Evergrande corta prejuízo pela metade, mas ações despencam 87% após mais de um ano paradas

A construtora chinesa Evergrande anotou uma redução valiosa em seu prejuízo neste primeiro semestre de 2023. O prejuízo líquido até o mês de junho foi de 33,01 bilhões de yuans (na cotação do dólar atual, US$ 4,53 bilhões), ante os 66,35 bilhões de yuans (US$ 9,1 bilhões) no mesmo período do ano passado.

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Os dados divulgados pela empresa na noite deste domingo (27) apontaram que a ausência de perdas por deterioração de investimentos foi a principal causa para ajudar a minar o prejuízo bilionário.

Ações da Evergrande derretem 87% em Hong Kong

Considerada a incorporadora imobiliária mais endividada do mundo, a Evergrande deveria ter as principais votações de seu plano de recuperação de dívidas offshore nesta segunda-feira (28). Entretanto, apenas algumas horas antes da reunião iniciar, a companhia anunciou o seu adiamento, provocando um clima de incerteza em seu processo de reestruturação, um dos maiores já ocorridos na China.

Enquanto a China vive uma crise imobiliária com recordes de inadimplência, o adiamento da reunião para 25 e 26 de setembro veio com a justificativa de que os credores possar avaliar os últimos acontecimentos, como o retorno das ações da Evergrande para a Bolsa de Hong Kong, após 17 meses com as negociações paradas.

De volta à Bolsa asiática, as ações da Evergrande registraram uma queda de até 87%. Os papéis não eram negociados desde 21 de março de 2022 e agora são passam a ser precificados em um valor baixo.

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Resultados no primeiro semestre de 2023

A receita da Evergrande aumentou para 128,18 bilhões de yuans, ou CNY, (US$ 17,6 bilhões), em comparação com CNY 89,28 bilhões (US$ 12,2 bilhões) no mesmo período do ano passado, principalmente devido à maior contribuição do negócio de desenvolvimento imobiliário.

As perdas por depreciação de ativos financeiros foram de apenas CNY 643 milhões (US$ 88,2 milhões), em comparação com a perda de CNY 8,19 bilhões (US$ 1,1 bilhão) no primeiro semestre de 2022. As perdas por depreciação de investimentos contabilizados no primeiro semestre de 2023 foram nulas em comparação com CNY 18,03 bilhões (US$ 2,5 bilhões) um ano antes, utilizando o método de equivalência patrimonial.

A repressão da China à alavancagem no setor imobiliário em 2021 prejudicou muitas incorporadoras, que sofreram quedas severas nas vendas de residência e acesso reduzido ao mercado de dívida. A Evergrande passou a dar calote à medida que os seus problemas de fluxo de caixa aumentaram, deixando-a incapaz de pagar construtores e fornecedores.

O passivo total da empresa no final de junho ascendia a 2,39 trilhões de yuans (US$ 328 bilhões), anunciou a empresa, acrescentando que irá acelerar a reestruturação das dívidas offshore e trabalhar para proteger os interesses de longo prazo de vários credores.

No início deste mês, a Evergrande solicitou a aprovação da Justiça dos Estados Unidos para reestruturar mais de US$ 19 bilhões de suas dívidas offshore, como parte de uma tentativa de avançar nos planos para concluir uma das maiores e mais complexas reestruturações de dívida do mundo.

Com informações de Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires.

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Camila Paim

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