Ibovespa ‘pega carona’ no IPCA-15 e volta aos 110 mil pontos mesmo com queda da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

O Ibovespa pegou carona nos números positivos do IPCA-15 e voltou para o patamar dos 110 mil pontos nesta quinta (25), quando terminou o pregão em alta de 1,15%, aos 110.054,38 pontos — o volume financeiro do dia foi de R$ 27,3 bilhões. A prévia da inflação fomentou um recuo na curva de juros, o que animou os investidores da Bolsa brasileira, mesmo com a queda dos papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4).

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Na semana, o índice da B3 ainda cede 0,62%, mas avança 5,38% no mês e volta ao positivo no ano (+0,29%), após ter oscilado ontem a terreno de contração.

“Os dados melhores que o esperado ajudaram a fazer com que a curva de juros recuasse impulsionando ações do setor de varejo e construção, que se beneficiam em um cenário de inflação e juros mais baixos. Esse cenário animou bastante o mercado após o dia pessimista de ontem influenciado pelo exterior”, explica Marcus Labarthe, sócio da GT Capital.

Os números do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) cresceram 0,51% em maio, sendo que os especialistas projetavam que a prévia da inflação cresceria 0,64% neste mês.

“O qualitativo do indicador apresentou melhora, com os segmentos de Serviços Subjacente e Produtos Industriais registrando um aumento abaixo do esperado pelo consenso de mercado. O grupo Saúde e cuidados pessoais teve um aumento de 1,49%, impulsionado pelo reajuste nos preços dos produtos farmacêuticos. O grupo Alimentação e bebidas acelerou para 0,94%”, destacou Labarthe.

Os papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), os principais do índice, fecharam o dia em queda. O especialista apontou que os mercados globais envolvendo commodities, setor do qual a Vale faz parte, estão sendo impactados negativamente pela recuperação lenta da China e pela falta de estímulos em grande escala. No caso da petroleira, o preço do barril de petróleo caiu nas últimas horas, após três pregões em alta.

“De meados de 2021 a 2023, no intervalo aproximado de dois anos, o Ibovespa acumulou uma retração de cerca de 25%, muito descontado, antecipando então uma deterioração das condições macro. Saiu de 130 mil para menos de 100 mil, nos piores momentos. O mercado antecipa, e agora o movimento é de descompressão na curva de juros, com percepção mais favorável sobre a condução do fiscal, e projeções melhores para inflação e para o custo de crédito, no segundo semestre”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos.

“Os investidores internacionais se mostraram mais predispostos a compras do que antecipávamos, com o argumento de que os ‘valuations’ no Brasil estão mais atrativos em comparação a outros mercados emergentes, e que o Brasil tende a ter bom desempenho quando houver mais clareza sobre cortes nas taxas de juros”, aponta o Itaú BBA em relatório sobre ações brasileiras, divulgado nesta quinta-feira.

No texto, a equipe de análise menciona processo em curso no mercado, de rotação de ações, que tende a prosseguir, com interesse maior por nomes domésticos de “Beta alto”, mais voláteis – costumam amplificar a respectiva variação ante referência como o Ibovespa -, e percepção mais cautelosa para commodities, em geral.

As conclusões do relatório do Itaú BBA foram tiradas de conferência realizada entre os dias 9 e 11 deste mês, com a participação de 501 investidores institucionais, de 218 instituições, dos quais 30% eram brasileiros e 70%, internacionais.

Nas movimentações internacionais, o dólar à vista terminou o dia em alta de 1,65%, aos R$ 5,0355. Os principais índices das Bolsas dos Estados Unidos ficaram assim:

  • Dow Jones: recuo de 0,11%, aos 32.764,72 pontos;
  • S&P 500: alta de 0,88%, aos 4.151,31 pontos;
  • Nasdaq: crescimento de 1,71%, aos 12.698,09 pontos;

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Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje

As ações da Hapvida (HAPV3) terminaram o pregão com alta de 10,99%, ao preço de R$ 3,94, e lideraram a lista das maiores altas do Ibovespa hoje. Além de ter sido beneficiada pelos números do IPCA-15, o preço-alvo do papel foi aumentado em 37,5% pelo Bank of America (BofA).

No ranking das maiores quedas do Ibovespa hoje, os papéis da CVC (CVCB3) caíram 4,63% e terminaram o dia custando R$ 2,68. Esse recuo ocorreu após a renúncia de Leonel Andrade ao posto de CEO da empresa.

Confira as maiores altas e baixas do Ibovespa hoje:

Ibovespa hoje: Veja a cotação desta quinta (25)

O pregão do Ibovespa desta quinta (25) terminou em alta de 1,15%, aos 110.054,38 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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