choque” e “um forte ajuste nas contas públicas”, porque “não há dinheiro, nem espaço para o gradualismo”.
O agora presidente da Argentina reconheceu que será um “primeiro gole amargo” para começar a reconstrução da Argentina, que, “a curto prazo, a situação vai piorar”, que, “vai afetar o nível de atividade, do emprego, dos salários e do número de pobres e indigentes”.
Bolsas asiáticas fecham em alta, após CPI da China
As bolsas asiáticas tiveram fechamento em geral positivo nesta segunda-feira (11), com investidores avaliando números da inflação da China, que chegaram a pesar em parte do dia em Xangai. Entretanto, esta bolsa retomou fôlego durante o pregão e terminou em alta, com ganhos também em Tóquio.
A Bolsa de Xangai fechou com ganho de 0,74%, em 2.991,44 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,95%, a 1.951,40 pontos. Segundo a diretora de pesquisa em varejo do Maybank, Sonija Li, o sentimento foi apoiado pela sinalização do comando do governo da China, na sexta-feira, de uma abordagem proativa na política fiscal para garantir estabilidade econômica.
O quadro, porém, chegou a ser negativo hoje no mercado acionário chinês. No fim de semana, foi informado que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,5% em novembro, na comparação anual, quando analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam baixa menor, de 0,2%. No mês, o CPI também caiu 0,5%.
Já o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) teve baixa de 3,0% na comparação anual e de 0,3% ante outubro, quando analistas previam queda de 2,9% no ano. A Capital Economics comentava que a baixa na inflação de serviços do país era fonte de preocupação. A consultoria acredita que a inflação chinesa deve seguir fraca no curto prazo, mas não crê no risco de espiral deflacionária.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng foi na contramão da maioria e caiu 0,81%, a 16.201,49 pontos. Os números fracos da inflação na China pesaram mais nesse mercado, ao refletir demanda doméstica fraca na potência asiática e também o poder limitado das empresas para estabelecer preços, na avaliação de Redmong Wong, estrategista do Saxo. O setor de tecnologia esteve entre as baixas, com JD.com em queda de 6,25% e Meituan, de 3,6%. Já Lenovo subiu 3,1%.
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 1,50%, em 32.791,80 pontos. A fraqueza do iene impulsionou ações de exportadoras japonesas. Entre destaques, Tokyo Electric Power subiu 15% e Chubu Electric Power, 5,5%.
O índice Kospi, da Bolsa de Seul, subiu 0,30%, para 2.525,36 pontos. Ações dos setores de defesa, robótica e biotecnologia avançaram. Em Taiwan, o índice Taiex registrou ganho de 0,20%, a 17.418,34 pontos.
Na Oceania, na Bolsa de Sydney, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,06%, a 7.199,00 pontos. Ações ligadas ao consumo apoiaram o quadro positivo, enquanto o setor financeiro ficou mais próximo da estabilidade, em alta de 0,2%, e papéis de mineradoras de minério de ferro tiveram quadro misto.
Bolsas da Europa operam sem sinal único, no início de semana de decisões de BCE, BoE e Fed
Os mercados acionários da Europa ostentam tom em geral negativo, nas primeiras horas de negócio desta semana, mas Paris subia e Frankfurt tentava firmar ganho modesto.
Esta segunda-feira (11), é dia de agenda fraca, com maior expectativa pelo restante da semana, com decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Confira os índices perto das 8h10 desta segunda:
- Londres (FTSE100): -0,66%
- Frankfurt (DAX): -0,03%
- Paris (CAC 40): -0,10%
- Madrid (Ibex 35): -0,25%
- Europa (Stoxx 600): -0,18%
Na terça-feira (12), haverá leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA, e na região teremos dados importantes nos próximos dias, como a produção industrial na zona do euro e no Reino Unido. Mas o foco principal está nas decisões de política monetária, com especulações entre investidores sobre quando começariam ciclos de relaxamento pelos bancos centrais, que tendem a apoiar as bolsas.
O Rabobank afirmou em relatório que o mercado tem especulado sobre a chance de o BCE atuar de modo mais agressivo para reduzir juros, mais adiante. Já o Société Générale advertiu que não se devia esperar nesta semana alguma sinalização de corte pelo BCE, em quadro de inflação ainda bem acima da meta de 2% na zona do euro, com incertezas elevadas. O Danske Bank, por sua vez, disse que esperava “uma bonança generalizada” pelos bancos centrais globais, com manutenção de juros dos dois lados do Atlântico nesta semana.
Entre ações em foco, Anglo American chegou a cair mais cedo, mas avançava 1,34% em Londres, no horário citado. Com isso, o papel recuperava modestamente as perdas de 18,97% vistas na sexta-feira, quando desagradou o anúncio de que a gigante de mineração reduziria a produção de uma série de commodities, para cortar custos.
Todo este cenário pode ter alguma repercussão nas negociações do Ibovespa hoje, que fechou a sessão de sexta-feira (8) em alta de 0,86% aos 127.093,57 pontos.
No Brasil, a semana terá como destaques anúncio do IPCA de novembro na terça, além da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta.
*Com informações de Estadão Conteúdo