Cemig (CMIG4) derrete 10% com possibilidade de federalização
As ações da Cemig (CMIG4) encerraram o pregão desta quarta-feira (22) com uma queda de 9,71%, atingindo o valor de R$ 11,35. Essa reação do mercado foi motivada pela notícia de que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), concordou com a proposta de repassar ativos do estado para a União, como forma de compensar parte da dívida estadual com o governo federal.
Além da Cemig, a Copasa (CSMG3) teve suas ações afetadas, encerrando o dia com uma queda de 2,83%, a R$ 18,17.
No ponto mais baixo do dia, as ações CMIG4 apresentaram uma queda de 14,40%, enquanto as CSMG3 tiveram uma baixa de 9,14%.
O anúncio veio após uma reunião entre Zema e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é autor da proposta apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar que Minas Gerais entre em um regime de recuperação fiscal.
Zema, ao sair da reunião, declarou que as conversas estão progredindo bem, confirmando que concorda com a proposta de transferir ativos para a União.
O presidente do Senado busca liderar a renegociação da dívida do estado como um contraponto a Zema, e há especulações de que Pacheco esteja buscando fortalecer sua posição para a disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026.
Pacheco quer ações da Cemig, Copasa e Codemig, além de novo Refis
A proposta de Pacheco inclui um novo Refis e pagamentos em ações de empresas estatais, como Cemig, Codemig e Copasa.
Ele sugere a federalização dessas empresas para controlá-las, a fim de abater a dívida de Minas Gerais, com a condição de que o valor seja justo e não inferior ao valor de mercado. Haveria também uma cláusula de recompra pelo estado em até 20 anos, em condições preestabelecidas.
O presidente do Senado confirmou que discutiu a proposta de federalização de ativos, incluindo Copasa, Cemig e Codemig, com Zema.
Entretanto, Zema, em entrevista separada após se encontrar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não há definição sobre a federalização da Cemig.