Hapvida (HAPV3) e mais duas: banco escolhe as preferidas do setor de saúde para 3T23

O BTG Pactual afirma que o terceiro trimestre de 2023 (3T23) deve apresentar pequenas melhorias nos ganhos para a maioria das empresas do setor de saúde. Neste cenário, o banco mantém como preferidas as ações da Hapvida (HAPV3), Oncoclínicas (ONCO3) e Rede D’Or (RDOR3). 

Segundo o BTG, os resultados do trimestre no setor de saúde devem refletir aumentos de preços, melhoria nas margens e despesas financeiras líquidas mais baixas. 

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“Vemos Fleury e Oncoclínicas superando seus concorrentes, apresentando crescimento sólido na receita e no Ebitda, enquanto Qualicorp (QUAL3) e Blau (BLAU3) devem ficar atrás dos concorrentes, com Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e resultados líquidos sofrendo pressão.”

Para os analistas do banco, o setor de saúde atingiu um ponto de inflexão e gradualmente retornará aos níveis de lucratividade históricos, principalmente devido aos fortes aumentos de preços. No entanto, a recuperação deve ser lenta.

“Embora sejamos mais otimistas quanto à melhoria do momento dos lucros, esse será um processo gradual”, destaca o BTG.

É esperado que no 3T23 as taxas de ocupação de hospitais permaneçam altas, mas sem melhorias de margens. Em relação aos pagadores de saúde, os aumentos de preços devem garantir crescimento na receita e margens mais saudáveis. 

Por exemplo, a Hapvida deve ter uma diminuição de 100 pontos-base na melhora na sinistralidade médica (MLR), enquanto a Sul América (SULA11) estima avanço de 70 pontos-base.

“Vemos um crescimento decente na receita em todos os indicadores (crescimento de dois dígitos em relação ao ano anterior). Na Fleury (FLRY3), as margens devem permanecer estáveis ano a ano, apesar do aumento das novas iniciativas, enquanto as margens da Dasa (DASA3) permanecerão sob pressão à medida que os exames de covid diminuem”, completa a equipe do BTG.

Preferidas do setor de saúde: analistas explicam

A Hapvida deve ser ajudada por aumentos de preços, informa o BTG, com melhora nos indicadores. Os analistas colocam a Hapvida como o top-pick do setor de saúde.

O banco projeta um aumento de 11% no faturamento líquido da Hapvida em relação ao ano anterior, atingindo R$ 7 bilhões. O Ebitda ajustado deve atingir R$652 milhões, alta de 29% em relação ao ano anterior, com uma margem de 9,3%, crescimento de 130 pontos-base na base anual.  

Sobre a Rede D’Or, os analistas do BTG têm a expectativa de um trimestre de resultados mistos, com números insatisfatórios no segmento hospitalar e um sólido resultado final impulsionado por uma taxa de imposto efetiva mais baixa.

“Esperamos um aumento de 10% no faturamento líquido na comparação anual, atingindo R$ 13,4 bilhões, e um aumento de 23% no Ebitda contábil em relação ao ano anterior, alcançando R$ 1,74 bilhão, com uma margem de 13,0%”, projeta o banco. 

Por fim, a Oncoclínica deve ter um crescimento sólido na receita no 3T23, registrando alta de 41% na base anual, diz o BTG. 

Espera-se que a receita total cresça 20% em relação ao ano anterior, atingindo R$1,39 bilhão, refletindo principalmente os volumes fortes do  trimestre. Além disso, as projeções do Ebitda ajustado é que atinja R$272 milhões. 

O BTG mantém recomendação de compra para ações da Hapvida, Oncoclínicas e Rede D’Or.

Prejuízo da Hapvida recuou 48,4% e somou R$ 161 mi no 2T23

Hapvida  apurou prejuízo líquido de R$ 161,1 milhões no segundo trimestre de 2023, ante perdas de R$ 312,3 milhões um ano antes, um recuo de 48,4%. No critério ajustado, a companhia teve lucro líquido de R$ 221,6 milhões, queda de 8% ante igual intervalo de 2022.

Ebitda ajustado da Hapvida ficou em R$ 606,2 milhões, crescimento de 4,1% na comparação anual. A margem ficou em 8,9%, recuo de 0,7 pontos porcentuais na mesma base. Já a receita líquida da Hapvida somou R$ 6,839 bilhões entre abril e junho de 2023, 12,4% acima do segundo trimestre de 2022.

Segundo a Hapvida, em seu release de resultados divulgado nesta quarta-feira, 9, o aumento da receita foi beneficiado “pelo crescimento da linha de negócio de planos de saúde, resultado da estratégia de reajuste e recomposição de margem apesar da redução do número de beneficiários”.

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resultado financeiro líquido no trimestre encerrado em junho ficou negativo em R$ 246,9 milhões, queda anual de 4,8% e trimestral de 42,6%. Segundo a companhia, as despesas financeiras da Hapvida no 2T23 reduziram R$ 22,3 milhões, passando de R$ 623,6 milhões no primeiro trimestre para R$ 601,4 milhões entre abril e junho, destacando-se principalmente as reduções de R$ 19,1 milhões de instrumentos derivativos.

A companhia atingiu R$ 5,3 bilhões de dívida líquida frente a R$ 7,5 bilhões (2,32x Ebitda) no encerramento de março, principalmente em razão de recebimentos de R$ 1,2 bilhão da operação de Sales & Leaseback e de R$ 1 bilhão da captação líquida do follow-on. A alavancagem ficou em 1,61x, 0,71 ponto porcentual (p.p.) menor que no trimestre anterior.

Cotação

Na tarde desta segunda-feira (16), as ações da Hapvida registram queda de 0,49%, cotadas a R$ 4. Já os papéis da Oncoclínicas subiram 1,29%, ao valor de R$ 10,21.

Por sua vez, a Rede D’Or tem alta de 1,92%, a R$ 23,30.

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Vinícius Alves

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