Evergrande solicita e Bolsa de Hong Kong deve voltar a negociar suas ações na terça
A Bolsa de Hong Kong informou em comunicado que a incorporadora chinesa Evergrande Group realizou um pedido, para que sejam retomadas as negociações de seus papéis nesse mercado acionário. A nota diz que a solicitação deve significar que eles voltam a ser negociados nesta terça-feira, 3, às 9 horas (pelo hora local).
A suspensão das negociações da ação havia ocorrido a pedido da própria Evergrande, lembra o comunicado.
Os detentores de seus papéis e potenciais investidores “devem exercer a cautela ao lidar com os ativos da companhia”, diz ainda a Bolsa de Hong Kong.
No último mês a empresa confirmou que foi notificada por autoridades que seu diretor executivo e presidente do Conselho, Hui Ka Yan, “foi alvo de medidas obrigatórias nos termos da lei por suspeita de crimes ilícitos”, de acordo com comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong.
Ou seja, As ações da Evergrande foram suspensas da Bolsa de Hong Kong justamente, após relatos sobre a detenção do seu fundador começarem a circular.
Hui Ka Yan, fundador, presidente e acionista controlador da China Evergrande foi colocado sobre vigilância policial em um local não divulgado, segundo informações da agência internacional de notícias, Bloomberg News.
Ele foi levado pela polícia chinesa no início do mês de setembro e continua sob monitoramento das autoridades, informou a agência. Já um veículo de notícias chinês comentou que Hui estaria detido em Pequim, sem ter sido acusado de nenhum crime até o momento.
Com a notícia, as ações da Evergrande e de suas duas unidades de capital aberto, de serviços imobiliários e fabricação de veículos elétricos, foram suspensas de negociação na quinta-feira. Os ativos do grupo recentemente já derretiam e atingiam seus patamares mais baixos em anos.
Evergrande desiste de plano de estruturação de US$ 35 bilhões
Ainda em novembro a empresa informou que não daria continuidade ao seu plano de reestruturação, de aproximadamente US$ 35 bilhões em dívidas. Para muitos, a estratégia da companhia era o ponto-chave para que pudesse ter uma possível recuperação.
Por sua relevância, a Evergrande foi uma das protagonistas quando a bolha imobiliária chinesa estourou em 2021, a partir da insolvência da construtora, levando diversas outras companhias a sofrer com o mesmo problema, em um efeito “cascata”.
Foi justamente nesse período que a empresa decidiu pôr em prática o seu plano de reestruturação. Por outro lado, o planejamento não tem saído conforme o esperado, principalmente em um cenário adverso no mercado imobiliário da China.
Nesse contexto, a Evergrande soltou um comunicado afirmando a necessidade de deixar o plano de lado em razão das vendas registradas nos últimos meses, que vieram bem abaixo do que o projetado.
Com Estadão Conteúdo