Veja o que o fundador da Suno espera para a bolsa no segundo semestre
Após alertar a dificuldade de se falar sobre futuro no mercado financeiro, o fundador da Suno, Tiago Reis, disse esperar que a bolsa brasileira siga no recente movimento otimista pelos próximos meses, após as projeções mais pessimistas não se confirmarem.
A declaração de Tiago Reis foi feita durante o evento Suno Invest, organizado pela Suno e realizado neste fim de semana (17 e 18) em um hotel na zona Sul de São Paulo.
“As projeções pessimistas estão tendo menor probabilidade de se materializarem após a aprovação de um arcabouço fiscal equilibrado e das demonstrações de responsabilidade do governo, além do fato de não haver mais conversas a respeito de reestatizações de empresas privatizadas, entre outras coisas”, apontou Reis.
Ao longo de sua apresentação no evento, Tiago Reis afirmou que a bolsa brasileira segue atraente, enfatizando que o investidor precisa ter uma estratégia de investimentos vencedora e uma mentalidade que o permita assumir riscos para comprar oportunidades em momentos de baixa.
“A estratégia é mais fácil. Nós temos algumas, vocês têm o acesso a elas. A dificuldade maior é a mentalidade, o sangue frio de ir contra a maré e comprar uma empresa em um momento que a maior parte dos investidores querem vender”, ressaltou.
Tiago Reis: dividendos da Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Sobre as principais empresas brasileiras, Reis afirmou achar muito difícil que a Petrobras (PETR4) não continue sendo uma excelente pagadora de dividendos, mesmo que haja mudança na política interna da companhia.
“A companhia tem programa de longo prazo, endividamento baixo e margens altas – seguirá como boa pagadora, além de a governança ser mais segura agora, evitando muitas interferências externas”, disse.
A preocupação, no entanto, fica para fatores externos, como uma disparada do petróleo.
“Uma alta para US$ 120 o barril preocupa porque não sabemos se a Petrobras vai acompanhar o preço do mercado, mas não vejo essa chance acontecer no curto prazo, dado que a Opep corta a produção e preço da commodity continua caindo”, completou.
Sobre a Vale (VALE3), o fundador da Suno apontou que trabalha com a projeção de US$ 120 para a tonelada do minério, o que é uma margem segura para a mineradora brasileira.
“Sempre que o preço ficou muito acima, ou muito abaixo desse valor, o mercado faz uma correção que acaba trazendo a cotação para perto desses US$ 120, pelo menos ao longo dos últimos 10 anos, é um ciclo”, finalizou Tiago Reis.