Radar: Itaú (ITUB4) e Eneva (ENEV3) fecham acordo bilionário, preço-alvo de IRB (IRBR3) é elevado e Amazon (AMZO34) é processada
A Eneva (ENEV3) celebrou um acordo de investimento com o Itaú (ITUB4), regulando a operação em que o banco investiu R$ 1 bilhão na controlada Eneva Participações III.
O investimento do Itaú na controlada da Eneva foi realizado por meio da subscrição e integralização de ações preferenciais com direito de voto restrito, escriturais e sem valor nominal emitidas pela Eneva III.
A partir da conclusão dessa operação, o Itaú passou a deter 100% das ações preferenciais de emissão da Eneva III, que representam 15,02% do seu capital social total.
A Eneva, por sua vez, passou a manter a titularidade de todas as ações da Eneva III do tipo ordinárias, que passaram a representar 84,98% do seu capital social total.
A operação é resultado de uma reorganização societária envolvendo a Eneva e sua empresa controlada, que foi concretizado em 13 de junho de 2023.
Na ocasião, a Eneva III se tornou titular de 100% do capital social da Parnaíba Geração e Comercialização de Energia (PGC) e da Parnaíba II Geração de Energia. Em conjunto, ambas fazem parte das 6 usinas termelétricas do Complexo Parnaíba.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a operação sem ressalvas e restrições.
De forma adicional, a Eneva e o Itaú celebraram um acordo de acionistas da Eneva III, regulando os direitos e obrigações da companhia geradora de energia e do banco.
“A companhia reitera seu compromisso de manter os acionistas e o mercado em geral informados acerca do andamento desse e de qualquer outro assunto de interesse do mercado”, concluiu a Eneva.
Além de Itaú, confira outros destaques desta quarta-feira:
IRB (IRBR3): Santander eleva preço-alvo em 80%, mas tem um temor; entenda
- Em relatório divulgado ao mercado nesta quarta-feira (21), o Santander elevou o preço-alvo do IRB (IRBR3), de R$ 24,00 para R$ 43,00, mantendo sua recomendação neutra. Segundo o banco, as novas estimativas incorporam uma melhor taxa de sinistralidade e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).
- “O IRB relatou uma sólida melhora de 16 ppts em relação ao ano anterior na sinistralidade
no 1T23, levantando a questão se a sinistralidade finalmente atingiu um ponto de inflexão. Acreditamos, por enquanto, que sim — embora vejamos riscos vindos de um potencial evento El Niño — e, portanto, estimamos que a sinistralidade atinja 77% e 76% até 2023 e 2024, respectivamente”, projetam analistas do banco.
- Outro ponto destacado pelo Santander é o aumento das estimativas de ROE do IRB (retorno sobre o patrimônio líquido) sustentável, de 9% para 13%. Também é esperado um lucro líquido de R$ 142 milhões em 2023 do IRB.
Amazon (AMZO34) é processada nos EUA por manipular cliente a assinar o Prime e dificultar cancelamentos
- A agência norte-americana Federal Trade Comission (FTC) processou a Amazon (AMZO34) nos Estados Unidos por supostamente enganar milhões de clientes para assinarem o serviço Amazon Prime sem o seu consentimento, e dificultar tentativas de cancelamento da inscrição.
- A FTC acusa a empresa de adotar interfaces manipulativas e coercivas, conhecidas como “dark patterns”, para confundir os usuários a se inscreverem em assinaturas que se renovam automaticamente, de acordo com comunicado publicado hoje.
- O site da Amazon oferecia aos consumidores que compravam produtos no site várias oportunidades para assinarem ao Prime por US$ 14,99 por mês e, em algumas ocasiões, não deixava claro que um botão que completava a compra também fazia uma assinatura autorrenovável no serviço, segundo a FTC.
- A agência diz ainda que o processo de cancelamento do Prime não foi desenvolvido para permitir que os consumidores terminassem sua assinatura, mas sim para impedi-los.
- O cliente primeiro precisava localizar onde cancelar a inscrição e, a partir daí, era redirecionado a diversas páginas com ofertas para continuar com o serviço com desconto, desativar a renovação automática ou desistir do cancelamento, explica a FTC. Só depois de clicar em todas essas páginas, era possível terminar a assinatura, afirma o comunicado.
- A Federal Trade Comission cita reportagem da Business Insider que revelou que a Amazon usava internamente o termo ‘Ilíada’ para se referir ao processo de cancelamento – supostamente uma alusão ao longo poema da Grécia Antiga atribuída a Homero, com quase 16 mil versos, sobre a Guerra de Troia.
- A acusação também aponta que a Amazon “estava ciente de que os consumidores eram inscritos de forma não consensual” no Prime e “do processo complexo e confuso para cancelar a assinatura.
- A FTC afirma que os executivos da empresa falharam em tomar medidas significativas para resolver os problemas até que estivessem cientes da investigação, e tentaram atrasá-la e dificultá-la a investigação da Comissão em várias instâncias.
Copom mantém Selic a 13,75% ao ano pela 7ª vez consecutiva; entenda a decisão do BC
- Como esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva, na quarta reunião do ano nesta quarta (21). A decisão foi unânime.
- Apesar da forte ofensiva do governo e de empresários em prol da queda dos juros, de 46 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, do Estadão, 45 esperavam manutenção do patamar dos juros e apenas uma projetava baixa da Selic para 13,50% ao ano.
- No comunicado desta quarta, o comitê diz que “irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como ancoragem das expectativas”.
- Chamou atenção no comunicado a retirada de possibilidade de o BC retomar ciclo de ajuste, o que estava no texto que acompanhava a reunião de maio.
- Mas o texto do comitê do BC explica: “O Copom avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação.”
- E completa: “O ambiente externo se mantém adverso, ainda que com revisões positivas para o crescimento do ano. Apesar da atenuação do estresse envolvendo bancos nos EUA e na Europa, a situação segue demandando monitoramento.”
- O comitê afirma ainda que a “decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.” Para então complementar: “O Copom conduzirá política monetária necessária para o cumprimento de metas.”
- Não houve sinalização forte de que haverá redução da taxa Selic nas próxima reuniões, como esperavam analistas do mercado: “O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
- O comunicado do BC diz ainda que, “apesar de arrefecimento recente da inflação, antecipa-se aumento da inflação em 12 meses no 2º semestre”.
- Mais: “Diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com a meta. Há retomada de ciclos de alta de juros em algumas economias com inflação resiliente.”
- E cita “riscos de baixa estão queda adicional das commodities em moeda local, além de desaceleração da atividade global mais acentuada que a projetada”.
Lojas Renner (LREN3): banco vê potencial de valorização de 25% das ações; entenda os motivos
- Em relatório, o Itaú BBA elevou o preço-alvo para as ações da Lojas Renner (LREN3), com potencial de valorização de 25% em relação ao fechamento de terça-feira (20). Os analistas compartilharam impressões obtidas após encontros com o diretor financeiro da varejista, Daniel Santos, com atualização de suas estimativas após os resultados do primeiro trimestre de 2023.
- Os analistas do BBA ressaltaram que a varejista manteve seu discurso conservador em relação ao momento de curto prazo, uma vez que o consumidor brasileiro continua pressionado e a empresa ajustou sua estratégia de cobrança no varejo.
- “A administração acredita que o novo centro de distribuição da Renner no estado de São Paulo irá gerar oportunidades significativas para melhorar a operação e auxiliar a companhia a aproximar seus níveis de rentabilidade de patamares históricos”, lembra o relatório.
- Segundo o Itaú BBA, a empresa observou que os custos dos principais insumos têm diminuído em 2023. Entretanto, em vez de usar isso para aumentar as margens de curto prazo, a Renner pretende investir na acessibilidade dos seus produtos, dado o cenário desafiador ainda enfrentado pelos consumidores no Brasil. “A proposta de valor é um esforço consistente, mas não implica uma mudança na estratégia da Renner sobre preços”, disseram os analistas.
Petrobras (PETR4): Cade aprova venda da Lubnor para a Grepar com restrições; ações sobem forte
- As ações da Petrobras (PETR4) subiam na tarde desta quarta-feira (21), com o mercado repercutindo a notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a venda, pela estatal, da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) para a Grepar.
- Perto das 14h30, as ações preferenciais da Petrobras subiam 4,26%, cotadas a R$ 35,77, ajudando o Ibovespa a subir e romper o patamar dos 120 mil pontos.
- O colegiado seguiu o voto da relatora, Lenisa Prado, que condicionou o aval à venda da Lubnor a um acordo em controle de concentração (ACC), que deverá ser assinado em até 30 dias, sob pena de reprovação do negócio. Assim que a homologação do acordo for publicada, a Grepar está autorizada a assumir a operação.
- A relatora defendeu o uso de remédios porque a venda da Lubnor sem restrições, em sua avaliação, resultaria em “evidente integração vertical, com grande possibilidade de causar fechamento de mercado a jusante, o que ocasionaria prejuízos aos concorrentes”.
- Prado acrescentou sobre a proposta de acordo da Petrobras, destacando que, com ele, a Grepar assumiria compromissos de natureza comportamental para evitar prejuízos ao mercado:”Foram mantidas negociações entre as requerentes e o Cade”, citou
- O negócio foi fechado com a Grepar há cerca de um ano. Em dezembro do ano passado, a Superintendência-Geral do Cade aprovou a operação da Petrobras sem restrições. Houve, contudo, um pedido de revisão da venda por parte das empresas concorrentes, que se sentiram afetadas pela decisão, como a Asfaltos Nordeste. A Lubnor é líder na produção de asfalto no País, e utiliza o petróleo pesado produzido no Espírito Santo e no Ceará, com capacidade de processar 8 mil barris por dia.
- Inicialmente, o caso chegou ao Cade com a Grepar prevendo duas sócias, a Grecor Investimentos e a Greca Distribuidora. O acordo, por sua vez, como proposto pelas próprias interessadas, prevê uma “separação completa” entre a Greca e a Grepar na atuação, como um dos remédios em relação à integração vertical de mercado identificada pelo Cade, uma vez que a Greca, do mesmo grupo familiar, atua na distribuição de asfaltos.
- “O acordo que foi negociado produziu dois conjuntos de remédio em relação a integração vertical, primeiro determinante do ponto de vista estrutural separação completa entre Greca e Grepar, ponto que me parece proposto pelos próprios requerentes, dizendo ter desistido de atuar de forma conjunto”, destacou o conselheiro Gustavo Augusto durante a sessão.
- Uma segunda parte do acordo prevê obrigações comportamentais por parte da Grepar. Segundo apurou o Broadcast, deverá haver um monitoramento por auditoria independente – trustee – por cinco anos, além de previsão de solução arbitral para disputas de preço e criação de uma gerência de compliance. Essa repartição deverá investigar internamente qualquer denúncia de tratamento discriminatório entre concorrentes.
Do Itaú à Amazon, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.