Meta de inflação levará anos para ser atingida, diz economista-chefe do BCE

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou que a instituição levará alguns anos para atingir a meta de inflação de 2%, ainda que haja “bom progresso” em 2023.

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“Há um longo caminho a percorrer de onde estamos agora até nossas metas. Segundo nossa previsão, levará alguns anos”, afirmou sobre a meta de inflação, em entrevista à CNBC.

Lane reforçou que o BCE está em uma “fase de ajustes”, em um processo gradual para o controle de preços.

“Queremos ter certeza que não leve tempo demais ou que [a inflação] fique incorporada indefinidamente”, disse, acrescentando ser um motivo da necessidade de manter a política monetária restritiva por mais tempo.

“Teremos um período em que as taxas precisam se manter restritivas para garantir que nenhum choque novo nos afaste dos 2%.”

O economista-chefe, assim como outros integrantes do BCE, participa esta semana de um fórum da instituição em Sintra, Portugal.

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BCE: aumento de juros em julho já foi decidido

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que o aumento de juros em julho já está “decidido”. “Não é uma indicação, está claro”, ressaltou ele, em entrevista à Bloomberg.

Guindos ainda comentou que a decisão monetária de setembro está em aberto e “será dependente de dados”.

Segundo o dirigente, é necessário estudar os efeitos atrasados da política monetária sobre a economia, tendo em vista o aperto no crédito, projeções econômicas e tendência do núcleo da inflação.

“Não me preocupo sobre estagflação, mas nossas projeções consideram riscos de fraqueza na atividade econômica e dados não têm sido bons. Desaceleração econômica deve ganhar forma nos próximos meses”, destacou Guindos.

Contudo, ele também descartou a possibilidade de cortes nos juros básicos até que a inflação seja controlada no bloco. “o núcleo da inflação pode ser mais persistente do que esperamos”, avalia o dirigente.

Entre os fatores que podem pressionar os preços, Guindos aponta o mercado de trabalho forte e resiliente. Ele afirma que ainda não existe uma “espiral de alta” nos salários pagos, porém, que o bloco não estaria longe desta realidade.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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