Braskem (BRKM5): banco eleva recomendação e preço-alvo, mas aponta “potenciais desafios”; ações sobem
O UBS BB elevou a recomendação das ações da Braskem (BRKM5) de venda para neutra, além de aumentar o preço-alvo de R$ 20 para R$ 22. O banco projeta uma recuperação gradual dos spreads ao longo de 2024 e 2025. Com a recomendação do banco, as ações da Braskem fecharam em alta de 2,25%, cotadas a R$ 20,45.
Segundo os analistas da UBS BB, é esperada uma recuperação das operações da Braskem, embora permaneça abaixo das médias históricas, o que acreditam já estar precificado pelo mercado.
Outro ponto destacado pela UBS BB é o risco de uma possível venda da companhia após anúncio de que a Adnoc apresentou uma oferta de R$ 37,29 por ação, ou seja, cerca de 90% acima do preço atual.
“No entanto, acreditamos que grandes desafios permanecem, como a responsabilidade em Alagoas e os riscos da CPI do Senado, juntamente com a incerteza sobre os potenciais direitos minoritários, levando-nos a uma classificação neutra”, pondera a equipe do UBS BB.
Braskem: potenciais cenários de uma possível venda
Caso se concretize a venda de parte da companhia para Adnoc, o UBS BB projeta quatro cenários diferentes:
Cenário 1: a oferta é estendida aos minoritários da Braskem, com 100% de direitos, o que seria a alternativa mais otimista, implicando cerca de 90% de valorização.
Cenário 2: a oferta é estendida aos minoritários, com 80% de direitos (com base nas regras do Novo Mercado), implicando cerca de 50% de valorização.
Cenário 3: a oferta não é estendida aos minoritários, com potencial judicialização ou entendimento do estatuto, com base em como o acordo é conduzido.
Cenário 4: a Petrobras (PETR4) exerce seu direito de preferência, igualando a oferta da Adnoc para adquirir a participação da Novonor, mas isso não é estendido aos minoritários.
Prejuízo no terceiro trimestre aumenta em 119%
A Braskem (BRKM5) anotou prejuízo líquido de R$ 2,418 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), cifra 119% maior do que o prejuízo líquido de R$ 1,103 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente totalizou R$ 921 milhões no 3T23, queda de 53% na base anual, explicado principalmente pelo:
- Maior volume de vendas de resinas no Brasil em função do aumento na demanda de resinas no mercado brasileiro;
- Aumento do volume exportado de resinas no segmento Brasil devido a maiores oportunidades no mercado internacional;
- reconhecimento no resultado do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), referente à apuração dos créditos fiscais relativos aos meses de janeiro a setembro de 2023;
- Aumento no volume de vendas de polipropileno (PP) no segmento Estados Unidos e Europa.
A receita líquida de vendas, por sua vez, caiu 34% ante igual etapa no ano anterior, para atuais R$ 16,6 bilhões.
O resultado da Braskem mostrou também que o resultado financeiro ficou negativo em R$ 2,410 bilhões, ante resultado negativo de R$ 1,696 bilhão apurado em igual período de 2022.
O saldo da dívida bruta da Braskem no 3T23 fechou em US$ 8,5 bilhões, sendo 88% representada em dólares.
A dívida líquida, por sua vez, foi de US$ 4,9 bilhões, aumento de 5% em relação ao 3T23 em função do saldo da dívida bruta corporativa.
Além disso, segundo a administração, ao longo do terceiro trimestre, o cenário de demanda global permaneceu em níveis historicamente baixos em função:
- Do menor nível de consumo global como resultado das elevadas taxas de juros e da pressão inflacionária;
- Desaceleração industrial das principais economias como Zona do Euro, China e Estados Unidos, que apresentaram quedas de 1,7% e 5,6% e expansão de 0,6%, menor que o nível histórico, respectivamente.
Além disso, a Braskem investiu cerca de US$ 526 milhões (R$ 2,6 bilhões) ao final dos nove meses de 2023. Para o total deste ano, a projeção é de que a empresa invista US$ 724 milhões (R$ 4,0 bilhões).
Desempenho anual das ações da Braskem
Cotação BRKM5