Tok&Stok confirma aporte de R$ 100 milhões e dívida adiada
A Tok&Stok, após meses de dificuldades financeiras, confirmou que assinou um acordo com seus credores que prevê um aporte de R$ 100 milhões.
O aporte na Tok&Stok será feito pelo fundo americano Carlyle.
Além disso, o acordo da Tok&Stok também prevê adiamento e refinanciamento de uma dívida de R$ 350 milhões. Os bancos deram dois anos de carência para o pagamento da dívida.
“Como resultado de seu processo de reestruturação, a companhia já apresenta geração de caixa positiva em 2023″, diz a empresa em nota.
Atualmente, segundo informações do Estadão, a empresa centra esforços para simplificar suas operações e seu organograma de negócios.
“Diante de um momento desafiador de mercado, a empresa coloca seu foco na gestão de caixa e melhora da operação”, diz a varejista de móveis e decoração.
Nesse sentido, a companhia fechou 17 lojas consideradas não rentáveis.
Como parte do imbróglio, a companhia chegou a receber ordens de despejo recentemente. Dentre elas, uma da Iguatemi (IGTI3), que obteve uma liminar na Justiça que permite que a companhia faça o despejo de uma loja em sua unidade em Ribeirão Preto (SP).
A ação judicial entre o Iguatemi e a Tok&Stok tem valor de cerca de R$ 1 milhão. A liminar foi concedida ainda no dia 13, cinco dias após o caso ser remetido à 10ª Vara Civil do Foro de Ribeirão Preto.
“Concedo a liminar de despejo, mediante a prestação de caução em dinheiro equivalente a três meses de aluguel, concedendo o prazo de 30 dias para a desocupação voluntária do imóvel”, diz na decisão a juíza Isabela Fiel.
Recuperação Judicial ou Falência serão destino da Tok&Stok
Desde que a crise financeira se instaurou na empresa, há especulações acerca de uma possível recuperação judicial ou falência.
No fim de abril, a Domus Aurea, consultoria de serviços em tecnologia, entrou com um pedido de decretação de falência da varejista de móveis na Justiça de São Paulo por conta de uma dívida de R$ 4,2 milhões.
A Tok&Stok ainda discute acordos com credores e lida com uma dívida relativamente volumosa, com cerca de R$ 600 milhões no início do ano.
O crescimento do passivo financeiro já era observado em anos anteriores, com custo do endividamento saltando de R$ 8 milhões em 2019 para R$ 361 milhões em 2021.
Nessa toada, a companhia fez mudanças na gestão. Em abril, Roberto Szachnowicz, ex-presidente da Etna, foi anunciado como CEO da Tok&Stok com o objetivo de liderar a reestruturação da empresa.