Banco corta preço-alvo das ações da Ambev (ABEV3). Quais são as preocupações dos analistas?

O Itaú BBA manteve sua recomendação de market perform para as ações da Ambev (ABEV3), o equivalente a uma posição neutra, e com expectativa de performance alinhada com a média de mercado.

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Apesar disso, o banco reduziu o preço-alvo das ações da Ambev de R$ 18 para R$ 17, o equivalente a uma diminuição de 5,55%.

A queda no preço-alvo da ação da Ambev ocorre em meio à preocupação dos analistas em relação às expectativas futuras da empresa. “Esperamos que as discussões em andamento sobre questões não operacionais compensem o momento operacional positivo”, afirma o analista Gustavo Troiano.

Além disso, a revisão no preço-alvo também foi motivada pelos números observados no último balanço trimestral da Ambev, o do primeiro trimestre de 2023 (1T23), assim como o cenário macroeconômico.

O banco também atualizou suas estimativas para a margem Ebtida da Ambev, revisando-a para baixo em 30 pontos percentuais para 2023. Nas projeções para o ano de 2024, o Itaú BBA reduziu a projeção em 90 pontos percentuais.

O analista diz que uma elevação no custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro relacionado a América Latina poderá compensar a boa rentabilidade das operações da Ambev em território brasileiro. Ele acredita que as margens na América Latina neste ano e no próximo devem ser afetadas por um hedge menor no 2º semestre.

Uma das maiores preocupações do Itaú BBA em relação à maior cervejaria da América Latina seria uma retrocesso em sua tese de investimentos, embora a empresa esteja passando por um momento bom na questão operacional. Os maiores riscos estariam associados aos impactos vindos da hiperinflação da Argentina, além de passivos relevantes que estão de fora do balanço de resultados da Ambev.

Há possibilidade de novo corte no preço-alvo das ações da Ambev?

Gustavo Troiano ainda destaca um outro fator que poderia gerar um novo corte no preço-alvo das ações da Ambev em R$ 2,20 por ação – a possibilidade de o incentivo fiscal da cervejaria ser excluído.

Apesar da demonstração de cautela da equipe de analistas do Itaú BBA, também há pontos positivos a serem observados na Ambev. Um deles é a sequência de baixa no CPV por hectolitro no Brasil em 2023, com expectativa de que esse valor alcance o ponto médio de projeção da inflação.

Embora se observe uma estabilidade nos volumes de receita na comparação com 2022, o analista enxerga que o crescimento da receita da Ambev pode ser mantido com a elevação dos preços no Brasil. No ramo de cerveja no Brasil, há uma indicação de deflação de 6% para o ano que vem, segundo o rastreador de custos do Itaú BBA.

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João Vitor Jacintho

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