Itaú (ITUB4): analistas veem melhora na eficiência do banco e recomendam compra das ações
Após o Itaú Day, que aconteceu na quinta-feira (15), e reuniu executivos do banco para debater os desafios competitivos do setor, o UBS BB divulgou relatório em que reiterou recomendação de compra de ações do Itaú (ITUB4), com preço-alvo de R$ 36 – análise semelhante à do BTG Pactual.
De acordo com o UBS BB, o banco está com uma mudança interna de cultura, passando a ter mais foco nos clientes do Itaú. “Os investimentos em TI são fundamentais no processo de atendimento ao cliente e atualmente o banco já possui 70% de seus principais sistemas na nuvem – ainda existem sistemas legados rodando em paralelo, portanto alguma melhoria na eficiência do banco deve ser vista nos próximos anos.”
Em relatório, o BTG Pactual também dá ênfase a essa mudança de cultura interna, destacando que o banco pretende atingir um NPS (Net Promoter Score), uma metodologia de satisfação do cliente, muito alta para todos os produtos.
Outro foco de discussão no Itaú Day, segundo o UBS BB, foi sobre a dinâmica de rentabilidade dos segmentos de varejo e atacado do Itaú. No atacado, o agronegócio e segmentos de mid-market vêm ganhando relevância. Já no varejo, destacou-se a rentabilidade do segmento de alta renda (Personnalite e Uniclass), em patamar acima de 30%, enquanto pequenas empresas também estão com bom ROE (retorno sobre patrimônio).
Por outro lado, financiamento de veículos, cartão de crédito (não correntista) estão apresentando rentabilidade abaixo do patamar do banco. “A administração acredita em um maior nível de rentabilidade no segmento de varejo daqui para frente, considerando a normalização do custo do risco no segmento de baixa renda”, projetam analistas do UBS BB.
Transformação digital e foco nos clientes
O Itaú está preparando uma nova plataforma chamada Itaú One, que deverá utilizar os mesmos padrões para todos os tipos de clientes (correntistas, não correntistas, cartões de crédito etc). Para o UBS BB, a implementação desta nova plataforma deverá aumentar o cross-selling, gerando maior envolvimento dos clientes do banco. “Um engajamento maior deve levar a uma melhor tendência de qualidade dos ativos.”
Além disso, o BTG avalia que os anúncios do banco reforçam sua visão de que o Itaú está liderando a transformação digital no segmento. “A transformação digital é um jogo sem fim que vai além da tecnologia. Como mencionou Roberto Setubal, é importante adaptar constantemente o negócio, melhorando a cultura, adequando a estrutura organizacional e mudando a forma como a organização vê seus clientes. Vemos o Itaú como o banco premium do Brasil e acreditamos que o recente baixo desempenho em relação ao Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) torna o ITUB4 ainda mais atraente.”
Neste cenário, o BTG recomenda compra, com preço-alvo fixado em R$ 35.
Itaú de olho nas PMEs
O Itaú destacou, durante evento, que 20% do Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) veio do segmento Pequenas e Médias Empresas em 2022, gerando um excelente RAROC (retorno ajustado ao risco do capital alocado) de 35%.
Com isso, o banco pretende fortalecer suas vantagens competitivas em serviços bancários e no atendimento às PMEs. O índice de inadimplência de 90 dias do Itaú para PMEs é 2-3x menor do que seus dois principais pares, enquanto a carteira cresceu a um sólido CAGR de 13% 2015-2022.
Alta de 14% no lucro líquido do 1T23
No primeiro trimestre de 2023, o Itaú Unibanco (ITUB4) registrou um lucro líquido gerencial de R$ 8,435 bilhões, representando alta de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, a alta foi de 10%.
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio (ROE) anualizado foi de 20,7%, contra 20,4% verificados um ano antes e de 19,3%, vistos no quarto trimestre de 2022.
Os principais fatores que influenciaram esses resultados foram o aumento da receita com prestação de serviços e seguros, bem como o crescimento da margem financeira com clientes.
Cotação
Hoje, o Itaú registrou queda de 0,07% nas ações, cotadas por R$ 28,54
