Banco rebaixa CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5). Gerdau (GGBR4) segue como top pick; veja por quê
Após revisar para baixo o preço do minério de ferro, o Itaú BBA rebaixou de neutra para underperform, equivalente a venda, as ações da CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5). Apesar de avaliar como um mau momento para as siderúrgicas, o banco manteve a Gerdau (GGBR4) no top pick do setor.
“As siderúrgicas e mineradoras estão altamente expostas ao crescimento global mais fraco, que vem pesando sobre os preços tanto do minério de ferro quanto do aço nos últimos meses. Além disso, acreditamos que o mercado imobiliário na China não está respondendo às medidas de estímulo anunciadas desde o final de 2022”, afirma o banco em relatório.
Com isso, o banco reduziu o preço do minério de ferro para US$ 110 por tonelada, o que deve enfraquecer o setor siderúrgico brasileiro, uma vez que são esperados descontos nos preços futuros, especialmente para os aços planos.
Além desses fatores, segundo o banco, a CSN e Usiminas estão sendo rebaixadas devido à geração limitada de fluxo de caixa livre (FCF) nos próximos anos e múltiplos EV/Ebitda considerados caros. As duas empresas tiveram suas estimativas de Ebitda reduzidas, principalmente em função dos resultados mais fracos do que o esperado na divisão de aço.
Dessa forma, a equipe do BBA fixou para CSN o preço-alvo de R$ 11, enquanto para Usiminas o preço-alvo ficou em R$ 7.
Itaú BBA: por que a Gerdau é a top pick do setor
Os analistas do Itaú BBA afirmam que a Gerdau é a principal escolha para o setor, devido à resiliência proporcionada pela sua diversificação geográfica, dinâmica e sólido balanço, podendo levar bons retornos aos acionistas.
Além disso, o banco avalia um sólido fluxo de caixa livre de 15% e a relação EV/Ebitda de 3,4x como pontos favoráveis. O Ebitda projetado para a companhia em 2023 é de R$ 14,8 bilhões. Com isso, Gerdau conta com indicação outperform, equivalente a compra, com preço-alvo de R$31,00.
Já na mineração, o banco mantém indicação outperfom para Vale (VALE3), com preço-alvo de R$ 83, apesar da visão cautelosa sobre o minério de ferro. O Ebitda previsto é de R$ 18,6 bilhões.
“Vemos uma alta decente do Fluxo de Caixa Descontado (DCF) de 27%, enquanto o EV/Ebitda para 2023 ajustado é de 3,8x parece barato tanto em termos absolutos quanto em relação aos pares australianos. Prevemos um rendimento de FCF de 10% para 2023”, projetam os analistas do BBA.
CSN e Usiminas impactadas pela queda do preço do minério de ferro
O BBA projeta que a CSN tenha um Ebitda de R$ 11,1 bilhões para 2023, com uma redução de 20% em relação à projeção anterior. “As divisões de mineração e siderurgia foram afetadas negativamente por menores preços de minério de ferro e aço, bem como menores embarques domésticos de aço. No negócio siderúrgico, é prevista uma queda de 53% no Ebitda em comparação ao ano anterior.”
Outro ponto destacado é a fraca geração de FCF da CSN – as estimativas são de R$ 950 milhões (6% yield) em 2023. Com isso, é esperado que a alavancagem da CSN permaneça acima de 2,5x até 2028, prejudicada pelo forte capex no negócio de mineração.
Sobre a Usiminas, a estimativa revisada do BBA indica um Ebitda de R$ 1,9 bilhão, com uma redução de 37% em relação à projeção anterior. “Acreditamos que a lucratividade da Usiminas provavelmente estará sob pressão no segundo semestre de 20223 devido a possíveis quedas nos preços dos aços planos e custos mais altos, uma vez que ela se envolverá mais em um negócio de “margem de rolagem” no trimestre. Para o negócio siderúrgico, projetamos uma queda de 75% no Ebitda.”
Cotação: CSN e Usiminas caem
Hoje, as ações da CSN caíram 2,84%, cotadas em R$ 12,32. Já os papéis da USIM5 tiveram queda de 2%, com preço fixado em R$ 7,35. Por outro lado, as ações da Gerdau registraram alta de 0,69%, cotadas em R$ 26,28. A Vale teve queda de 1,35%, com os papéis sendo vendidos em R$ 64,46.