Em 2019, EUA tem o menor déficit comercial em três anos

O déficit comercial dos EUA, em novembro, atingiu o menor patamar em mais de três anos, resultado da queda nas importações por conta da guerra comercial travada com a China. As exportações, no entanto, foram elevadas, demonstrando um crescimento da economia estadunidense no quarto trimestre de 2019.

O vigor da economia dos EUA no fim do ano passado foi ressaltado por outro dado divulgado na última terça-feira (7) pelo Departamento de Comércio, que apontou mais expansão da atividade do setor de serviços em dezembro.

A economia norte-americana está progredindo apesar de uma grande desaceleração do setor industrial. A hipótese de uma recessão, que predominou durante o terceiro trimestre, foi mitigada. “A economia pode estar saindo de um período difícil”, afirmou Maria Cosma, economista da Moody’s Analytics.

Segundo o Departamento, o déficit comercial diminuiu 8,2% para US$ 43,1 bilhões em novembro, o mais baixo desde outubro de 2016. O déficit retrocedeu 0,7% de janeiro a novembro e deve registrar seu primeiro declínio anual desde 2013.

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Essa queda deverá fomentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre, mas a diminuição das importações de bens de capital e produtos de consumo também representa um esfriamento na demanda doméstica.

Economistas consultados pela Reuters aguardavam um déficit de US$ 43,8 bilhões em novembro. O déficit com os chineses, o foco da agenda “América em 1º lugar” da Casa Branca, caiu 15,7% para US$ 26,4 bilhões, com as importações declinando 9,2% e a exportações subido 13,7%. Já com a União Europeia (UE), o déficit caiu 20,2%, para US$ 13,1 bilhões.

Disputa entre EUA e China

Embora as duas maiores potências econômicas do planeta tenham alcançado em dezembro um consenso para a primeira fase da disputa comercial, uma considerável incerteza persiste quanto aos detalhes desse entendimento. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na última semana que o acordo com os chineses deverá ser assinado em 15 de janeiro em Washington.

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A guerra comercial de 18 meses entre os EUA e a China vem afetando os investimentos das companhias, que junto com a desaceleração global levou a uma recessão no setor industrial. Especialistas dizem que esse setor continuará apresentando entraves se não houver uma reversão das sobretaxas aplicadas por ambas as nações.

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Por hora, os problemas do setor industrial parecem não interferir de maneira significativa o setor de serviços. O Instituto para Gestão de Oferta (ISM, em inglês) disse na última terça que seu índice de atividade de serviços cresceu para 55 em dezembro, frente 53,9 em novembro, onde um resultado acima de 50 pontos indicam expansão da atividade. O setor de serviços é equivalente a dois terços da atividade econômica dos EUA.

Jader Lazarini

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