Ibovespa fecha em queda, aos 119 mil pontos; Petrobras (PETR4) cai quase 3% após balanço do 2T23 e Vale (VALE3) fica estável

O Ibovespa, que abriu a sessão desta sexta-feira (4) em queda, se mantém no negativo, após oscilar no intradia. O índice fechou em queda de 0,89%, aos 119.507,68 pontos.

A quedas das bolsas norte-americanas e de ações ligadas a commodities metálicas contribuiu também para o resultado do Ibovespa nesta sexta-feira. Mas o índice ampliou a queda com a forte baixa da Petrobras (PETR4), que caiu 2,89%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Após ficar, no início do dia, em leilão, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) operam com queda de 2,01%, enquanto as ordinárias (PETR3) caíam 3,58%. Já os papéis da Vale (VALE3) sobem 0,96%.

Entre as maiores quedas na bolsa, a liderança estava com o Bradesco (BBDC3), que divulgou seu resultado trimestral ontem (4), e hoje cai 4,3%, Na ponta positivo estão a BRF (BRFS3), com avanço de 6,6%, e a Renner (LREN3), com alta de 6,4%. A varejista também publicou os resultados do 2T23 nesta quinta.

O que impede o Ibovespa de avançar mais é o recuo principalmente dos papéis de grandes bancos, tendo como carro-chefe os do Bradesco, em meio a um cenário desafiador para a instituição, após a divulgação do balanço trimestral.

Além disso, as ações da Pebrobras cedem, mas já diminuíam as quedas. A empresa também informou seu balanço do segundo trimestre na quinta-feira, após o fechamento da B3.

Em teleconferência nesta manhã para comentar o balanço do Bradesco, o presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, disse que a instituição quer voltar aos níveis históricos de rentabilidade, próximos a 20%, mas que este processo será gradual.

Sergio Caetano Leite, da diretoria da Petrobras, afirmou que a estatal continuará com controle da dívida e compromisso de distribuir resultados.

“Como são dois papéis gigantes Bradesco e Petrobras, com pesos fortes no Ibovespa, os demais teriam de ter um desempenho muito bom para impedir a queda do índice”, afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

No radar dos investidores

No radar dos investidores, está a repercussão dos últimos balanços de grandes empresas brasileiras divulgados ontem, após o fechamento do mercado, como Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4).

No caso da estatal, o lucro líquido da Petrobras recuou 47% no 2T23, chegando a R$ 28,782 bilhões, influenciada especialmente pela redução média de 4% nos preços do petróleo Brent e de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além da menor receita com exportações.

Também afetaram os resultados da Petrobras as maiores despesas operacionais, com destaque para despesas com impairment (R$ 1,9 bilhão) e tributárias (R$ 600 milhões).

O Bradesco também viu seu lucro anual cair 35,8% entre os meses de abril e junho, chegando a R$ 4,518 bilhões. Em todo o primeiro semestre de 2023, o lucro recorrente do Bradesco foi de R$ 8,798 bilhões, 36,1% menor que o do mesmo intervalo do ano passado. Entre os dois períodos, o Bradesco disse que observou um crescimento da inadimplência e das provisões, o que reduziu o resultado.

Mais cedo nos EUA saiu o tão aguardado payroll. A economia dos Estados Unidos criou 187 mil empregos em julho. O resultado ficou abaixo da mediana de expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 205 mil vagas. Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho. Em julho, o salário médio por hora teve alta de 0,42% em relação a junho, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%.

“Os ganhos salariais vieram acima das expectativas. O problema dos salários é que mantém o setor de serviços forte. No final, o resultado deve ser encarado como algo neutro/marginalmente negativo”, avalia preliminarmente o analista Bruno Takeo, da Ouro Preto Investimentos, completando que, por ora, isso não altera a expectativa de manutenção dos juros americanos na reunião de setembro.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Dólar cede após resultados do payroll dos EUA

O dólar hoje recua na manhã desta sexta-feira, com investidores ao redor do mundo repercutindo o relatório atualizado de empregos dos Estados Unidos, conhecido como payroll, divulgado hoje pelo Departamento de Trabalho do País.

Em julho, a economia dos Estados Unidos criou 187 mil postos de trabalho, abaixo da expectativa de analistas de 205 mil vagas. Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho. O consenso do mercado para o mês passado era de manutenção da taxa em 3,6%.

O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de junho, de 209 mil para 185 mil, e também de maio, de 306 mil para 281 mil.

Em julho, o salário médio por hora teve alta de 0,42% em relação a junho, ou US$ 0,14, a US$ 33,74, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,36% no último mês, também superior à previsão de 4,20%.

Perto das 10h20, o dólar comercial cedia 1,01%, a R$ 4.894,50;

“Os salários vindo acima do esperado, na minha visão, é negativo, dado que o setor de serviços tem sido um dos mais preocupantes na inflação americana. Acredito que no todo, não sejam positivos os números para o Federal Reserve (Fed) mudar a posição de continuar olhando de perto os próximos dados para decidir o que fazer na próxima reunião. Apesar de o mercado esperar uma pausa na alta dos juros, nada está garantido na minha opinião”, disse Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed.

Na semana anterior, o Fed elevou seus juros básicos em 25 pontos-base. Entretanto, existe a possibilidade de novo aumento ainda este ano, que vai se desenhar de acordo com a evolução dos dados econômicos.

Ásia: bolsas fecham mistas após BC chinês fazer promessas de flexibilidade

Para fechar a semana, as bolsas da Ásia patinaram mistas nesta sexta-feira (4), na expectativa para os dados do payroll dos Estados Unidos, além de propostas do Banco Central chinês (PBoC) de novos instrumentos de política monetária de estímulo.

No encerramento do pregão, os principais índices da Ásia apresentaram resultados mistos:

  • Nikkei (Tóquio): +0,10%, a 32.192,75 pontos;
  • Hang Seng (Hong Kong): +0,61%, a 19.539,46 pontos;
  • Kospi (Seul): -0,10%, a 2.602,80 pontos;
  • Taiex (Taiwan) -0,30%, a 16.843,68 pontos.

Na China continental, uma promessa bem recebida foi feita pelo banco central nacional, o PBoC, de adotar uma postura mais flexível e aplicar instrumentos de política monetária, como cortes de compulsórios, para garantir liquidez “razoavelmente ampla” no sistema bancário.

O Xangai Composto subiu 0,23%, a 3.288,08 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,48%, a 2.071,59 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, com a ajuda de ações de mineradoras e petrolíferas. Em Sydney, o S&P/ASX 200 avançou 0,19%, a 7.325,30 pontos, no mesmo ritmo tímido das demais bolsas da Ásia.

Cotação do Ibovespa nesta quinta (03)

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (03) em queda de 0,23%, aos 120.585,77 pontos.

Com informações de Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo.

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Giovanni Porfírio Jacomino

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno