Conflito em Israel: um brasileiro está ferido e três estão desaparecidos, diz Itamaraty

Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, até às 13h30 deste domingo (8), havia um brasileiro ferido e três desaparecidos na área de conflito entre Israel e Palestina. Até o sábado (7), primeiro dia de conflito logo após o grupo islâmico realizar um ataque surpresa em grande escala, o governo trabalhava com dois desaparecidos.

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Os nomes desses brasileiros não foram informados, e também não há registro de brasileiros entre os mortos. O Itamaraty informou, ainda, que mantém contato com cerca de 90 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza ou em cidades de Israel na zona de conflito. O ministério estima que 14 mil brasileiros vivam em Israel e outros 6 mil na Palestina.

Mais cedo, neste domingo (8), a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou o início de uma operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina.

Ainda hoje, um avião KC-30, com capacidade para 230 passageiros, será enviado de Natal (RN) para a Itália, onde aguardará orientações para buscar brasileiros no Oriente Médio e trazê-los de volta para o Brasil.

“Não sabemos ainda se essa primeira decolagem será amanhã [segunda-feira, 9] ou na terça, dependendo da montagem dessa lista de passageiros que desejam voltar ao Brasil”, disse o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, em entrevista coletiva, acrescentando que a coordenação dessa operação é realizada em conjunto com as embaixadas brasileiras na região.

Ainda conforme Damasceno, a lista de passageiros deve ser fechada na manhã desta segunda-feira (9), e os voos podem sair do Oriente Médio já no período da tarde. Além da tripulação, também devem ser enviados médicos e psicólogos para dar assistência aos brasileiros. Segundo o governo, há seis aeronaves prontas, sendo:

  • Dois aviões KC-30, com capacidade para até 230 passageiros cada;
  • Dois aviões KC-390, com capacidade para até 80 passageiros cada;
  • Dois aviões VC-2, que podem transportar até 38 passageiros cada (foram cedidos pela Presidência da República);

Espera-se, também, que as operações no aeroporto Ben-Gurion, o principal de Israel, sejam normalizadas para que os brasileiros deixem o país em voos comerciais, sem a necessidade de ajuda do governo.

Confronto entre Israel e Hamas entra no segundo dia; acompanhe

Neste domingo (8), entrou no segundo dia o conflito entre Israel e Hamas, logo após o grupo islâmico realizar um ataque surpresa em grande escala no sábado (7), o que já é considerada uma das maiores ofensivas contra a nação judaica nos últimos anos.

Segundo o último balanço feito pelas autoridades, ao menos 1.120 pessoas morreram nos ataques, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjorndânia. Milhares de pessoas também estão feridas.

Na madrugada deste domingo, pelo horário local, novas explosões foram identificadas na Faixa de Gaza. Conforme informações da Reuters, militares israelenses afirmaram que ataques foram feitos contra o norte de Israel a partir do Líbano.

O grupo armado Hezbollah assumiu a autoria dos novos ataques, afirmando ter disparado foguetes em “solidariedade” ao povo palestino. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindicou como sua.

As forças de Israel, por sua vez, responderam com ataques contra o Líbano, além de uma ofensiva de drones a um posto de Hizbullah (partido de Deus, em árabe), próximo da fronteira. Não há relatos de vítimas. A milícia libanesa Hizbullah surgiu em 1985 como um movimento de resistência à Israel, que naquela época, ocupava o sul do Líbano.

Neste domingo, segundo um porta-voz militar israelense, as operações estava acontecendo em oito áreas ao redor de Gaza.

O primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, disse em uma postagem na rede social X (ex-Twitter) que o ocorrido “não tem precedentes em Israel” e que “velará para que isso não volte a acontecer”. “Todo o governo está por trás desta decisão”, completou.

Netanyanhu também destacou que falou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com outros líderes mundiais, a fim de garantir liberdade de ação a Israel.

Em seu discurso semanal aos fiéis na Praça de São Pedro neste domingo, o papa Francisco apelou para o fim da violência, afirmando que o terrorismo e a guerra apenas trariam mais sofrimento e morte a pessoas inocentes. “A guerra é uma derrota. Rezemos pela paz em Israel e na Palestina”.

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Israel: governo diz que número de reféns tomados pelo Hamas passa de 100

O governo de Israel disse neste domingo (8) que mais de 100 israelenses foram capturados e levados para a Faixa de Gaza após o ataque terrorista do grupo Hamas no sábado (7).

A nota informa que mais de 100 pessoas foram capturadas, mais de 2 mil feridas e mais de 600 foram mortas durante os dois dias de combate com o grupo palestino.

De acordo com o porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel, Richard Hecht, ainda há confrontos entre seus soldados e os milicianos palestinos que permanecem nas comunidades israelenses da região.

Entenda a guerra em Israel

A nação entrou em estado de guerra nesse sábado (7) logo após o Hamas realizar um ataque surpresa em grande escala. Em uma postagem na rede social X, o primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, declarou que a Palestina “pagará um preço sem precedentes” pela ofensiva.

“Desde esta manhã, o Estado de Israel está em guerra. O nosso objetivo prioritário é expulsar as forças hostis que se infiltraram no nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade das comunidades que foram atacadas”, disse o primeiro ministro.

“O segundo objetivo, ao mesmo tempo, é cobrar um preço imenso ao inimigo, também dentro da Faixa de Gaza. O terceiro objetivo é reforçar outras frentes para que ninguém se junte a esta guerra por engano. Estamos em guerra. Na guerra, é preciso ter equilíbrio. Apelo a todos os cidadãos de Israel para que se unam para alcançar o nosso objetivo mais elevado – a vitória na guerra”, completou.

No sábado, o Hamas havia lançado 2500 foguetes contra o centro e o sul de Israel na sua incursão, além de dezenas de terroristas que invadiram a fronteira atacando civis.

O chefe da polícia de Israel disse à AFP que houve “21 cenas ativas” no sul de Israel, indicando a extensão do ataque.

“Temos que olhar para o fato que estão completando 50 anos da guerra do Yom Kippur. É a guerra em que Israel foi pego surpresa por ataques de Síria, Egito, em uma época festiva. Essa memória voltou”, disse Leonardo Trevisan, Professor de Relações Internacionais da ESPM, a CNN.

“O tom que ele [Netanyahu] fala é de guerra. Não é o tom de uma operação, de uma incursão. Ele está falando em guerra. Temos que colocar em um contexto mais amplo – há uma crise forte na Cisjordânia, apesar de isso ser muito constante, com 200 mortes de palestinos e 35 mortos de Israel nos últimos quatro meses”, completou.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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