Serviços no IPCA reforçam corte inicial da Selic em agosto, diz XP
A composição e as medidas agregadas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho reforçam o “primeiro estágio” da desinflação no Brasil, puxado por alimentos e bens industriais, avalia o economista da XP Investimentos Alexandre Maluf.
Ele pondera, no entanto, que as métricas de serviços seguem rodando acima da meta de inflação e reforçam a visão de que o Banco Central iniciará o ciclo de flexibilização da política monetária de forma cautelosa, com um corte inicial de 0,25 ponto porcentual em agosto.
A projeção da XP é que, após esse corte inicial, o BC realize cortes maiores de 0,50 ponto a partir de setembro, encerrando o ano com Selic em 12%.
Maluf cita que os serviços subjacentes avançaram 0,62% em junho, acima da projeção da XP de 0,43%. Além disso, a métrica acumulada em três meses anualizada e dessazonalizada aumentou de 6,08% para 6,75%, calcula.
“Conforme discutido na última ata do Copom, tal métrica de serviços é considerada o elemento-chave para o Banco Central determinar o início e o ritmo do ciclo de flexibilização monetária.”
A XP manteve a projeção de alta de 4,70% para o IPCA em 2023 e de 4,1% em 2024.
Veja dados do IPCA de junho
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com queda de 0,08%, ante um avanço de 0,23% em maio, informou nesta terça (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do IPCA foi ligeiramente menos negativo que a mediana das previsões colhidas pelo Projeções Broadcast, que apontava queda de 0,10% no IPCA de junho. As estimativas eram de recuo de 0,19% a 0,01%.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,87%, de acordo com o IBGE.
O resultado acumulado em 12 meses foi de 3,16% até junho, menor que a taxa de 3,94% acumulada nos 12 meses até maio e ligeiramente acima da mediana das projeções de analistas, de 3,14%.
As estimativas para o IPCA neste caso iam de 3,05% a 3,23%.
Com Estadão Conteúdo