‘Com Selic caindo para um dígito, é hora de tomar mais risco’, diz estrategista-chefe da XP
No ambiente atual, de Ibovespa a 127 mil pontos, o time de Research da XP segue convicto da tese de ‘bolsa barata’, e destaca que com a redução paulatina da taxa básica de juros, a Selic, a bolsa deve mostrar uma recuperação – e consequentemente esboçar uma alta.
Em coletiva com jornalistas nesta segunda (4), Fernando Ferreira, Estrategista chefe e Head de Research na XP, destaca que ‘é hora de tomar mais risco’, frisando que a queda da Selic é algo relativamente inevitável, apesar dos ruídos no lado fiscal.
Além disso, Ferreira, da XP, ainda acrescenta que o ambiente externo é um ponto de atenção.
“Ainda vemos a bolsa como atrativa, acreditamos na volta do fluxo, na medida em que a Selic caminha para ficar em um dígito. Mas, isso levando em consideração que o cenário externo ainda tem complexidades e obviamente levando em consideração o perfil do investidor“, analisa.
A projeção vai em linha com o último relatório da XP Research sobre o Ibovespa, em que a casa projeta 142 mil pontos do índice em 2024 – implicando em uma renovação da máxima histórica da bolsa brasileira.
Caio Megale, economista-chefe da casa, ainda acrescentou que o fiscal é o grande ainda mantém os analistas um pouco mais receosos.
“O que nos deixa cauteloso é o fiscal. O arcabouço foi apresentado, mas ele ainda é um modelo que permite aumento de despesas. Você ainda tem a questão do contingenciamento, que deve ficar em R$ 20 bilhões. Há um certo viés expansionista em termos de política fiscal“, explica.
Contudo, Megale ainda destacou projeções relativamente otimistas acerca da trajetória da taxa básica de juros, reiterando a confiança na intensidade do ciclo baixista da Selic.
“O Banco Central tem muito espaço para cortar juros, ainda vemos mais quatro ou cinco cortes de 0,50 ponto percentual (p.p.). E destaco que, se não forem cortes de 0,50p.p., é mais provável que sejam maiores, de 0,75p.p., do que de 0,25p.p.”.
Projeção do Focus para Selic
Conforme a edição do Boletim Focus desta segunda-feira (4), o consenso do mercado financeiro projeta 11,75% para a taxa básica de juros em 2023 – projeção que é mantida pela 17ª semana consecutiva.
Para os próximos dois anos o mercado projeta uma Selic de 9,25% e 8,50%, respectivamente.