Saudi Aramco revela que venderá 1,5% das ações em IPO, arrecadando US$ 25,6 bilhões
A Saudi Aramco, empresa estatal petrolífera da Arábia Saudita, anunciou no último domingo (17) que, em sua oferta pública inicial de ações (IPO) será ofertado 1,5% das ações da empresa.
Dessa forma, a Saudi Aramco poderá arrecadar até US$ 25,6 bilhões, fazendo com que a operação se torne o maior IPO da história, ultrapassando a abertura de capital do Alibaba que em 2014 levantou US$ 21,8 bilhões na Bolsa de Valores de Nova York.
A estatal produtora do principal commodity do planeta anunciou que vai listar 200 bilhões de ações ordinárias (ON), determinando uma faixa de preço que ficará entre 30 e 32 riais sauditas (entre US$ 8 e U$ 8,50).
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Com isso, a empresa revelou que 1% das ações serão destinadas a investidores institucionais e 0,5% para investidores individuais, que devem ser:
- Cidadãos sauditas
- Residentes da Arábia Saudita
- Nacionais do Golfo Árabe
No entanto, com as informações divulgadas no último domingo, constata-se que a empresa está avaliada entre US$ 1,6 trilhões e US$ 1,7 trilhões, um valor abaixo dos US$ 2 trilhões que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman esperava.
A Saudi Aramco definirá a precificação dos papéis após o período de bookbuilding, que será encerrado no dia 5 de dezembro. Poucos dias depois, em meados de dezembro, as ações serão negociadas na bolsa local de Tadawul, em Riad.
Saudi Aramco é a empresa mais lucrativa do mundo
A estatal saudita produz mais de 10 milhões de barris de petróleo a cada dia, equivalente a 10% da demanda global. Isso fez com que a Saudi Aramco lucrasse US$ 111 bilhões no ano passado, mais do que Apple, Shell e Exxon Mobil juntas.
O intuito do governo saudita em vender parte da companhia faz parte de uma revisão econômica mais ampla do sistema econômico. O objetivo é fazer com que sejam gerados novos fluxos de receita para o país, uma vez que é diretamente ligado à produção petrolífera.
O príncipe saudita Mohammed bin Salman afirmou que abrir o capital da empresa é uma forma de levantar capital para o fundo soberano da Arábia Saudita. Esse montante serviria para desenvolver cidades e projetos no país.
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Embora os resultados da empresa sejam extremamente positivos, o controle estatal da companhia decorre em uma série de riscos para os investidores.
Duas das principais plantas de processamento da Saudi Aramco foram alvo de foguetes em setembro deste ano em um ataque terrorista dos rebeldes houthis. Além das tensões geopolíticas, o governo saudita também controla os níveis de produção da commodity, afetando o desempenho da companhia.