Petrobras (PETR4): como a compra da Braskem (BRKM5) poderia afetar acionistas e dividendos da petroleira

Na quarta-feira (14), declarações do presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, despertaram a possibilidade de a petrolífera comprar o bloco de controle da Braskem (BRKM5). Atualmente, a sociedade é detida majoritariamente pela Novonor (antiga Odebrecht) e pela petroleira.

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De acordo com Prates, o direito de preferência pelas ações da Braskem deixa a petrolífera confortável em meio às tentativas de compra da petroquímica. O executivo afirmou que a Petrobras já definiu internamente a posição que irá tomar sobre permanecer, sair ou assumir a participação da Novonor na Braskem, mas que ainda não podem se pronunciar publicamente por especulações.

Ofertas de compra da Braskem

A possível intenção de compra da Braskem pela Petrobras seria uma retomada do projeto da estatal iniciado em 2007. Atualmente, a Petrobras detém 36,1% das ações da petroquímica, enquanto a Novonor controla 50,1% e os outros 2,9% são ações ordinárias que estão disponíveis no mercado.

A Unipar (UNIP6) fez recentemente uma proposta de compra de R$ 10 bilhões para a Braskem. A proposta superou a recebida anteriormente pelo consórcio formado pela Adnoc (estatal de petróleo de Abu Dhabi) e do fundo de private equity (de participação em empresas) americano Apollo, que somava títulos e debêntures ao pagamento.

Como a compra da Braskem poderia afetar acionistas da Petrobras?

Para o analista da Suno Asset, Rodrigo Wainberg, o maior interesse dos investidores de PETR3/PETR4 é nas atividades da empresa como a exploração e mineração. A esses setores foram destinados o capex (os investimentos) dos últimos anos e são o que mais geram valor para os stakeholders. Logo, as remunerações generosas de dividendos são o que mais atraem os investidores minoritários.

“A Braskem é um ativo muito importante, de plena referência nos Estados Unidos e no México”, avalia Wainberg. Apesar do cenário de stress do setor petroquímico no momento, o analista ressalta que a força de geração de caixa vai se manter pela demanda dos produtos da companhia.

“Temos uma perspectiva da demanda de plástico triplicar globalmente nos próximos 40 anos. Apesar de problemas ambientais, não é um material que você consegue substituir de forma econômica”, explica Wainberg.

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Braskem é uma empresa boa?

Apesar de ainda não ter tomado uma decisão sobre o seu posicionamento na Braskem, o analista encara que ” o caminho do desinvestimento está na contramão do que tem sido feito pela Petrobras.”

Além disso, o pronunciamento recente de Prates sobre o direito de preferência da companhia – ou seja, a possibilidade de a Petrobras cobrir qualquer oferta firme que tenha sido feita – remete a um interesse da petroleira de se manifestar por um preço pelo menos igual ou maior do que o que está sendo oferecido pelas outras instituições.

“Haveria uma mudança na titularidade dentro do bloco de controle da Braskem. Isso não dispararia o tag along para o minoritário ou preferenciarista [com tickers de ação terminados em 5]. Nesse cenário, a Petrobras se tornaria controladora da companhia. Ela já compartilha desse controle, mas aumentaria sua participação”, analisa.

Como parte de um setor muito resiliente, Wainberg destava que caso a petroquímica vá para “debaixo da aba da Petrobras, irá continuar firme por muitas décadas.” Além disso, o analista reforça a capacidade de otimização para a Braskem.

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Camila Paim

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