EDP (ENBR3): Controlador ‘abocanha fatia’ e fica com 91% das ações

Conforme fator relevante divulgado na manhã desta quarta-feira (19), o controlador da EDP Brasil (ENBR3), a EDP de Portugal, passou a ter um volume de 530 milhões de ações.

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Com isso, o controlador detém uma fatia de 91,2% das ações da EDP.

“As aquisições foram realizadas em decorrência da obrigação da Ofertante de estender a possibilidade de venda àqueles que não aderiram ao leilão da OPA durante o período de três meses seguintes ao leilão da OPA, conforme previsto no edital da OPA”, explica a EDP em seu comunicado.

Há dias atrás, a companhia havia comunicado que na sua oferta pública de aquisição de ações (OPA), a controladora, a EDP Energias de Portugal, comprou 185 milhões de ações ordinárias, representando cerca de 32% do capital social total.

A controladora da EDP pagou um preço-médio de R$ 23,73 totalizando o valor de R$ 4,394 bilhões.

Com a OPA da EDP, haverá cancelamento de registro de companhia aberta na categoria A e conversão para categoria B e saída do Novo Mercado da B3.

Com a liquidação do leilão, que ocorreu em 14 de julho, restarão em circulação (free float) 55,6 milhões de ações ENBR3, que representam 9,58% do capital social da companhia.

Ou seja, a EDP de Portugal ficou com cerca de 88% da empresa à época, antes dessa nova aquisição.

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Entenda por que a EDP Brasil fez brilhar os olhos de CEO português

A EDP movimentou o mercado em março ao realizar a oferta para fechar o capital da EDP Brasil a R$ 24 por ação, representando um prêmio de 22% em relação ao preço de fechamento da véspera.

A visão da gestão é de que a operação da EDP no Brasil é atrativa e que ‘o melhor que a controladora pode fazer é simplesmente comprar’.

No acumulado de 2022, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operação da rede elétrica no Brasil representou € 615 milhões, ante € 427 milhões vistos no ano anterior.

Com isso, dentro da operação elétrica da companhia, o Ebitda gerado pela EDP Brasil ultrapassou os € 533 milhões gerados pela operação portuguesa – que ficou estável e próxima dos € 530 milhões.

Durante o EDP Capital Markets Day o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, foi enfático em dizer que ‘não há dúvidas de que a empresa quer se manter operando no Brasil’.

“Acho que o nosso comprometimento é muito grande com o Brasil. Já passamos por muitos e muitos ciclos e continuamos vendo boas perspectivas de crescimento. Essa é a maior evidência que estamos apostando nos ativos no Brasil”, disse.

A controladora de Portugal deve manter a presença no Brasil e, ao fechar o capital da EDP Brasil, realizar mudanças de portfólio.

Segundo o CEO, o foco será mais em alterar o mix de portfólio do que efetivamente a exposição ao Brasil em si.

“Sobre o Brasil, acho que não há ambiguidade em nossa posição. Temos compromisso com o país há muitos anos. Estamos vendendo uma central de carvão e vendemos uma central hídrica no ano passado, e eventualmente venderemos alguns ativos no Brasil. Faremos uma concentração do portfólio focando em renováveis, redes e clientes, e com certeza continuaremos no país”, disse.

Além disso, durante a coletiva de imprensa, Miguel destacou que a rentabilidade futura é promissora e que a EDP está levantou capital junto a investidores internacionais – incluindo o Fundo Soberano de Cingapura – para fechar o negócio.

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Eduardo Vargas

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