Americanas (AMER3) tem ação do Bradesco (BBDC4) suspensa pela Justiça

A pedido da Americanas (AMER3), a Justiça de São Paulo suspendeu nesta quarta-feira (13) a ação do Bradesco (BBDC4) contra a varejista. O pedido foi aceito após a Americanas questionar a imparcialidade da consultoria Kroll.

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A empresa multinacional de avaliação de risco e soluções financeiras seria responsável pela perícia nos computadores da Americanas, em uma ação movida pelo Bradesco para produção de provas.

Segundo a varejista, tanto a Kroll como o escritório de advocacia que representa o banco, Warde Advogados, atuam juntos nos casos da Kabum, Itaú BBA e Magazine Luiza (MGLU3).

Para a Americanas, a imparcialidade da consultoria Kroll pode ser questionada em três aspectos:

  • Uma “parceria” com advogados do Bradesco (BBDC4) em outro processo.
  • Credores da Americanas a contrataram para a consultoria na recuperação judicial (RH).
  • Um assistente do Bradesco definiu as perguntas com um perito da Kroll sobre os questionamentos a serem feitos aos funcionários da varejista.

Em nota, o Bradesco foi contra o posicionamento da varejista, afirmando que “tem total interesse no sucesso da recuperação judicial da Americanas S.A., e que jamais se manifestou contra a aprovação de qualquer Plano de Recuperação Judicial.”

Além disso, o banco também esclareceu que a Americanas (AMER3) ainda não submeteu nenhuma proposta de RJ para os credores. “Nenhum plano foi oficialmente submetido para apreciação em assembleia de credores, uma vez que as contas da referida companhia ainda não foram devidamente auditadas, aprovadas e apresentadas”, afirmou na nota.

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Ex-CEO da Americanas (AMER3) diz que comando da empresa lhe enganou

Em depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ex-CEO da Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez, declarou que o comando da empresa mentiu para ele sobre a sucessão do seu cargo em 2022 – posteriormente ocupado por Sérgio Rial, que revelou o rombo bilionário e a fraude na empresa e renunciou em seguida, em janeiro de 2023.

Segundo Miguel Gutierrez, a primeira sondagem de Rial se deu em um almoço em meados de março de 2022, quando o executivo era cotado para integrar o Conselho de Administração da Americanas.

Em seu depoimento, Gutierrez diz, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que foi informado que Rial assumiria o posto enquanto ele ainda buscava um nome para sucedê-lo dentre os diretores estatutários.

Mais tarde, descobriu um contrato sobre Rial que garantia a ele pagamentos como consultor a partir de setembro de 2022. A rubrica da Americanas veio por parte de Eduardo Saggioro, presidente do Conselho, e Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência – junto com Telles e Lemann – e também membro do Conselho da companhia.

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Camila Paim

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