Petrobras (PETR4): mexer no estatuto sinaliza volta ao passado, diz conselheiro em entrevista a Tiago Reis, fundador da Suno
Em entrevista ao canal de Tiago Reis, fundador da Suno, Marcelo Mesquita, sócio da Leblon Equities e membro do conselho de administração da Petrobras (PETR4), disse que a submissão de proposta de revisão do seu estatuto social sinaliza uma “volta ao passado” para a companhia, que reformulou o documento após vários problemas de governança reportados nos últimos anos.
“Quando se tenta mexer no estatuto é muito ruim, porque sinaliza que você quer voltar ao passado, afrouxar regras que dizem que você não deve ter gestores, diretores na empresa que sejam políticos, ministros de estado, pessoas de Brasília que no fundo têm uma agenda política e não uma agenda só de defender a empresa”, diz Mesquita.
Ele lembra que o estatuto da Petrobras foi redesenhado depois de alguns problemas de governança convividos pela empresa nos últimos anos, como a Lava Jato, por exemplo. Pontua, também, que um dos grandes avanços do estatuto foi a Lei das Estatais, defendendo que as duas devem combinar.
“A lei está acima do estatuto da empresa, mas as empresas podem definir padrões mais rígidos do que a lei dele quiser, e isso foi feito ao longo desses anos”, disse.
“As estatais no Brasil têm um histórico de serem tratadas como braços do governo e não como empresas como deveriam ser, dado que têm investidores como sócios do negócio, muito diferente de uma estatal em que o governo é dono 100% do negócio”, acrescenta.
Política de dividendos da Petrobras
Um dos grandes questionamentos em relação à revisão do estatuto está relacionada à política de remuneração aos acionistas da Petrobras – alvo recente de críticas sobre a quantidade de proventos que está sendo distribuída -, o que a estatal reforçou que permanecerá inalterada.
“A gente tem um país pobre que precisa de dinheiro para colocar em educação, e tem gente que questiona a empresa estar pagando muito dividendo. O dividendo que a Petrobras paga ou vai para os cofres públicos para abater a dívida pública e derrubar a Selic ou ele vai para investimento em saúde, educação. Então não é um dinheiro dado para o mercado”, questiona Mesquita.
Confira a entrevista completa de Tiago Reis com o conselheiro da Petrobras, Marcelo Mesquita.
Petrobras diz que ainda estuda mudanças de investimentos em plano estratégico
Em comunicado divulgado na manhã de quarta-feira (25), a Petrobras informou que seu plano estratégico, válido para o período entre 2024-2028. ainda está em construção, o que inclui estudos sobre seu montante de investimentos.
No comunicado, a estatal destaca que uma eventual alteração no capex seguirá os elementos estratégicos aprovados pelo conselho de administração da Petrobras, devendo ainda, quando finalizado, ser submetido à primeira instância competente de aprovação.
Ainda de acordo com a estatal, as mudanças deverão considerar “observância às práticas de governança vigentes, ao compromisso com a geração de valor e à sustentabilidade financeira de longo prazo da Petrobras”.
Desempenho das ações da Petrobras
Cotação PETR4