Cielo expande operações em lojas físicas
A Cielo (CIEL3) está colocando em prática sua estratégia para adquirir mercado e diversificar as operações. A companhia está montando uma rede de lojas físicas pelo Brasil para atender clientes do varejo, entre eles microempreendedores e pequenos empresários.
A credenciadora de cartões do Bradesco e do Banco do Brasil está apostando em movimentos que atinjam esse público de duas formas: de porta em porta com profissionais empreendedores ou por meio de pontos físicos, onde a Cielo projeta enfrentar a concorrência.
Em 2015, quando a primeira unidade foi aberta pela Cielo, o objetivo era o aluguel de equipamentos para clientes de porte médio ou grande, que por sua vez costumam procurar serviços via agência bancária ou consultores. Desde então, forma abertas apenas quatro unidades:
- Uma na Bahia
- Uma no Rio de Janeiro
- Duas em São Paulo
Entretanto, desde 2018, quando a companhia passou a vender “maquininhas” a clientes de menor porte, uma rede de lojas físicas passou a ser viável.
A meta da Cielo é atingir 11 unidades até o fim do ano que vem. A loja do Shopping Ibirapuera, em São Paulo, uma das quatro lojas iniciais, foi reaberta na última segunda-feira (21) após reformada, assim como as demais estão sendo remodeladas. Dentre as outras sete unidades serão abertas, a primeira delas será na região de Santo Amaro, zona sul paulista.
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Mário Casasanta, vice-presidente da Cielo, disse ao jornal “Valor Econômico” que “o foco são empreendedores, autônomos e pessoas físicas, essas últimas responsáveis por 75% das máquinas vendidas”.
Em cada loja da companhia, que terá em média 7 colaboradores, será possível que o cliente faça a compra da maquininha e a leve no mesmo momento. É um diferencial em comparação a outros canais, já que seria necessário esperar alguns dias para recebê-la em casa após a compra.
Todavia, as atenção ficarão no pós-venda, com o intuito de sanar dúvidas sobre acerto de valores, aquisição de novos serviços e mudança de pacotes.
Cielo acompanha tendência do segmento
Esse modelo de atendimento presencial é estratégico por parte da Stone, concorrente da Cielo. São criados escritórios regionais, atendendo a bairros específicos, que já somam 300, levando em consideração o primeiro semestre deste ano.
A metodologia estratégica das credenciadoras em investir na operação presencial pode parecer contrária às tendências do mercado financeiro que estão se tornando cada vez mais digitais. No entanto, devido à forte guerra nos preços, as empresas do setor têm procurado se diferenciar no atendimento, dessa forma, o realizando presencialmente.
Fabrício Winter, líder de projetos da consultoria Boanerges & Cia, especialista no segmento de pagamentos, afirmou que as credenciadoras devem possuir estratégias distintas para cada espectro de clientela.
Os microempreendedores, majoritariamente, são atendidos por canais massificados, como a internet. Os pequenos empresários são alcançados por profissionais que batem à porta deles. Já as médias empresas são atendidas por agências bancárias, enquanto grandes empresas possuem consultores especializados.
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“Esse modelo de lojas físicas, no entanto, funciona entre os pequenos e os médios empreendedores, porque há um oceano grande deles que ainda está entrando no mundo dos cartões”, disse o executivo.
A Cielo, particularmente, visa a abertura de lojas físicas também porque representa um movimento de redução da dependência das agências dos parceiros, sobretudo os acionistas Bradesco, Bando do Brasil e a da Caixa Econômica Federal. Essas instituições bancárias estão em um processo massivo de expansão das operações digitais, em detrimento do atendimento presencial.
“Hoje, o grande desafio que temos – considerando que há portfólio completo, condição de negociação e ampla aceitação de bandeiras – é estender a força de vendas para além dos bancos”, disse o vice-presidente da Cielo.