Diogo Angioleti

Grana curta, estresse em alta: a relação entre dinheiro, trabalho e saúde mental

Ter mais educação financeira não só contribui para nossa saúde mental, como também pode ajudar a sermos mais produtivos no trabalho

Você já pensou como suas finanças afetam seu desempenho no trabalho e até mesmo sua saúde emocional?

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A forma como lidamos com nosso dinheiro pode ter um impacto profundo em todas as áreas de nossas vidas. Quando estamos com problemas nas finanças, é comum sentir uma pressão constante. As preocupações financeiras nos consomem e afetam nossa concentração e produtividade.

Em 2022, uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA) entrevistou mais de 186 mil colaboradores de quase 300 empresas brasileiras de médio e grande porte e mostrou que a situação financeira tem impacto direto na vida profissional. Os 11% de colaboradores que têm dívidas fora de controle revelaram ter uma pior experiência no ambiente de trabalho, o que nos faz perceber que a relação com dinheiro afeta diretamente à percepção de bem-estar no local de trabalho.

Dívidas trazem uma carga emocional pesada que pode levar a quadros de ansiedade, estresse e até mesmo depressão. Muitas vezes, pessoas que já sofrem com doenças mentais acabam tendo dificuldades em administrar suas finanças de maneira eficiente. Isso pode gerar um ciclo vicioso, onde o desequilíbrio financeiro agrava as doenças emocionais, e as doenças emocionais dificultam ainda mais a gestão do dinheiro, gerando uma fobia ou aversão em lidar com finanças.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse financeiro pode ter um impacto negativo na saúde mental, levando a diferentes transtornos psicológicos. Para os superendividados, a ansiedade em relação às dívidas pendentes e a incerteza em relação ao futuro financeiro muitas vezes se tornam uma fonte constante de preocupação, desviando sua atenção e energia do ambiente de trabalho.
Dados do SERASA, uma das principais fontes de informações sobre crédito e perfil financeiro, revelaram que desde o ano passado, 83% dos endividados demonstram dificuldade para dormir por conta das dívidas; 78% têm pensamentos negativos devido aos débitos vencidos; 74% afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias; 61% viveram ou vivem sensação de “crise e ansiedade” ao pensar na dívida; A estabilidade psicológica está intimamente ligada à saúde financeira. Momentos de vulnerabilidade emocional podem desencadear descontrole nos gastos, aumentando as chances de compras desnecessárias, levando à falta de metas para o futuro. Em contrapartida, a saúde financeira sólida pode contribuir positivamente para o bem-estar psicológico, proporcionando tranquilidade e permitindo a realização de sonhos e objetivos pessoais.

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Para melhorar a relação com o dinheiro é essencial investir em educação financeira. Ela capacita o indivíduo a entender e controlar suas finanças de forma consciente, planejar seu futuro financeiro e tomar decisões inteligentes com o dinheiro que tem. Além disso, promove uma mudança de mindset, desenvolvendo uma atitude positiva em relação ao dinheiro. Algumas dicas:

  1. Conscientize-se sobre sua situação: Faça um diagnóstico honesto das suas finanças. Coloque todas as despesas e dívidas no papel e identifique quais são os pontos de maior desequilíbrio.
  2. Crie um plano de ação: Estabeleça metas financeiras realistas e crie um planejamento para alcançá-las. Defina um orçamento mensal e busque cortar gastos supérfluos.
  3. Busque conhecimento: Eduque-se financeiramente. Existem inúmeros conteúdos que podem ensinar a administrar melhor o dinheiro. Uma sugestão é a plataforma PROGRID (progrid.coop.br), que conta com cursos gratuitos de gestão de finanças pessoais.
  4. Crie uma reserva de emergência: Reserve um valor mensal para lidar com imprevistos. Isso pode trazer mais tranquilidade financeira e reduzir o estresse.
  5. Peça ajuda: Se estiver realmente difícil sair dessa situação, não tenha vergonha de buscar auxílio profissional. Um consultor financeiro pode te orientar e ajudar a traçar um plano personalizado para sair do sufoco. Renegocie as dívidas.

Ter mais educação financeira não só contribui para nossa saúde mental, como também pode ajudar a sermos mais produtivos no trabalho. A capacidade de gerenciar nossas finanças adequadamente nos permite focar em nossas tarefas diárias, evitando distrações e preocupações desnecessárias.

Não deixe que as preocupações financeiras te consumam e te impeçam de atingir seu máximo potencial no trabalho e na vida pessoal. Com planejamento e disciplina é possível sair do sufoco financeiro e trilhar o caminho para uma vida mais tranquila e próspera! Invista em sua educação financeira e colha os benefícios em todas as áreas da sua vida.

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Nota

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