IPCA: Campos Neto diz que ‘luta contra a inflação não está ganha’
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 16, que a luta contra a inflação não está ganha e que é preciso perseverar para atingir a meta de 3,0% de IPCA. Campos Neto disse que a inflação acumulada em 12 meses, que estava em queda, deve começar a subir por efeito estatístico no segundo semestre.
Ele emendou que a média dos núcleos do IPCA também tem recuado, ainda que siga acima do desejável, mas ressaltou que vê consistência nessa queda.
“Quando olhamos de forma geral, vemos a inflação de serviços e do núcleo de serviços bem comportada, indo na trajetória que esperávamos ao longo desses meses”, acrescentou Campos Neto.
O presidente do Banco Central afirmou ainda que, mesmo antes do corte de 0,50 ponto porcentual da taxa Selic realizado em agosto, já havia uma melhora das condições financeiras no País.
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“As condições financeiras tiveram um afrouxamento, um ganho de liquidez, mesmo antes da queda da Selic”, disse Campos Neto. “Foi em parte pela credibilidade do BC, em parte pelo que o governo tem feito e em parte pelo Congresso, que fez um excelente trabalho aprovando várias medidas”, enumerou ele, que emendou que ainda há medidas que precisam ser aprovadas.
O presidente do BC participou no período da manhã desta quarta-feira do 35º Congresso da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Desaceleração de crédito no Brasil foi muito menor que no resto do mundo, diz Campos Neto
O presidente do BC também afirmou que a desaceleração do crédito no Brasil foi muito menor que no resto do mundo.
“Vemos uma desaceleração grande no mundo, indo para 0,0% de crescimento”, disse Campos Neto, que ponderou que na parte das empresas a expectativa é um pouco melhor.
Ele contrapôs que no Brasil, por outro lado, a Febraban revisou recentemente a expectativa para o crescimento do crédito no País para em torno de 8,0% neste ano.
Campos Neto reafirmou, na sequência, que o objetivo do BC é fazer um pouso suave na economia, ou seja, trazer a inflação para baixo com o menor custo possível para a sociedade.
“Com o menor custo de crescimento negativo e emprego, e, na parte de crédito, tentando retrair o mínimo possível”, emendou o presidente do BC. “É óbvio que alguma retração de crédito precisa ter quando estamos em um processo de desinflação”, ponderou.
Com Estadão Conteúdo