Saraiva (SLED4) protocola pedido de autofalência, após demissão em massa e fechamento das últimas lojas físicas

A Livraria Saraiva (SLED4) protocolou nos autos do processo de recuperação judicial, em trâmite perante a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, o pedido de autofalência. Ainda segundo a companhia, a RSM Brasil Auditores Independentes (RSM) não presta mais serviços de auditoria independente à Saraiva.

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Em meados de setembro, a Livraria Saraiva reportou a demissão de seus funcionários. Na ocasião, a rede, que já foi a maior do Brasil, com cerca de 100 livrarias, fechou as últimas cinco lojas físicas. Eram quatro no Estado de São Paulo (Praça da Sé, no Shopping Aricanduva, Jundiaí, Ribeirão Preto) e uma em Campo Grande (MS).

No dia 23 de setembro, o diretor presidente e diretor de Relações com o Mercado, Jorge Saraiva Neto, e o diretor vice-presidente da companhia, Oscar Pessoa Filho, renunciaram aos respectivos cargos.

Saraiva encerra todas as livrarias físicas

A rede de livrarias Saraiva (SLED4) dispensou todos os funcionários de suas lojas físicas, encerrando as atividades presenciais nesta quarta-feira (20). Agora, a venda de livros e produtos eletrônicos passará a ser apenas em formato on-line, segundo apuração do jornal O Globo.

Nos últimos anos, a Saraiva vinha enxugando suas unidades. De junho para cá, ao menos 30 foram fechadas e só restavam cinco livrarias físicas: quatro em São Paulo e uma em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (1).

A demissão em massa de ontem (20) ocorre às vésperas de uma assembleia para votação de uma mudança societária no negócio, convertendo ações preferenciais (sem voto) em ações ordinárias (com voto).

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De megastores à recuperação judicial: O que aconteceu com a empresa?

Saraiva, em concorrência com a Livraria Cultura, cresceu no mercado literário com o modelo de megastores. Em paralelo aos livros, a rede também se dedicou à venda de produtos eletrônicos, o que nas duas últimas décadas do século parecia inevitável.

A Saraiva, que chegou a ser a maior livraria do Brasil, entretanto não vinha conseguindo pagar suas contas corretamente há pelo menos cinco anos, quando entrou em recuperação judicial (RJ). O pedido de RJ informava dívidas de R$ 675 milhões a mais de mil credores.

Durante a pandemia, a venda de produtos e-commerce também não conseguiu atingir o volume esperado, custando à rede encerrar metade do número de livrarias que possuía abertas no início de 2020, no final do mesmo ano.

Em 2023, os resultados trimestrais da Saraiva apontaram uma receita física de R$ 7,2 milhões, e as vendas pelo site de R$ 128 mil. Com faturamento fraco, assim como o lucro, a e-commerce afundou-se ainda mais em dívidas, que segundo denuncias de funcionários, não estavam sendo pagos corretamente.

Além disso, segundo o Globo, a Saraiva não está pagando adequadamente as verbas rescisórias dos funcionários dispensados.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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