Ibovespa recua com salto de 3,3% da Vale (VALE3); Gol (GOLL4) tomba quase 6% e Petrobras (PETR4) cai

O Ibovespa terminou a sessão de hoje (11) em queda de 0,61%, aos 117.219,95 pontos. A mínima do dia foi de 115.703,93 pontos, enquanto a máxima foi de 117.941,81 pontos. O volume financeiro foi de R$ 27,4 bilhões.

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Mantendo viés negativo pelo segundo dia – e, como ontem, com máxima correspondendo à abertura -, o Ibovespa cedeu em sessão na qual havia chegado, na mínima intradia, ao menor patamar desde 9 de junho, hoje a 115.703,93 pontos. Na semana, o Ibovespa cai 1,41% e, no mês, perde 0,73% – no ano, avança 6,82%.

Ao se manter em baixa ao longo das duas últimas sessões, o índice de referência da B3 quebra padrão que havia prevalecido entre 28 de junho e 7 de julho, quando alternou ganhos e perdas diários, dentro da faixa de 116 mil a 119 mil pontos nesses fechamentos.

Destaque da agenda doméstica pela manhã, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho deixou a impressão de que o processo de desinflação segue em curso, ainda que a retração de 0,08% observada no mês tenha sido menos visível do que se antecipava (Projeções Broadcast -0,10%).

Para o Bank of America (BofA), a leitura de junho mantém espaço para que o BC corte em 0,50 ponto porcentual a Selic na reunião do Copom em agosto, enquanto, para o Goldman Sachs, o ciclo de cortes de juros no Brasil deve começar mesmo no próximo dia 2, mas em dose menor: redução de 25 pontos-base.

“O IPCA veio um pouco fora da expectativa, mas o movimento, o sentimento geral, é de melhora relevante em relação às últimas semanas e meses, com a aprovação da reforma tributária ainda sendo um fator que auxilia a resiliência do Ibovespa nessa faixa que tem prevalecido, após uma recuperação de quase 20% nos últimos dois meses”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, destacando também a relativa acomodação dos juros futuros.

Apesar de a deflação de junho ter sido mais discreta do que se projetava, a leitura foi a menor para o mês desde 2017, observa em nota Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acrescentando que, em 12 meses, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,16%, comparada a 3,94% até maio.

“Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro registraram variações negativas em junho. Destaque para os grupos Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente – juntos, representam 42% da cesta do IPCA”, aponta Sung.

Enquanto o Ibovespa hoje encerrou o pregão no campo negativo, as Bolsas dos Estados Unidos fecharam em alta.

  • Dow Jones: +0,93%, aos 34.260,82 pontos;
  • S&P500: +0,67%, aos 4.439,25 pontos;
  • Nasdaq: +0,55%, aos 13.760,70 pontos.

Dentre as principais quedas do dia está a Gol (GOLL4), que tombou 5,88%. Minerva (BEEF3) caiu quase 4%, enquanto Méliuz (CASH3) recuou 3,37%. Petrobras (PETR4) teve queda de 1,35% em suas ações preferenciais e de 0,78% em suas ações ordinárias.

No campo positivo, o principal destaque foi IRB Brasil (IRBR3), que disparou 4,41%. Vale (VALE3) também subiu forte hoje, em 3,29%.

O preço do dólar à vista hoje (11) encerrou em baixa de 0,43%, a R$ 4,8616, chegando a apontar a mínima de R$ 4,8550.

Conforme explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o dólar cai em meio ao pacote de estímulos que a China soltou para o setor imobiliário por lá e que está puxando as cotações das commodities. Isso impacta de forma negativa o preço do dólar, que continua desvalorizando em razão desse movimento das commodities.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Andre Fernandes, o Ibovespa hoje teve queda com investidores monitorando dados importantes que estão sendo divulgados na semana.

O IPCA divulgado hoje veio quase em linha com a estimativa do mercado, com variação mensal em junho de -0,08% (a projeção era de -0,10%). A variação dos últimos 12 meses é de 3,16%, enquanto o esperado era de 3,17%.

Dentre os principais destaques dessa deflação de junho estão Alimentos e Bebidas, que variaram -0,66%. Transportes também foi um dos grandes destaques, com o preço dos veículos novos registrando queda de -2,8%.

Nas altas do Ibovespa hoje, um dos grandes destaques foi a Vale (VALE3), que reflete os estímulos que a China anunciou hoje (11), destinando mais de US$ 400 bilhões de crédito para o setor imobiliário, refletindo de forma positiva no preço das ações da mineradora.

Segundo Fernandes, outro fator que favoreceu a Vale hoje é que o Morgan Stanley elevou suas apostas em companhias associadas à economia da China, o que atraiu mais ainda o fluxo comprador para a mineradora brasileira.

A Prio (PRIO3) também avançou nesta sessão, já que o pacote de estímulo na China afetou as commodities em geral. Como a China é uma das maiores importadoras de petróleo, a cotação do barril avança mais de 2% hoje (11), refletindo de maneira direta nas cotações da Prio, que tem uma correlação bem forte com a commodity.

Entre as quedas do Ibovespa hoje, alguns dos destaques são Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), que refletem a alta do petróleo, já que isso afeta os custos em relação ao querosene de aviação. Além disso, um dólar mais elevado também impacta de forma negativa as empresas do setor. Embora esteja em baixa agora, o dólar foi de R$ 4,75 para R$ 4,90 em pouco tempo.

“Vemos que o mercado está migrando hoje para ações que não sofrem tanto com uma alta no dólar devido ao dado de inflação americana que vai sair amanhã pode causar novamente uma valorização do dólar, portanto estão montando posições mais defensivas hoje”, conclui Fernandes.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

O Ibovespa terminou a sessão de ontem (10) em baixa de 0,80%, aos 117.942 pontos.

(Com Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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