Vale (VALE3) e Bradespar (BRAP4) disparam com recomendação do JPMorgan

As ações da Vale (VALE3) e da Bradespar (BRAP4) dispararam no Ibovespa nesta quinta-feira (14) após a recomendação do JPMorgan, com 4,10% e 5,17% de alta, respectivamente.

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O JPMorgan elevou a recomendação de neutra para compra no caso de Bradespar, com preço-alvo de R$ 29. Para as ações da Vale, a casa reiterou recomendação de compra e aumentou o preço-alvo para R$ 89.

Segundo a casa, os dados de produção de aço da China mostram números resilientes ainda que a economia do dragão asiático tenha mostrado solavancos em indicadores recentes – com deflação pela primeira vez desde 2021 e crescimento econômico aquém do esperado.

“A sólida demanda por matérias-primas das siderúrgicas com alto-forno, as expectativas de uma onda de reabastecimento antes do feriado, juntamente com os baixos estoques, sustentaram os preços (do minério de ferro)”, disseram os analistas da Sinosteel Futures à agência de notícias Reuters.

A projeção do JPMorgan é de que o minério de ferro feche o ano de 2023 no patamar de US$ 117, mostrando uma elevação de 6% ante a projeção anterior.

Apesar de a estimativa também ter catapultado otimismo com pares como CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), o JPMorgan destaca que VALE3 segue como a predileta do setor.

Vale (VALE3): sustentabilidade é um atrativo para investimentos, diz Tiago Reis, fundador da Suno

Mesmo com as incertezas em relação aos rumos da economia da China, principal mercado para o minério de ferro da Vale (VALE3) desde 2006 e que responde atualmente pelo consumo de 60% da produção da mineradora, a preocupação da companhia com a sustentabilidade pode ser um atrativo em relação aos investimentos, tornando a empresa mais competitiva, disse Tiago Reis, fundador da Suno, durante o Suno Invest.

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“Se eu comprar uma empresa como a Vale, além do acesso a um minério muito puro, a gente acredita que a companhia tenha uma vantagem competitiva por essas preocupações de emissões de gás carbônico. Existem preocupações crescentes, inclusive na China, de ter uma indústria mais amigável com o meio ambiente. Quando você tem um minério mais puro, consegue produzir o mesmo aço com menos minério de ferro e, por esse motivo, emite menos gás carbônico. Então a Vale é uma das empresas que se beneficiam disso. Quem comprou ou vendeu com base nessa métrica fez um bom negócio”, destacou.

A queda de 78% no lucro líquido da Vale, segundo balanço do segundo trimestre divulgado no fim de julho, refletiu não só a maior apreciação do real diante do dólar no período como também os preços menores do minério de ferro e do níquel, além de algumas provisões tributárias.

Reis lembrou que em meados de 2015 o minério de ferro da China era negociado a um preço muito baixo, o que fez com que quase todas as unidades que produzem o material no país fossem fechadas. “Isso tira oferta do mercado e, dada a mesma demanda, quando você tira oferta o preço sobe. E a mesma coisa acontece quando o preço fica muito alto: vem muita oferta para o mercado”, pontuou.

Assim, de acordo com o fundador da Suno, quando o preço da commodity fica muito lucrativo, novas ofertas acabam sendo levadas para o mercado.

“A gente não fica muito tentando adivinhar o que vai acontecer na China. Vai reabrir economia? Vai aumentar demanda? Nunca foi esse o nosso racional, porque a gente acha que é muito difícil prever isso, ainda mais no curto prazo“, afirmou.

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Eduardo Vargas

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