Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4): ações caem nesta terça; veja motivos

As ações preferenciais de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) fecharam em queda nesta terça-feira (13), em um dia em que analistas de mercado definem como de realização de lucros. O avanço do petróleo também ajuda a pressionar os papéis dessas companhias.

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No fechamento, os papéis da Azul recuaram 4,43%, a R$ 18,36. Na semana, as ações caem mais de 7%.

Cotação AZUL4

Gráfico gerado em: 13/06/2023
5 Dias

Já as ações da Gol caíram 5,03%, a R$ 10,00, no fim do pregão desta terça.

“Com a alta de quase 3% do petróleo, naturalmente as companhias aéreas como Gol e Azul sofrem um pouco mais, mesmo com o câmbio em queda. As curvas de juros subindo agora mais para a tarde, sobretudo as pontas mais longas, também penalizam um pouco as ações, dado que são empresas que possuem um endividamento relevante em seu balanço”, disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Ele lembrou a entrevista dada pelo CEO da Azul, John Rodgerson, à Folha de São Paulo no último domingo (11), na qual o executivo reforça que os gastos com combustíveis representam 45% do total de custos da empresa, mas que enxerga boa vontade por parte do governo em dialogar com as companhias do setor.

Além da alta do petróleo, a queda entre as aéreas também se justifica pela realização de lucros após as altas recentes. “Isso ocorre porque o combustível é um dos principais custos das companhias, que acabam sendo prejudicadas com essa alta”, acrescentou Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em Finanças e sócio da Quantzed.

Há uma semana, os analistas do Citi elevaram o preço-alvo para as ações da Azul Gol negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), o que fez com que os papéis das duas empresas disparassem.

Os analistas Stephen Trent, Filipe Nielsen e Jay Singh elevaram o preço-alvo para os ADRs da Azul de US$ 17,00 para US$ 20,50 e os da Gol de US$ 6,75 para US$ 7,75. Em ambos os casos, eles reiteraram a recomendação de compra.

No relatório, a equipe do Citi ressaltou que a demanda por passagens das companhias aéreas brasileiras continua em crescimento, além da receita por assento, que permanece próxima a níveis recorde. Os analistas enxergam, ainda, que as pressões cambiais e os custos com combustíveis parecem estar diminuindo.

Ainda no relatório, o banco alertou para a alavancagem financeira das companhias, o que pode ser um gatilho importante para as ações, caso as empresas não consigam avançar nos planos de redução de dívida.

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Gol divulga dados de tráfego em maio

Também na semana passada, a Gol divulgou os números prévios de tráfego do mês de maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.

Unindo voos domésticos e internacionais, a companhia aérea registrou demanda RPK, ou passageiros-quilômetro transportados, total de 2,71 bilhões em maio, alta de 13,1% na base anual. 

A oferta ASK, ou assentos‐quilômetros oferecidos, total no período atingiu 3,57 bilhões, aumento anualizado de 14,9%. Já a taxa de ocupação caiu 1,2 ponto percentual na mesma comparação, a 76,1%.

Em relatório divulgado logo após a divulgação dos dados, os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem, do Santander, consideraram “neutros” os números da aérea. Apesar da expansão geral da capacidade, muito absorvida pelo aumento da demanda doméstica, eles observaram uma desaceleração da demanda internacional, o que levou a uma queda da taxa de ocupação total no mês

“Destacamos, ainda, as baixas compensações face a 2022, dada a variante da Covid-19 (Ômicron) nessa altura, bem como a redução da rede de rotas prevista, no contexto de picos do preço do petróleo com o conflito na Ucrânia”, apontaram.

Os analistas do Santander firmaram o preço-alvo de R$ 9,30 para as ações da companhia.

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Azul reduziu prejuízo em 10% no 1T23

Entre os meses de janeiro a março deste ano, a Azul teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 727,6 milhões, queda de 10% ante o mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, o “resultado líquido foi ajustado por resultados não realizados de derivativos e taxa de câmbio”.

No comunicado de resultados, John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que está otimista com o futuro da companhia em 2023 e para o resto deste ano, estima que o crescimento de sua capacidade será de aproximadamente 14% ante 2022.

“Olhando para o futuro, não poderíamos estar mais animados com as tendências que estamos vendo no ambiente de demanda, combinadas com a queda acentuada nos preços dos combustíveis”. 

Na última quinta-feira (1), a companhia divulgou em fato relevante que fará uma emissão de até R$ 600 milhões em debêntures simples com prazo de um ano, com o objetivo de pagar pelo fornecimento de combustíveis da Raízen (RAIZ4). Serão emitidas 600 mil debêntures da Azul, com valor unitário de R$ 1 mil cada.

No mês de maio, as ações da Azul dispararam mais de 55%, sendo uma das que mais se valorizaram no Ibovespa no período, em meio ao cenário mais otimista esperado pelos analistas do Bradesco BBI e Itaú BBA. Entre as companhias aéreas, as duas casas demonstraram sua preferência pela Azul.

A recomendação das duas casas foi outform para as ações da Azul, o que equivale à compra. Já o Bank of America elevou sua recomendação de underperform (equivalente à venda) para neutra.

O Bradesco destacou na Azul a sua maior liquidez de caixa quando comparada aos concorrentes locais, assim como a malha aérea diferenciada da companhia. Por fim, ressaltou que a empresa pode começar suas operações em novos slots no aeroporto de Congonhas, situado em São Paulo.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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