Americanas (AMER3) encerra junho com caixa disponível final de R$ 1,4 bi; Entenda
A Americanas (AMER3) encerrou o mês de junho com caixa disponível final de R$ 1,464 bilhão, montante 28% menor que o saldo de julho de 2022. As informações constam do relatório de atividades mensais da companhia divulgado pelos administradores judiciais.
Segundo o documento, a dívida da Americanas em junho em reais era de R$ 20,613 bilhões. Na moeda americana, a dívida era de US$ 1,068 bilhão. Os dados não incluem o endividamento bancário associado ao risco sacado.
O prazo médio dos produtos em estoque foi de 122 dias em junho, o que representa uma redução de 22,2% em relação a janeiro de 2023, tendo um impacto positivo no ciclo de caixa.
O prazo de recebimento de clientes da Americanas atingiu 37 dias em junho, representando redução de 17,23% em relação a janeiro.
O total investido pelo Grupo Americanas em junho de 2023 foi de R$ 9,076 milhões, valor 94% menor que a média de investimentos realizados entre junho e dezembro de 2022, de R$ 139,736 milhões. Em junho, o canal digital não recebeu investimentos.
O documento informa ainda que a Americanas fechou 51 lojas nos últimos 12 meses. Houve aumento de uma loja entre julho e dezembro do ano passado e o encerramento de 52 lojas no período entre janeiro e junho deste ano. Ao final do período, a empresa contava com 1.830 unidades em funcionamento.
O número de clientes ativos recuou 13,3% em junho de 2023 na comparação com julho do ano passado. No ano, a queda é de 11,1%.
Americanas detalha trabalhos de comitê que apura fraudes na varejista
A Americanas divulgou na última sexta-feira (28) detalhes sobre os trabalhos do comitê independente criado para apurar as circunstâncias que ocasionaram as inconsistências contábeis na varejista, que vieram à público no início do ano.
Segundo a varejista, o grupo de trabalho da Americanas é composto por três membros independentes e conduz os seus trabalhos com o apoio de uma equipe de investigação, selecionada pelo próprio comitê. Ela é composta por integrantes do escritório de advocacia Maeda, Ayres & Sarubbi, especializado em compliance e investigações, e da Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda., que presta serviços de tecnologia e investigação forense ao comitê.
“Tanto os membros quanto a equipe de investigação são independentes em relação à companhia e à sua administração e atuam de maneira estritamente técnica, com o zelo exigido em uma investigação de alta complexidade”, pontuou a Americanas.
No comunicado, a empresa destacou que, logo no início de seus trabalhos, a equipe concentrou esforços na preservação de dados de pessoas que podem ser fonte de informações relevantes para a investigação na Americanas (os chamados “custodiantes”), bem como de servidores corporativos (que contêm dados financeiros, contábeis, entre outros).
“Até o momento, foram coletados e preservados cerca de 200 terabytes de dados. São processados e filtrados e, posteriormente, analisados pela equipe de investigação. Além dos dados coletados, o comitê tem recebido informações de outras fontes”.
Uma outra dimensão dos trabalhos de investigação, também em andamento, envolve a realização de entrevistas com colaboradores e ex-funcionários da companhia para melhor esclarecimento dos fatos, assim como dos processos e procedimentos adotados pela Americanas, disse.
“Por tratar-se de comitê de assessoramento do conselho de administração, realiza reportes sobre os seus trabalhos àquele órgão. Esses reportes sempre observaram – e continuarão a observar – as melhores práticas para resguardar a investigação”, acrescentando que essas interações são importantes, inclusive, para que a administração da companhia possa dar passos relacionados, por exemplo, à produção de demonstrações financeiras fidedignas.
A Americanas esclareceu, ainda, que a posição final do grupo de trabalho sobre os fatos investigados e as pessoas envolvidas depende da conclusão dos trabalhos das “frentes” da investigação que ainda estão em andamento.
Segundo a empresa, o comitê busca concluir a investigação com rapidez, mas o andamento dos trabalhos é afetado não só pela complexidade da investigação, mas também por outras demandas, como a liberação de certificadores das demonstrações financeiras.
Por fim, a varejista afirmou que, sem prejuízo aos trabalhos do comitê, vem realizando atos diretos de apuração dos fatos divulgados ao mercado, seja para permitir a produção de demonstrações financeiras, seja para outros fins, tendo em vista as diversas dimensões do presente caso.
“Tais atos não se confundem com a atuação do comitê e não antecipam posições ou conclusões do mesmo. Na mesma linha, é importante destacar que o comitê também não é responsável por tomar decisões de cunho administrativo, como aquelas relacionadas ao desligamento de colaboradores da companhia”, finalizou a Americanas.
Americanas: STF decide que ex-CEO terá que depor à CPI, mas permite silêncio, diz jornal
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, decidiu que o ex-diretor presidente da Americanas, Miguel Gutierrez, deve comparecer à CPI que investiga as fraudes contábeis na varejista, mas que poderá permanecer em silêncio, segundo apuração do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a defesa de Gutierrez solicitou o silêncio por ele ser alvo de investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Polícia Federal (PF).
Mendonça determinou ainda que, ao ser sabatinado na Câmara, o ex-executivo da Americanas tenha direito ao auxílio de um advogado e não sofra constrangimentos físicos ou morais ao fazer uso do benefício do silêncio, diz a reportagem.
Com informações de Estadão Conteúdo