Itaúsa (ITSA4) irá sofrer com fim do JCP? Analistas respondem
Analistas do BTG Pactual que se reuniram com o CFO da Itaúsa (ITSA4) recentemente destacaram que a empresa não teria grandes impactos com o possível fim dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP), em discussão no congresso.
“Segundo o CFO, o potencial fim do JCP seria positivo para os resultados dos negócios da empresa, eliminando ineficiências fiscais. Recordamos que existe atualmente uma ineficiência fiscal devido a impostos PIS/COFINS sobre JCP recebidos do Itaú (ITUB4)“, diz a casa sobre a Itaúsa.
“No entanto, o CFO sinalizou que o impacto nas demais empresas do portfólio da Itaúsa seria negativo (especialmente para Itaú) se não houver compensação de imposto corporativo. Relativamente ao desconto de detenção (atualmente em cerca de 18%), o CFO reconhece que normalmente há um desconto entre a participação e a principal empresa devido a ineficiências fiscais, mas ela acredita que esse desconto poderia restringir o benefício percebido da reforma tributária“, completa.
Ações da Itaúsa estão baratas
Os especialistas ainda aproveitaram a ocasião para destacarem que avaliam o patamar de valuation da Itaúsa como barato, apesar de não cobrirem as ações.
Segundo a casa, considerando o último fechamento de ITSA4, o valor de mercado da companhia é de R$ 92 bilhões, ao passo que a participação societária da holding na XP (XPBR31) e no Itaú (ITUB4) somadas são de R$ 92 bilhões.
Com isso, o restante do portfólio ficaria avaliado negativamente em R$ 14 bilhões – contemplando empresas como Alpargatas (ALPA4), Dexco (DXCO3), Aegea, Copa Energia, NTS e CCR (CCRO3).
“Isso nos que parece injusto dada a qualidade e relevância das empresas. Copa e Aegea, por exemplo, ainda estão sendo negociadas no seu valor contábil, ou seja, o desconto seria ser ainda maior quando se considera o valor justo de ambas as empresas”, diz o BTG.
“Com base no último preço de fechamento de R$ 9,31, o desconto de holding está próximo de 20%, e acreditamos que sim deveria ser mais restrito, dados os potenciais impactos positivos provenientes do Reforma Tributária do Consumo. A Itaúsa subiu cerca de 10% no acumulado do ano, praticamente em linha com o desempenho do Itaú este ano”, completa.