Eletrobras (ELET3), Alupar (ALUP11) e mais elétricas: com leilão de transmissão à vista, analistas recomendam compra de ações

Com previsão de alcançar R$ 16 bilhões, o primeiro leilão de transmissão de 2023 será um dos maiores realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Neste contexto, a Genial Investimento recomendou nesta sexta-feira (23) a compra de ações da Alupar (ALUP11), Eletrobras (ELET3) e Isa Cteep (TRPL4).

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Segundo a Genial, o leilão da Aneel é visto como uma oportunidade positiva para as empresas do setor. Além disso, são destacadas vantagens tributárias: “Alguns lotes ofertados na região Nordeste são passíveis do benefício fiscal SUDAM/SUDENE, que acaba por reduzir a alíquota do imposto de renda em lotes expostos a esse benefício.”

Os analistas citam ainda outros pontos positivos:

  • Grande pipeline de investimentos, totalizando quase R$ 15 bilhões, o que o torna o segundo maior leilão desde 2016.
  • Os retornos regulatórios para as empresas elétricas oferecidos são atraentes, com uma taxa de remuneração regulatória (WACC) de 7,8%, a maior desde dezembro de 2019.
  • O prazo médio de desenvolvimento dos lotes é estendido, permitindo que desenvolvedores eficientes antecipem a entrada operacional dos projetos.

Por outro lado, a equipe da Genial alerta para cenários adversos no mercado de crédito. “Como grande ponto de atenção, citamos condições adversas do mercado de crédito e oscilação de preços nas commodities metálicas. Como amplamente discutido em nosso documentos, a verdadeira geração de valor no negócio é derivada não apenas das condições iniciais oferecidas em cada lote pré-determinado pela ANEEL como também da habilidade dos players em desenvolver os lotes em condições ainda melhores que aquelas (antecipação da entrada operacional dos projetos, maior eficiência no investimento requerido, crédito mais barato e mais alongado)”, diz a casa em relatório.

“Das empresas sob nosso cobertura, chamamos a atenção das transmissoras tradicionais – Alupar, Isa Cteep e Taesa (TAEE11) – como outros que vêm participando ativamente de leilões pregressos – Eletrobras, Engie (EGIE3) – ou novos nomes que anunciaram a sua intenção de ingressar no segmento de transmissão, como a Auren (AURE3)”, diz a Genial.

Para outros nomes que vêm participando de leilões, como Taesa (TAEE11) e Auren (AURE3), a recomendação é manter, com preço-alvo em R$ 35 e R$ 15, respectivamente.

A Eletrobras teve seu preço-alvo fixado pela Genial em R$ 52,00. As ações da Alupar e Isa Cteep tiveram os preços fixados em R$ 34,00 e R$ 28,00, respectivamente.

O primeiro leilão de transmissão de 2023

Na próxima sexta-feira, a ANEEL deve realizar um novo leilão de transmissão, no qual serão oferecidos nove lotes com investimentos esperados de até R$15,8 bilhões e uma RAP regulatória de R$2.6 bilhões

Segundo a ANEEL, serão licitadas as concessões para construção e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e 400 megavolt-ampéres (MVA) em capacidade de transformação de subestações.

Os 33 empreendimentos, com prazo de conclusão de 36 a 66 meses, contemplarão os estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.

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O que esperar do maior leilão de transmissão em cinco anos?

O Itaú BBA espera que participem do leilão de transmissão: Cemig (CMIG4), Isa Cteep (TRPL4), Alupar (ALUP11), Engie (EGIE3), Energisa (ENGI11), Equatorial (EQTL3), CPFL (CPFE3) e Auren (AURE3).

“Embora este seja um leilão muito maior do que os anteriores, em um ambiente de condições macro e de crédito mais duras, ainda esperamos que seja competitivo entre os jogadores listados. Houve alguns leilões altamente competitivos nos últimos anos, com lances agressivos e estreantes no segmento. Alguns deles enfrentaram desafios em desenvolver e implementar os projetos, e as empresas agora se deparam com a falta de contratantes EPC capitalizados, deixando menos espaço para players ‘aventureiros’”, observa o BBA.

Segundo a casa, este é um grande leilão que visa melhorar a confiabilidade da rede elétrica, especialmente para atender demandas do Sudeste do Brasil, dada a expansão de fontes renováveis no Nordeste.

Segundo os documentos de licitação, o Capex total dos projetos é estimado em R$ 15,8 bilhões, com receita total limitada de R$ 2,57 bilhões.

Desafios e riscos para rentabilidade dos projetos

A Genial informa que apesar dos retornos regulatórios atrativos é preciso ficar atentos aos deságios. “A competitividade do processo de leilão, por exemplo, tende a levá-las a aceitar deságios na RAP que podem passar de 50%, afetando significativamente o topline dos projetos.”

“Em nossa leitura preliminar, deságios em torno de 40% tendem a gerar bons projetos sem considerarmos premissas mais agressivas para o desenvolvimento dos mesmos, como antecipações de entrada operacional ou reduções do investimento previsto pela ANEEL. É importante mencionar que cada lote tem desafios únicos quanto ao seu desenvolvimento. Ou seja: cada lote tem um prazo de desenvolvimento, custos, desafios no tocante a licenciamento ambiental distintos e as premissas que utilizamos para estimar os retornos e geração de valor são meras referências”, conclui a Genial.

Ainda são apontados possíveis problemas relacionados ao cenário macroeconômico, como inflação dos materiais para construção e aumento do custo da dívida das linhas.

Cotação

Hoje, as ações das empresas elétricas subiram no Ibovespa;

  • Eletrobras teve alta de 1.93%, cotada em R$ 40,09
  • Isa Cteep subiu 2.07%, vendida a R$ 25,69
  • Taesa avançou 1.87%; cotada em R$ 38,14
  • Auren ganhou 1,22%; cotada em R$ 14,95
  • Alupar valorizou 2.36%; com as ações no valor de R$ 30,39

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Vinícius Alves

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