IBGE: Taxa de desemprego cai para 7,8% no trimestre até agosto; Confira análise de especialista
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira (29) que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,8% no trimestre encerrado em agosto. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Este é o melhor resultado para o período desde 2014.
Em igual período de 2022, a taxa de desocupação estava em 8,9%. No trimestre móvel até julho, a taxa de desocupação estava em 7,9%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.947 no trimestre encerrado em agosto. O resultado representa alta de 4,60% em relação ao mesmo trimestre de 2022.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 288,9 bilhões no trimestre encerrado em agosto, alta de 5,50% ante igual período do ano passado.
Para Rafael Perez, economista da Suno Research, o dado veio em linha com o esperado e continua mostrando um mercado de trabalho resiliente e aquecido.
“O movimento de queda do desemprego está relacionado ao aumento no nível de ocupação, que teve uma alta significativa de quase 1 milhão no número de pessoas trabalhando desde o início do ano”, afirma o especialista.
Ele ressalta que a alta de 0,9% do rendimento médio real, para R$ 2.947, relacionada à queda do desemprego tem sido um fator importante para não exercer grandes pressões sobre os preços ao mesmo tempo que mantém o consumo aquecido. Isso permite que a economia continue apresentando um crescimento com a inflação estável.
“Não enxergamos espaço para quedas significativas no desemprego até o final do ano, já que o mercado de trabalho deve começar a refletir o menor crescimento da economia nesse segundo semestre”, afirma Perez.
Mais sobre a agenda econômica hoje
Ainda da agenda macroeconômica desta sexta-feira, o Banco Central (BC) divulgou o resultado do setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras). Houve um déficit primário de R$ 22,830 bilhões em agosto, após resultado deficitário de R$ 35,809 bilhões de julho,.
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
O dado de agosto foi o melhor desempenho das contas consolidadas do País para o mês desde 2021 (superávit de R$ 16,729 bilhões), segundo a série histórica iniciada em dezembro de 2001. Em agosto de 2022, houve déficit primário de R$ 30,279 bilhões.
De acordo com o BC, as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 79,009 bilhões no ano até agosto, o equivalente a 1,12% do Produto Interno Bruto (PIB).
O déficit fiscal no ano até agosto ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 100,986 bilhões do Governo Central (1,44% do PIB).
Ainda segundo o BC, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 73,071 bilhões em 12 meses finalizados em agosto. Em porcentual do PIB, o déficit é equivalente a 0,70%. Até julho, o déficit acumulado era de R$ 80,520 bilhões.
Com informações do Estadão Conteúdo