Ibovespa fecha em queda um dia após decisão do Copom; Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) encerram o pregão em alta

O Ibovespa fechou em queda de 0,23% aos 120.585 pontos, nesta quinta (3), um dia após a decisão do Copom que cortou a taxa Selic. O índice era sustentado pelas ações de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), mas passou a cair na reta final do pregão. O índice Bovespa passou a ter instabilidade, testando queda e abandonando o nível dos 121 mil pontos, depois de ir à máxima dos 122.619,14 pontos.

Além do recuo das bolsas norte-americanas e do efeito da queda do minério de ferro sobre papéis ligados ao segmento na B3, o Índice Bovespa enfraquece em meio a incertezas com a inadimplência do Brasil, em dia de divulgação do balanço do Bradesco (BBDC4), após o fechamento da B3.

Espera-se que o banco apresente lucro de R$ 4,396 bilhões relativo ao segundo trimestre, de acordo com a média das estimativas do Prévias Broadcast. O resultado seria 37,6% menor que o registrado no mesmo intervalo de 2022, e 2,7% maior que o do primeiro trimestre deste ano.

“A temporada de balanços traz um pouco de cautela ao Ibovespa hoje, limitando as compras. O investidor tenta esperar o resultado para depois tomar uma decisão, mas é claro que a decisão do Banco Central é muito positiva, trouxe uma notícia melhor do que a esperada. Hoje tem balanços de Bradesco e Petrobras, e de big techs nos Estados Unidos”, diz Lucas Martins, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

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No Intradia, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estavam em alta de 1% e as ordinárias (PETR3), com alta de 1,18%. Os papéis da Vale (VALE3), que abriram em baixa, apresentavam alta de 0,86%.

Entre as maiores altas na bolsa, a liderança estava com Eztec (EZTC3), com avanço de 4,12%. Cyrela (CYRE3), com +3,8%, e Prio (PRIO3) +3,05%, também estão entre as maiores altas. Na ponta negativa, liderava a Eletrobras (ELET3), com perdas de 3,83%.

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Decisão do Copom no radar dos investidores

No radar dos investidores, está a decisão não unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa Selic pela primeira vez em três anos. Por 5 votos a 4, formalizou-se a redução de 0,50 ponto percentual, de 13,75% ao ano para 13,25%.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deu o voto de desempate.

Segundo economistas, existiam razões para justificar tanto uma baixa de 0,25 ponto porcentual quanto de 0,50 ponto. No entanto, a decisão surpreendeu e agradou especialistas de mercado.

Em publicação no Twitter logo após o anúncio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a decisão, dizendo que o corte de juros do Copom sinaliza ‘direção certa’. “Um avanço no sentido do crescimento sustentável para todos”, disse.

Em relatório, analistas do UBS-BB destacaram que a sinalização de novos cortes de 50 pontos-base para as próximas reuniões por parte do colegiado foi o aspecto mais importante da declaração.

“Essa escolha provavelmente foi feita para evitar uma ampla gama de expectativas sobre o ritmo das taxas para as próximas reuniões. Muito provavelmente, 50 pontos-base será a norma até o final do ano. Nossa interpretação é que o Copom pretende evitar que 75 pontos-base ou mais sejam precificados para as próximas reuniões”.

Na agenda corporativa, depois do fechamento desta quinta-feira, Bradesco (BBDC4), Lojas Renner (LREN3) e CCR (CCRO3) divulgam seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2023.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Dólar sobe e libra cai após decisão do Banco da Inglaterra

O dólar opera em alta no mercado à vista na manhã desta quinta-feira (3).

A moeda americana estende os ganhos da véspera, em linha com o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch, e da alta dos yields dos Treasuries. Por outro lado, a libra cai após o Banco da Inglaterra (BoE) elevar os juros em 25 pontos-base.

Perto das 10h30, o dólar comercial subia 1,22%, a R$ 4.896,00.

Nos Estados Unidos, como toda quinta-feira, o Departamento do Trabalho divulgou o número de pedidos de auxílio-desemprego, que subiu 6 mil na semana encerrada no dia 29 de julho, a 227 mil, em linha com a expectativa de analistas.

Mercados asiáticos ainda sentem ‘efeito Fitch’

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira (3), com algumas delas pressionadas pelas fortes perdas que Wall Street sofreu na quarta, ainda em reação ao rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch. Os mercados chineses, porém, se fortaleceram após dados positivos do setor de serviços.

Liderando as perdas na Ásia, o japonês Nikkei caiu 1,68% em Tóquio hoje, a 32.159,28 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,49% em Hong Kong, a 19.420,87 pontos, e o sul-coreano Kospi cedeu 0,42% em Seul, a 2.605,39 pontos.

Ontem, as bolsas de Nova York amargaram perdas em torno de 1% a 2,2%, após a Fitch cortar o rating dos EUA de AAA para AA+, na noite de terça-feira (1), com a avaliação de que a situação fiscal da maior economia do mundo deverá se deteriorar nos próximos três anos.

Na China continental, por outro lado, o dia foi de ganhos após pesquisa da S&P Global/Caixin mostrar que o PMI de serviços chinês aumentou para 54,1 em julho, superando as expectativas e contrastando com o fraco desempenho da manufatura doméstica. O Xangai Composto subiu 0,58%, a 3.280,46 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,27%, a 2.061,64 pontos.

Em Taiwan, não houve pregão nesta quinta devido a um feriado.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, também pressionada pela “efeito Fitch” em Wall Street. Em Sydney, o S&P/ASX 200 caiu 0,58%, a 7.311,80 pontos.

Cotação do Ibovespa nesta quarta (02)

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (02) em queda de 0,32%, aos 120.859 pontos.

Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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