Henry Kissinger, ‘mais poderoso’ secretário de Estado dos EUA durante a Guerra Fria, morre aos 100 anos
O diplomata americano Henry Kissinger morreu nesta quinta-feira (29), aos 100 anos. Aclamado como o “mais poderoso secretário de Estado na era pós-guerra” dos Estados Unidos, segundo o New York Times, Kissinger deixa um legado de grandes negociações internacionais que moldaram o período da Guerra Fria.
No século 20, Henry Alfred Kissinger atuou como secretário de Estado e principal conselheiro de segurança nacional nos governos de Richard Nixon (1969-1974) e de Gerald Ford (1974-1977).
Além disso, foi conselheiro de 12 presidentes, de JFK a Joe Biden, e com sua personalidade e estudos, conseguiu transformar muitas das relações geopolíticas dos Estados Unidos.
Vida e carreira de Henry Kissinger
Refugiado de família judia, que chegou aos EUA em 1938 fugindo da Alemanha Nazista, Kissinger teve um grande destaque acadêmico na Universidade Harvard.
Mas foi durante os governos de Nixon e Ford que o diplomata ganhou mais reconhecimento intelectual. No período após as duas Guerras mundiais, Kissinger estava a frente da negociação de cessar-fogo no Vietnã entre o Norte e o Sul e o fim da intervenção direta dos EUA no conflito, o que lhe rendeu um prêmio Nobel da Paz em 1973, sob consequências adversas.
Também ganhou protagonismo na aproximação dos Estados Unidos e China (as atuais duas maiores economias mundiais, respectivamente). Na intenção de isolar a então União Soviética, para o rompimento chinês com nação, também promoveu o encaminhamento mais acelerado do mundo à globalização.
O tratado de controle de armas nucleares (détente) entre Washington e Moscou também partiu de longas discussões com Kissinger.
Consagrado como um ícone da política americana, um “realpolitik”, Henry Kissinger agia com sua personalidade autocentrada, sem temer a opinião pública e isoladamente atuava fora da diplomacia burocrática convencional internacional.
Pronunciamentos sobre o falecimento de Kissinger
Até hoje, muitas das atitudes de Kissinger atraem posições contrárias, oscilando entre um amado e proativo diplomata até um “criminoso de guerra”.
Veja a seguir alguns pronunciamentos de políticos e figuras relevantes no panorama internacional sobre a morte de Henry Kissinger:
Ex-Presidente dos Estados Unidos, George Bush:
Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cameron:
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em entrevista coletiva:
“Kissinger acreditava que os laços da China com os Estados Unidos são vitais para a paz e a prosperidade dos dois países e do mundo em geral. A China e os Estados Unidos devem levar adiante a visão estratégica, a coragem política e a sabedoria diplomática de Kissinger”, acrescentou.